Análise da atuação do Vasco contra o Altos-PI
O vasco da Gama criou várias chances de gols perdidas no empate contra o Altos-PI e sofreu para se classificar na Copa o Brasil.
O que aparentava ser uma classificação fácil, dada a disparidade técnica entre Altos e Vasco, virou um drama. Especialmente por um motivo: o abusivo número de cinco chances claras de gol perdidas pelos atacantes do time de Abel Braga.
Ao não converter as oportunidades criadas, especialmente por Talles (três) e Cano (duas), a equipe de São Januário correu riscos desnecessários. O zagueiro Leandro, aos 47 minutos do segundo tempo, por exemplo, ao cabecear sem marcação após cobrança de escanteio, perdeu o gol que daria a classificação ao time piauiense.
Pois o Vasco só avançou à segunda fase da Copa do Brasil pelo empate em 1 a 1, quarta-feira à noite, em Teresina – enfrentará o ABC, do Rio Grande do Norte, em jogo único em casa na etapa seguinte. Pouco diante de um adversário que disputará a Série D e preocupante ao projetar o confronto decisivo diante do Oriente Petrolero, na Bolívia, pela Sul-Americana – o Cruz-Maltino tem a vantagem de ter vencido por 1 a 0 em casa.
É verdade que há o contexto de um gramado irregular. E do processo de formação de um time, recheado de jovens. Porém, logo após a bola rolar, ficou evidente que o Vasco era melhor técnica e fisicamente. O Altos, no primeiro tempo, só chegou ao ataque com o gol contra de Marrony.
– A competição, nesta fase, é traiçoeira. Não se pode errar. Não tivemos a oportunidade de conhecer o campo na véspera, então, isso dificultou um pouco no começo do jogo. No primeiro tempo, o placar poderia ter sido três ou quatro gols para a gente pelo volume que construímos. No segundo tempo, conseguimos algumas chances, mas não com eficiência. Ao mesmo tempo, não sofremos tanto lá atrás, não teve tanto perigo assim – opinou o lateral-direito Pikachu.
Na etapa final, como dito por Pikachu, o Vasco diminuiu um pouco o ritmo. Mesmo assim, manteve a superioridade: finalizou 26 vezes e teve 58% de posse de bola. O gol de Cano foi o quarto do argentino em seis jogos – nenhum outro atacante balançou a rede.
– Futebol é tão difícil criar, e a gente conseguiu. Falta fazer o gol. É questão de momento. Marrony e Talles estão doido para fazer o gol, ainda não conseguiram. Isso cria ansiedade – acrescentou o zagueiro Castan.
Houve inegavelmente melhora na criação, algo ocasionado também pelos espaços deixados pelo adversário. Ao manter o meio formado por Andrey, Raul e Marcos Junior, Abel começou a dar sequência ao time. Os três conseguiram fazer combinações, servir os atacantes e tabelar com Pikachu – Henrique, pela esquerda, pouco apareceu ofensivamente. Marrony, mais uma vez, teve atuação irregular. Abel deveria revisar a sua escalação pelo lado direito, onde costuma ter mais dificuldades.
– O resultado é totalmente injusto. Adversário fez o gol na primeira vez que foi na nossa área. E depois teve outra chance no período de desconto. Acho que a vitória seria justíssima, mas fica o ensinamento – finalizou Abel.
Globo Esporte