Léo destaca os 100 anos dos Camisas Negras e relembra episódio de racismo

O zagueiro do Vasco da Gama, Léo, relembrou um triste episódio de racismo que sofreu e se disse grato ao Gigante pelo feito em 1923.

Léo fala sobre o centenário dos Camisas Negras
Léo falando sobre o centenário dos Camisas Negras (Foto: Reprodução/ Vasco TV)

Em vídeo publicado pela Vasco TV, na manhã deste sábado (11), Léo falou sobre os 100 anos dos Camisas Negras, equipe que entrou para a história do futebol mundial na luta pelo racismo. O zagueiro destacou que a importância do feito do Cruzmaltino em 1923.

– Estar no centenário dos Camisas Negras para mim é um sabor especial porque acredito que essa luta do Vasco não foi só pelos cidadãos daquela época. O ato que o Vasco fez abriu as portas para mim hoje. Se não fosse isso talvez não estivesse aqui ou em outro lugar – declarou o Camisa 3.

Com uma equipe composta por negros e operários, o Gigante se sagrou campeão do Campeonato Carioca pela primeira vez na história. Foram 11 vitórias, dois empates e apenas uma derrota ao longo da campanha. Léo se disse grato pela oportunidade de falar sobre os Camisas Negras e relembrou um caso de racismo que sofreu.

– Primeiro, agradeço pela oportunidade de estar falando nesse tema. É muito importante para mim. Meu antigo clube tinha um quadro, que era ‘Conte a sua História’, e compartilhei algo que passei. Não gostava de falar, mas naquele momento achei que era preciso, quando fui expulso de um shopping – relembrou o zagueiro, que seguiu:

– Para mim, aquele momento foi a maior humilhação da minha vida. Quando entrei no shopping, o rapaz virou para mim e disse: Você está aqui para pedir dinheiro?”. Falei: “Não senhor, só estou passando para ir ao CT. Ele: “Não, não!, Sai daqui!”.

Gratidão

Léo continuou contando sobre o episódio que passou, dizendo que foi uma marca na sua vida. O zagueiro contou que sua única reação foi ligar para o irmão, e afirmou que faria diferente se fosse atualmente. Ele disse que tem os mesmo direitos que todos, e se mostrou grato ao Vasco por abrir esse caminho no futebol.

– Só sabia chorar naquele momento. Se é hoje eu mudaria a minha atitude, com a mentalidade que tenha, eu me posicionaria de uma forma totalmente diferente. Era jovem, só soube ligar para o meu irmão e falar o que aconteceu. Foi uma marca que ficou forte, uma cicatriz, mas hoje levo como natural. Se eu estou em um lugar, é por poder estar ali, independente das vestes e de qualquer coisa. Sou igual a qualquer um. Posso chegar, sair e estar em qualquer lugar que eu quiser. Pensei em parar, mas hoje estou aqui e agradeço ao Vasco por ter aberto as portas – concluiu o atleta.

Léo fala sobre os 100 anos dos Camisas Negras

Diante do sucesso vascaínos, houve uma movimentação para atrapalhar o Vasco. a Associação Metropolitana de Esportes Athléticos (AMEA), formada pelos times rivais, recusou a inscrição de atletas por serem de “profissões duvidosas”, além de reclamar das condições do estádio.

A partir disso, a AMEA solicitou a exclusão de 12 jogadores do Gigante para disputar o Campeonato Carioca, todos eles negros e operários, o que foi prontamente recusado e originou a Resposta Histórica, em 1924, carta assinada pelo presidente vascaíno José Augusto Prestes, que se tornou um marco na história do futebol. Mais adiante, em 1927, o Clube, com ajuda da torcida construiu o maior estádio da América do Sul, batizado como São Januário.

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    O Léo e o nosso Alaba do r.madri

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