Ex-jogador do Baraúnas relembra vitória contra o Vasco em 2005

O ex-jogador do Baraúnas, Cícero Ramalho, relembrou a vitória que eliminou o Vasco da Gama da Copa do Brasil de 2005.

Há 15 anos, um clube do Rio Grande do Norte fazia história na Copa do Brasil. O Vasco tinha Romário, Alex Dias e Joel Santana, mas não conseguiu impedir uma vexatória eliminação diante de um corajoso Baraúnas, liderado por um dos personagens mais folclóricos que já pisaram em São Januário: Cícero Ramalho, um atacante que pesava mais de 90 quilos e aposentado havia duas temporadas.

Era 20 de abril de 2005 quando a vaga às quartas de final estava em jogo. O Baraúnas já era uma zebra após eliminar o América-MG e o Vitória, este dentro do Barradão. No jogo de ida, em Mossoró, a 285km de Natal, o empate por 2 a 2 parecia encaminhar a classificação cruz-maltina. Nem o mais otimista torcedor imaginava que os mossoroenses aplicariam um surpreendente 3 a 0 em pleno São Januário.

– Eu não era reconhecido nacionalmente até esse jogo. Esse jogo me abriu portas. Muitas oportunidades surgiram. Éramos um time pequeno contra um gigante do futebol brasileiro. Fizemos uma partida impecável. Guardou o meu gol com carinho – declarou Cícero Ramalho, autor de um dos três gols daquela partida.

– Ficamos mais de 2h trancados no vestiário. Não tinha água para a gente tomar banho, apagaram a energia e não tinha luz no vestiário. Coisas do futebol, não do esporte. Esporte não se faz assim. Temos que saber perder para saber ganhar – completou.

Romário tinha 39 anos na época, e Cícero havia chegado aos 40. Mesmo veteranos, nada os impedia de seguirem marcando os seus gols. Aquela eliminatória virou uma disputa tão participar entre os centroavantes que o mossoroense ganhou o apelido de “Cícero Romário” após a classificação. Hoje, ele trabalha como técnico de futebol e tem uma produção de limão em uma proprioedade rural.

– Hoje sou Cícero Romário. Os nomes Ramalho e Romário são parecidos. A imprensa me tratou assim. Ele tinha sido artilheiro do Campeonato Brasileiro e pouca gente lembra que esse foi o último jogo dele em Copas do Brasil. O próprio Romário falou que a comparação foi por causa dos gols (risos) – brinca o ex-centroavante, que tem o Baixinho como ídolo.

Na fase seguinte, o Baraúnas seria eliminado após duas impiedosas goleadas do Cruzeiro (7 a 3 no Nogueirão e 5 a 0 no Mineirão), mas a história já havia sido escrita. Tanto que, ao desembarcar em Mossoró, os atletas foram recebidos com uma recepção calorosa e que tomou as ruas da cidade. Até hoje, é o melhor desempenho de uma equipe do Rio Grande do Norte em Copas do Brasil.

– No outro dia, fomos muito assediados. O mais curioso foi a chegada da gente em Natal, não esperávamos que teria aquela multidão esperando a gente. Quando o avião pousou, a ficha não tinha caído. Só caiu quando vimos aquela multidão, com camisa de ABC, América-RN, de todos os clubes.

Romário e Cícero Ramalho

Como está o Baraúnas atualmente?

Quinze anos após viver o ápice, o Baraúnas enfrenta um dos maiores problemas políticos e financeiros de sua história. Rebaixado à segunda divisão do Campeonato Potiguar em 2018, o clube não conseguiu retornar à elite e viu a pandemia do novo coronavírus sequer permitir que entrasse em campo em 2020.

O Baraúnas nunca foi um exemplo de gestão financeira, mas a crise no clube teve estopim em 2015, quando uma intervenção judicial por irregularidades administrativas retirou o antigo presidente e deixou o então advogado do clube, José Carlos Brito, no comando.

Cada fez mais asfixiado financeiramente, o Baraúnas foi rebaixado à segunda divisão potiguar em 2018, em outro ano bastante conturbado. Antes do início do torneio, o clube cogitou não dfisputar o campeonato alegando dificuldades financeiros. Depois, voltou atrás e montou o elenco às pressas.

Atualmente, os torcedores José Jerônimo e Bárbara Freitas foram eleitos por aclamação para os respectivos cargos de presidente e vice-presidente e comandarão o processo de reestruturação do clube nos próximos dois anos.

Extra Online

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