Álvaro Pacheco analisa derrota do Vasco contra o Juventude; veja a entrevista coletiva

O técnico Álvaro Pacheco afirmou que a equipe entrou nervosa contra o Juventude e lamentou mais uma derrota do Vasco da Gama.

Álvaro Pacheco em jogo contra o Juventude
Álvaro Pacheco em jogo contra o Juventude (Foto: Luiz Erbes/AGIF)

O Vasco de Álvaro Pacheco sofreu mais uma derrota na noite desta quarta-feira, dessa vez para o Juventude. Na coletiva depois da partida, o técnico português lamentou o resultado e afirmou que a equipe entrou nervosa no jogo realizado no Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul.

Em quatro partidas no comando do Vasco, Álvaro Pacheco sofreu três derrotas (para Flamengo, Palmeiras e Juventude) e empatou com o Cruzeiro na rodada passada.

– Queríamos muito dar continuidade à evolução, queríamos a primeira vitória. Foi um jogo em que entramos nervosos, penso que não tivemos a capacidade nos primeiros 30 minutos de controlar o jogo, deixamos muitos espaços para nosso adversários. Depois, aí sim, conseguimos equilibrar. Acabamos o primeiro tempo dentro do jogo, conversamos no intervalo. Entramos muito bem na segunda parte, controlando os espaços. No melhor momento do Vasco, sofremos o gol. É do momento da equipe, isso nos deu intranquilidade. O gol nos afetou – disse ele.

– Meus jogadores foram em busca do resultado, mas não da forma correta, faltou o jogo posicional. Tivemos algumas decisões precipitadas, mas mesmo assim tivemos a oportunidade de fazer o gol de empate. E no último minuto sofremos o segundo gol. É um momento complicado, mas temos que continuar trabalhando para estarmos mais preparados no próximo jogo. Não posso desistir e nem duvidar das minhas capacidades. Estamos passando por um momento que não queríamos, mas temos que trabalhar e focar – completou o treinador.

A coletiva de Álvaro Pacheco começou mais de uma hora depois do fim da partida. O técnico, no entanto, negou que a sua demissão tenha sido discutida.

– Não vim mais cedo porque estava esperando me chamarem e, quando me chamaram, eu vim. Não aconteceu nada, e eu não sou um treinador de desistir. Em todos os momentos da nossa vida tem momento bons e momentos ruins, e nos momentos de fracasso temos que nos tornar mais fortes. Vou me tornar muito mais forte como treinador. Eu acredito muito naquilo que eu trabalho, naquilo que eu estou desenvolvendo com o elenco e acredito que os resultados vão aparecer na forma que nós estamos e da forma que nós treinamos. Então temos que continuar e focar naquilo que é o trabalho, só o trabalho pode nos tirar dessa situação – concluiu.

Leia mais sobre a coletiva de Álvaro Pacheco

Os primeiros quatro jogos

– Eu não sou treinador que gosto muito de arranjar desculpas, mas nós chegamos ao Vasco em um momento complicado, de muita transformação e de instabilidade e nós estamos conhecendo o clube e principalmente os seus atletas e aquilo que equipe tem. É evidente que, quando se tem esse resultado, com instabilidade, perde-se algo, perde-se discernimento, e nós não podemos esconder que os dois primeiros adversários foram muitos fortes, treinados há muito tempo, que tem algumas rotinas e jogadores com dinâmicas muito fortes. Nesses três jogos criamos alguma ansiedade.

– Penso que, no último jogo em casa, tivemos uma resposta dentro daquilo que pretendíamos e queríamos. Hoje não fomos capazes de dar essa continuidade, mas acho que isso faz parte do processo, temos que manter a sanidade e percebermos o que hoje foi bom, principalmente mais audácia e capacidade de pensar o jogo. Estávamos preparados para aquilo que o adversário nos cria, mas acho que tem relação com o momento. Precisamos de um pouco mais de tranquilidade e segurança para tomarmos as nossas decisões. E eu, como treinador, tenho que dar aos meus jogadores.

Atuações ruins e clima pesado

– Nós não podemos fugir. Eu, enquanto treinador, não vou fugir. Evidente que é um momento complicado, é um momento que a torcida vascaína está triste, não só com a gente, mas comigo, e isso é compreensível. O que nós temos que fazer é continuar a trabalhar, e o que não podemos fazer é duvidar do que somos e duvidar das nossas capacidades, daquilo que queremos fazer. Há uma coisa que eu sei: temos que trabalhar, todos nós temos que nos unir cada vez mais. É uma situação complicada, percebemos que somos nós que temos que sair dessa situação e todos juntos. O vestiário está triste, cada vez mais a equipe está criando uma relação.

– Não concordo com você quando diz que não teve evolução, acho que, mesmo não sendo um jogo muito bem construído da nossa parte, não faltou atitude, não faltou entrega, não faltou correr, não faltou a eles tentar chegar ao gol. E aí concordo com você: não da forma mais correta, da forma que nós tínhamos treinado. Nós tínhamos conversado, mas foi mais pelo coração, foi mais pela entrega. Se não tivéssemos essa postura, não teríamos criado as oportunidades que tivemos para chegar ao empate. Agora nos falta a equipe estar mais serene e gerir melhor esses momentos para conseguirmos a vitória. Aquilo que espero é aproveitar isso o que aconteceu, conversar com os atletas e perceber que é muito importante ter essa capacidade e essa serenidade. Sobre o ambiente hostil (em São Januário), acredito, mas temos que ser capazes de pegar isso e transformar em combustível e nos deixar mais fortes, para demonstrar aquilo que nós queremos e puxar os torcedores para o nosso lado. Só existe uma coisa a fazer: é jogar e jogar para ganhar.

Enxerga evolução?

– Sinto que a equipe foi capaz de crescer, foram capazes de reconhecer alguns comportamentos que são relacionados com o nosso crescimento em relação ao último jogo, que foi em nossa casa. Hoje não fomos capazes de dar essa continuidade, mas isso está conectado ao momento, com a intranquilidade e com a falta de resultados positivos, que tira tranquilidade e confiança. Evidente que eu gostaria de ter mais tempo para treinar, com a sequência de jogos, que eu aproveito para conhecer os jogadores nos jogos e não só nos treinos, por que as vezes é importante testar o jogador não só em treino, mas em jogo. Se repararem, já testamos muita gente que foi testada em jogo, para sentir da minha parte qual é a sua pretensão em jogo. Cada vez mais meu conhecimento do elenco está sendo aprofundado. Eu acho que, em todos os elencos, de todos os países, existem margens para ser reforçado e eu não vou fugir desse tema. Mas o que eu tenho que focar agora é nos jogadores, é no que tenho que fazer para fazê-los mais fortes para alcançar a vitória.

Se sente respaldado?

– Conversamos no vestiário sobre o que foi o jogo e, sem dúvida nenhuma, sobre a desilusão (do resultado). Tínhamos esperança de ter um bom resultado. Amanhã vou treinar e pensar no próximo desafio.

Assista à entrevista

Entrevista coletiva de Álvaro Pacheco (Fonte: BTB Sports)

Fonte: Globo Esporte

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