Abel Braga mostra preocupação com menor uso da base e cita o Vasco

O ex-técnico do Vasco da Gama, Abel Braga, não gostou da mudança na regra que permite nove estrangeiros por jogo e vê base prejudicada.

Abel Braga é o novo diretor técnico do Vasco
Abel Braga durante passagem como técnico do Vasco em 2020 (Foto: J Ricardo/Estadão Conteúdo)

Os 20 clubes da Série A aprovaram, junto com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) o aumento no limite de estrangeiros permitidos por partida no Campeonato Brasileiro, passando de sete para nove a partir de 2024.

A decisão, no entanto, não agradou em nada a Abel Braga, um dos técnicos mais renovados do futebol brasileiro. O profissional ressaltou o investimento alto nas categorias de base feitos pelos clubes e a falta de identidade para explicar seu ponto.

– Eu li alguma coisa sobre ser permitido nove estrangeiros nas equipes da Série A do Brasileiro. Porr@, fecha o clube! Vai gastar R$ 50-60 milhões por ano no clube em base. Se não vai ter base, fecha! Como você vai criar identidade? – questionou Abel em participação no ‘Futsummit’.

O evento em questão trata sobre a indústria do futebol, o que explica o tema ter vindo à tona. O apresentador da atração foi Getúlio Vargas, ex-goleiro do Flamengo, que aproveitou a declaração de Abel para lembrar que o Vasco da Gama não relacionou garoto da base contra o Nova Iguaçu.

– O Vasco, no segundo jogo contra o Nova Iguaçu, nenhum dos relacionados era da base do Vasco. Me preocupa quando eu olho o Vasco sem nenhum jogador da base em uma semifinal de Campeonato Carioca – destacou, que foi completado por ‘Abelão’:

– Estou falando a verdade mais uma vez. Preocupa todos nós.

No Vasco

Abel Braga ressaltou que não existe mais identidade de jogar com o clube, e sim com as tecnologias da modernidade, como as redes sociais. Ele contou que chegou a perguntar a jogadores que estavam subindo ao profissional se conheciam a grandeza do Gigante.

– Não tem mais um jogador que fica oito anos em um clube. Hoje, a identidade é com Iphone e Samsung. O cara vive disso. Bota a meia, a chuteira e pega o telefone. Hoje, só se vê celular, cara. Qual o conteúdo disso? Eu perguntei no Vasco se os garotos que estavam chegando no profissional conhecem o tamanho do clube. Se receberam algum papel para saber o que era isso aqui. Não tem mais isso – completou.

Baixo uso da base no Vasco

Nesta temporada, o Vasco tem usado pouco garotos da base por decisão do técnico Ramón Díaz, que mudou os processos e prega cautela para o uso de jovens diante da pressão. Por outro lado, usar pouco a garotada não agrada nada a 777 Partners, que vê uma opção de lucro reduzida.

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1 comentário
  • Responder

    Realmente preocupa o pouco uso da base, mas acredito que jogadores saem muito rápido porque são lançados muito cedo no profissional. Mas mudanças muitas negociações de compra vão ocorrer todas as temporadas já que o Vasco agora é empresa agora e não um clube mais.

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