Alex Teixeira ainda busca adaptação no Vasco e jornalistas sugerem nova função

Principal contratação do Vasco da Gama para o restante da Série B, Alex Teixeira teve atuações modestas com a camisa Cruzmaltina até aqui.

Alex Teixeira durante o jogo contra a Ponte Preta
Alex Teixeira durante o jogo contra a Ponte Preta (Foto: Daniel Ramalho/Vasco)

A chegada de Alex Teixeira ainda não teve o impacto que se imaginava no time do Vasco. Jogador tecnicamente muito acima do nível da Série B, com passagens de sucesso por Europa e Ásia, o atacante ainda busca se readaptar ao futebol brasileiro após quase 13 anos fora.

Aos 32 anos de idade, Alex tem o carinho do torcedor vascaíno, afinal de contas abriu mão de muita coisa para voltar ao clube – na apresentação, o meia-atacante disse que se recusou a ouvir outras propostas e que “a única opção era o Vasco”. As atuações nas vezes em que esteve em campo até aqui, no entanto, foram discretas.

O recorte ainda é muito pequeno, foram apenas quatro jogos, três deles como titular. Vindo de uma longa inatividade, sem jogar desde maio, Alex precisa evoluir fisicamente e ganhar ritmo de jogo. Ele iniciou os treinos no Vasco no dia 18 de julho, há pouco mais de um mês, portanto.

Além da falta de ritmo de jogo, há a questão de readaptação ao futebol brasileiro, especialmente à Série B, competição pegada e física. Seu posicionamento em campo, mais aberto pela esquerda, também tem gerado questionamentos.

– Acho que o Alex Teixeira renderia melhor por dentro, pela faixa central do campo. Ele até poderia jogar pela esquerda, mas com liberdade para se movimentar por dentro – acredita Conrado Santana, comentarista do SporTV.

– Até pela idade, já passou dos 30 anos, e pela qualidade, acho um desperdício a forma que ele vem jogando, que é aberto na esquerda, grudado na linha lateral, dando amplitude, deixando o meio para os outros jogadores. É um cara que tinha que participar mais do jogo. Como ele vinha jogando na Turquia, se pegar o mapa de calor, tem uma tendência mais pela esquerda, mas é mais centralizado. Várias vezes ele jogou como um 10 ou segundo atacante, atrás do centroavante – acrescentou Conrado.

É normal que hoje ele não seja o mesmo jogador que deixou o clube aos 19 anos. Aos 32, se já não tem a mesma explosão e velocidade, adquiriu experiência e faro de gols fora do país. Foi artilheiro no Shakhtar Donetsk e no Jiangsu Suning e marcou 166 gols no exterior. Mudou sua forma de jogar ao longo dos anos.

– Tem esse problema de jogar junto com o Nenê, porque o time perde combatividade para marcar, se movimentar. Pelo Nenê ser meia, o Alex tem sido escalado na ponta. Dá para os dois jogarem juntos, mas tem que fazer um esquema para dar liberdade para o Alex também. Talvez tirar o Raniel e jogar com um falso 9. Na minha opinião a prioridade deveria ser escalar o Alex Teixeira com liberdade, para ele poder cair por dentro do campo e fazer o time em volta disso – concluiu Conrado.

Nos quatro jogos que disputou, teve apenas uma participação direta em gol, na assistência para Raniel, contra a Ponte Preta. A fase do time também não ajuda. O Vasco atravessa seu momento de maior turbulência na Série B e venceu apenas uma vez com Alex em campo (contra o Tombense). Nos outros três jogos, foram duas derrotas e um empate.

Números de Alex Teixeira no Vasco:

  • 4 jogos (3x titular e 1x reserva)
  • 277 minutos em campo
  • Nenhum gol
  • 1 assistência
  • 3 finalizações (2 para fora e 1 bloqueada)
  • 3 desarmes
  • 4 faltas cometidas
  • 6 faltas recebidas
  • 4 impedimentos
  • 1 cartão amarelo

Mudança de função?

Opinião semelhante à de Conrado Santana tem Sérgio Xavier Filho. Para o comentarista, o aproveitamento de Alex Teixeira como falso 9 poderia ajudar o Vasco ofensiva e defensivamente.

– Num time como o do Vasco, que já tem o Nenê, que é um jogador que você não vai contar com ele para recomposição… Eu estou olhando o conjunto da obra, o Vasco que ataca e o Vasco que tem que recuperar o mais rápido possível a bola. Ter o Alex Teixeira tendo que ajudar a fazer corredor, acho isso muito penoso e com poucas chances de dar certo no longo prazo, principalmente contra equipes que contra-ataquem bem. O Vasco perde a bola, o Nenê não vai recompor pelo meio, e o Alex Teixeira tem dificuldade de recompor pelo lado – disse, para completar:

– Acho muito mais lógico ter o Alex como 9, o falso centroavante, porque ele se mexe bastante, busca jogo, pode até inverter com o Nenê, e ter de um lado o Figueiredo e de outro o Marlon Gomes ou até o Pec, ter alguém que faça a recomposição. Claro que alguém tem que sair do time, sai o centroavante, acho que a torcida não vai reclamar se o Raniel entrar no segundo tempo só. Eu centralizaria o Alex Teixeira. Pelo lado, pode até funcionar um jogo ou outro, mas não vejo tendência de ser um mecanismo muito eficiente a longo prazo.

A comentarista Ana Thaís Matos compartilha de opinião parecida:

– É meio consenso que o Alex Teixeira jogando do lado esquerdo não tem funcionado, por algumas questões. Primeiro: ele fica sobrecarregado com a marcação, porque quando se joga no 4-2-3-1 com o Nenê no meio-campo, óbvio que o Nenê não está ali pra marcar, então o primeiro combate no campo de ataque acaba sobrecarregando os jogadores de lado. Se você coloca um cara mais jovem, óbvio que ele tem mais responsabilidade nesse primeiro combate e acaba participando menos da parte criativa, primeiro pela marcação e segundo porque a bola chega pouco – disse ela e acrescentou:

– Nesse momento eu testaria ele um pouco mais adiantado, jogando numa função de falso 9 e preencheria o meio sem precisar tirar o Nenê. Joga no 4-2-3-1 também, com o Nenê por dentro e Alex adiantado no lugar do Raniel. A gente acaba falando muito do Alex Teixeira e do Nenê, mas tem os laterais. Se você joga com os laterais fixos, como foi contra o CSA, que não avançam na linha de meio-campo, você perde muito em profundidade. Se você joga com o Edimar, eu acho que com bola, o Vasco pode jogar num 3-4-3 ou num 3-4-2-1, só que tem que liberar um desses laterais. Ou entra com o PV no lugar do Edimar e faz o lateral-direito ser mais zagueiro, porque aí não tem a necessidade de o Alex Teixeira fazer o corredor no lado esquerdo.

– Não só o Alex resume ele estar bem ou não, acho que o esquema todo, a forma como o time tem sido escalado, não tem contemplado o jogador que pode ser o Alex Teixeira – concluiu a comentarista.

Fonte: Globo Esporte

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2 comentários
  • Responder

    Também vejo Alex Teixeira como um atacante pelo meio. Inclusive no lugar de Nenê que não está contribuindo em nada. Nenê hj seria útil nós últimos 15/20 minutos finais dependendo do resultado.

  • Responder

    Já teci comentários neste espaço a respeito de fracassos em jogadores que chegaram neste últimos anos no Vasco com status de ter sido destaque em outros times e, no Vasco não conseguiu o brilhantismo conquistado jogando em outros clubes que pelo menos tinha um esquema definido ,fato que não ocorre no Vasco e, com Alex Teixeira não está sendo diferente ,ele não pode continuar como um falso ponta esquerda ,ele deveria jogar centralizado ,pode trazer qualquer craque de fora que não vai conseguir brilhar com um time que si porta como de peladeiros de fim de semana nas várgeas ,ou seja onde está a bola estão todos embolados .É preciso fixar o Iuri Lara á frente da zaga recomendando a não ultrapassar a linha do meio de campo ,deixando espaço do meio de campo pra frente com Andrei Santos e Nenê este caindo pelas pontas com Alex Teixeira e Figueiredo no ataque com um outro atacante atuando pela direita e com saídas rápidas da defesa para o ataque ,mas si continuar atuando como temos vistos vai ser sufoco até o final com jogadores não rendendo o que sabe e deve render ,

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