Análise da atuação do Vasco contra o Palmeiras

O Vasco da Gama teve dificuldades na criação, mas alguns jogadores se destacaram na partida contra o para o Palmeiras.

Gabriel Pec durante o jogo contra o Palmeiras
Gabriel Pec durante o jogo contra o Palmeiras (Foto: Marcos Ribolli)

Embora tenha considerado bom o empate por 1 a 1 com o Palmeiras, Vanderlei Luxemburgo deixou o Allianz Parque com a sensação de que poderia ter vencido. E, nos minutos finais, parecia bem possível mesmo, principalmente pela entrada de Gabriel Pec, que deu dinamismo à equipe. Com Talles Magno em momento ruim, Pec ganha espaço a cada rodada.

O primeiro tempo mostrou um Vasco a fim de propor o jogo, mas também um Palmeiras infernal no contra-ataque, principalmente em função dos bons passes de Gustavo Scarpa – é ele quem dá a assistência para o gol de Breno Lopes – e da velocidade do próprio Breno, de Esteves e Gabriel Silva.

Com Benítez mais uma vez chamando a responsabilidade, e os laterais avançando, o Vasco até agredia, mas tinha dificuldade de criar chances concretas.

Benítez era um oásis num meio-campo pouco criativo – Bruno Gomes fazia bem seu papel, mas Léo Gil e os pontas Pikachu e Talles nada ofereceriam de interessante. Os laterais até chegavam à linha de fundo, mas não conseguiam acertar os cruzamentos. Tal dificuldade fazia Cano estranhamente sair demais da área, comportamento que repetiu bastante na etapa final.

Não que seja uma novidade Cano se mexer a fim de dialogar com os homens do meio, mas, vendo que a bola não chegava, insistia em voltar para buscá-la e por vezes não estava na área quando algum companheiro surgia na ponta.

O Palmeiras abriu placar em lance no qual Scarpa recebeu com muita liberdade e esticou para Breno Lopes. Embora Ricardo Graça tenha voltado em alto nível, a velocidade do garoto palmeirense sobressaiu.

Antes disso, porém, Fernando Miguel já havia parado Breno com uma saída arrojada. No final da etapa, esticou-se todo para evitar gol em belo chute de Gabriel Silva.

A pouca criatividade coletiva do Vasco foi compensada na etapa com o talento do mais criativo dos vascaínos. Numa distância relativamente grande do gol, Benítez colocou curva impressionante em batida de falta e venceu Jaílson. Derrubou também em jejum de 166 dias – o último gol de falta fora marcado por Fellipe Bastos, contra o Sport.

Aliás, justiça seja feita a Cano. No jogo em que talvez menos finalizou com a Cruz de Malta – apenas uma vez -, foi ele quem sofreu a falta convertida por Benítez.

Os times foram para o vestiário com 50% de posse de bola, e o Palmeiras, levemente superior, com mais finalizações do que o Vasco: 8 a 6.

Pec dá novo gás ao Vasco e quase decide

Os times voltaram em marcha lenta do intervalo e até sair um chute perigoso de Scarpa, aos 28 minutos do segundo tempo, nada de interessante havia acontecido. Luxemburgo bem que tentou trocando os pontas Pikachu e Talles de lado em alguns momentos, mas eles não reagiam e acabaram sacados.

Aí foi a hora de Gabriel Pec, talvez o jogador que mais cresceu dentro do Vasco depois da chegada de Luxemburgo, mostrar que tem potencial para pleitear uma vaga no time titular.

Depois de substituir Talles aos 17 minutos, deu nova cara ao Vasco. Entrou com disposição impressionante que o fez soltar um sonoro palavrão ao errar jogada simples na lateral. Lutou muito, partiu para cima e esteve perto de marcar.

Sua arrancadas pela ponta-esquerda levaram Mayke e Kusevich à loucura. Na primeira, errou o cruzamento depois de acelerar o passo. Na segunda, em mais uma saída de Cano da área, tabelou com o argentino e disparou. Cruzou na medida para Vinícius, mas o garoto não conseguiu completar.

E não parou por aí. Aos 43 minutos, Pec deu a maior demonstração que está cheio de confiança. Recebeu lançamento de Fernando Miguel e partiu para cima, novamente em muita velocidade, de Mayke, Renan e Kusevic. Levou a melhor, soltou a bomba, mas parou em Jaílson.

Nesse momento, energizado pela correria de Pec, o Vasco lançou-se à frente. Quase saiu com a vitória aos 48 minutos, quando Cayo Tenório bateu falta, Jaílson errou a saída, e Andrey, debaixo da trave, foi parado por Kusevich.

Como disse Luxa, faltou acreditar – leia-se ousar – mais. A vitória era palpável, e o fim do jogo mostrou isso diante de um adversário com suas atenções totalmente voltadas para a final da Libertadores, mas o Vasco pontuou.

Agora tem 36 pontos, quatro a mais que o Bahia, que abre o Z-4. O Tricolor paga este jogo devido na quinta-feira, em casa, às 19h, contra o Corinthians. É dar aquela secada para ficar mais uma rodada longe da confusão. E detalhe: no próximo domingo, o Vasco pega o próprio Bahia em São Januário. Uma vitória o aproximará do alívio e colocará o rival de vez cada vez mais perto da degola.

Quem não tem deixado de acreditar é Gabriel Pec, que não desiste das jogadas e tem se mostrado bem mais forte do que quando Vanderlei Luxemburgo o conheceu em 2019 e o via como “um filé de borboleta”. Será titular no duelo com o Bahia em casa, no domingo? Luxa evita antecipar, deixa claro sim que será cuidadoso tanto com Pec, que pede passagem, e Talles, em momento complicado.

– É a mesma coisa que falei do Pec. Aí o pessoal pede o Pec. O Talles não perdeu o talento de jogar futebol. Alguma coisa aconteceu que ele mudou o comportamento. Nós temos que dar confiança para que ele recupere o futebol. Então temos que ter calma para que não perder dois jogadores, o Pec e o Talles.

Fonte: Globo Esporte

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4 comentários
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    Talles Magno vai render bem quando jogar pelo.meio pegando a bola e partindo com ela para cima dos adversários. Ficar paradinho lá na ponta esquerda ajudando.mais o Henrique que atacando, vai continuar não rendendo nada. Pec fez grandes jogos no Sub20 jogando pela ponta direita e quebrando oara o meio. O moleque e bom e ganhou confiança

  • Responder

    Os dois juntos…tenho certeza que vai da certo…experimenta, pois se tivesse torcida no estádio a pressão seria total.

    Tales tem só 18 anos o Gabriel Peço tem só 19, bota os dois em alguns momentos do jogo…EU ACREDITO!!!

  • Responder

    Ainda penso que os dois poderiam jogar. Coloca os dois e dá liberdade para se movimentarem na frente, invertendo de lado e pelo centro, aproximando ou ocupando o espaço quando Cano sai da área. Talles precisa se livrar da mentalidade do português, que fazia ele de ajudante do Henrique. Se livrar do jogo de retranqueiro que passou a adotar: recebe de costas, dribla pros lados e volta a jogada com os defensores e não consegue avançar. Pec é o Talles quando subiu para o titular, irreverente e corajoso, partindo sempre para a frente. Não podemos queimar esses garotos.

  • Responder

    Pec..pedindo passagem!!!!!!! Talles banco. !!!!

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