Adversário de domingo, Madureira tem velha relação comercial com o Vasco

Desde a década de 40, o Vasco da Gama tem contratado destaques do Madureira, com alguns que deram certo e outros não.

Gabriel Pec em ação contra o Madureira pelo Carioca 2021
Gabriel Pec em ação contra o Madureira pelo Carioca 2021 (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco.com.br)

Radicados na Zona Norte do Rio de Janeiro, Vasco e Madureira se enfrentam neste domingo (6), às 15h30, em Conselheiro Galvão, pela quarta rodada do Campeonato Carioca, carregando um histórico de amizade e, principalmente, de uma boa relação comercial, que se iniciou de forma mais marcante a partir da década de 40 e se mantém até hoje.

Ao longo do tempo, o Tricolor Suburbano acabou sendo uma espécie de “escola de preparação” para jogadores que, posteriormente, se transferiram para São Januário. Algo que muito orgulha o atual presidente da agremiação situada no bairro das escolas de samba Portela e Império Serrano.

“A história do Madureira e do Vasco, praticamente, se unem quando o Madureira, em 1942, liberou o trio de atacantes Lelé, Isaías e Jair, que era o mais famoso da época, para o Vasco e o Vasco foi campeão. De lá para cá, sempre houve uma parceria muito grande entre Madureira e Vasco. Alguns jogadores foram contratados pelo Vasco e o Vasco emprestou alguns jogadores ao Madureira, porque o Madureira não é um clube que contrata muito”, disse ao UOL Esporte, em 2020, Elias Duba, que está na presidência do Tricolor Suburbano desde 1993, também é torcedor do Vasco e amigo do ex-presidente vascaíno falecido Eurico Miranda.

Veja abaixo alguns dos jogadores que fizeram a rota Conselheiro Galvão/ São Januário:

Os Três Patetas

Foi mais precisamente a partir de 1942 que o Cruzmaltino passou a olhar com carinho para os destaques do Tricolor Suburbano e se beneficiou. Na ocasião, trouxe em uma tacada só o trio Jair Rosa Pinto, Isaías e Lelé, conhecido como “Os Três Patetas”, que posteriormente se tornaram campeões pelo clube de São Januário. Juntos, levaram o título carioca de 1945, sendo que Isaías ainda foi campeão estadual de 1944 e Lelé, de 1947.

Lelé, aliás, ainda fez parte do elenco histórico chamado “Expresso da Vitória”, que conquistou o primeiro título sul-americano do clube reconhecido pela Fifa, em 1948. O atacante fez tanto sucesso que ganhou uma marchinha de carnaval na voz da cantora Linda Batista:

“Vamos lá!
Que hoje é de graça
No boteco do José
Entra homem, entra menino
Entra velho, entra mulher
É só dizer que é vascaíno
E amigo do Lelé”.

Nasa: campeão brasileiro, da Libertadores e vilão no Mundial

Já na década de 90 um filho de Conselheiro Galvão também entrou para a história do Vasco em uma das eras mais vitoriosas do Cruzmaltino, entre 1997 e 2000. O volante marcador Nasa foi titular daquele inesquecível grupo bicampeão brasileiro (1997 e 2000) e campeão da Copa Libertadores (1998).

Na final do Mundial Interclubes de 1998, porém, Nasa acabou se tornando vilão ao fazer um gol contra na derrota por 2 a 1 para os espanhóis. Na ocasião, o ex-lateral esquerdo brasileiro Roberto Carlos —ídolo do Real Madrid— cruzou forte para a área, o volante tentou interceptar, mas de cabeça acabou colocando para dentro de sua própria meta.

Souza Caveirão e Léo Lima: uma dupla de ouro

No início dos anos 2000, o Madureira novamente iria exportar seus talentos para São Januário. Desta vez, com a então badalada dupla Souza —que depois ganharia a alcunha de Caveirão— e Léo Lima.

Os dois chegaram cercados de muita expectativa, mas embora não tenham correspondido por tudo o que se esperava, também cravaram seus nomes na história do Vasco sendo campeões cariocas de 2003, numa emblemática final contra o Fluminense. Léo Lima fez um cruzamento de letra, o atacante Cadu escorou para trás e Souza colocou para o fundo da rede, dando o título para o Cruzmaltino.

Curiosamente, nestas histórias que só o futebol pode proporcionar, Léo Lima é bisneto de Isaías, integrante dos “Três Patetas” da década de 40.

Alguns chegaram ainda na base e hoje brilham na Europa

Houve os que se transferiram ainda nas divisões de base do Madureira para o Vasco. Estes são os casos de Philippe Coutinho, do Aston Villa (ING), e Paulinho, do Bayer Leverkusen (ALE), que atuaram no futsal do Tricolor Suburbano. O meia Allan, hoje no Everton (ING), também foi da base do Madureira antes se transferir para o Cruzmaltino.

O zagueiro Vilson, que encerrou a carreira e teve passagens por Corinthians, Grêmio, Palmeiras e outros, foi outro que saiu do Tricolor diretamente para a base do Cruzmaltino.

No elenco atual do Vasco há um jogador que também fez esse caminho de se transferir ainda nas categorias inferiores: trata-se do atacante Vinícius, que este ano disputou a Copa São Paulo e foi reintegrado aos profissionais.

Quem não deixou saudades: André Lima, Muriqui, Aislan

A rota Conselheiro Galvão/São Januário não é feita somente de vitórias. Há também jogadores que saíram do Madureira e não deixaram saudades no Vasco. Alguns deles, porém, acabaram se destacando por outros clubes posteriormente, casos dos atacantes André Lima e Muriqui.

André Lima se destacou, principalmente, no Grêmio e no Botafogo. Já Muriqui se tornou ídolo no futebol chinês.

Recentemente as contratações vindas do Tricolor Suburbano não têm sido frutíferas para o Vasco. Casos do zagueiro Aislan e dos volantes Willian Oliveira e Victor Bolt.

Em 2020, atuaram por empréstimo o zagueiro Marcelo Alves e o atacante Ygor Catatau. A dupla até chegou a ter um pequeno brilho, mas não conseguiu se manter e deixou o clube ao fim da temporada, quando o Vasco foi rebaixado no Campeonato Brasileiro.

Fonte: UOL Esporte

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