Zé Ricardo rechaça deixar o Vasco e cobra punição a torcedores por protesto

Principal alvo da torcida do Vasco da Gama devido ao mau desempenho da equipe neste início de Série B, o técnico Zé Ricardo concedeu entrevista coletiva após mais um empate cruzmaltino na competição, desta vez um 0x0 com a Chapecoense, na Arena Condá, em Chapecó.

Questionado sobre a possibilidade de pedir demissão, uma vez que o presidente Jorge Salgado afirmou que o treinador só deixa o cargo caso isso aconteça (isto é, não há chance da decisão partir da diretoria), Zé garantiu que não cogitou essa ideia e que, enquanto sentir confiança no trabalho desenvolvido junto ao elenco, vai permanecer no comando do time.

– Não passou (pela cabeça a chance de entregar o cargo). Acredito muito naquilo que estamos construindo. Temos um grupo de profissionais muito competente, um grupo de homens. Mas, no futebol, às vezes, as coisas não acontecem da forma como queremos. Até o momento que eu me sentir confortável, confiar nos atletas, quero seguir – disse.

Paralelamente, o treinador argumentou que muitos dos problemas ocorridos atualmente no Cruzmaltino já acontecem há algum tempo. Ele também pediu paciência à torcida para a partida contra a Ponte Preta.

– Sei que é uma situação dura a do Vasco. Existem cicatrizes abertas e acabamos pegando muito dessa rebarba. Lógico que temos que melhorar e evoluir, mas só vejo isso acontecendo com trabalho. Acredito muito nesse grupo. Quem acompanha sabe o quanto ele se dedica. Vamos encarar a Ponte Preta. Já imaginamos o estádio com uma pressão muito grande. Espero que a torcida entenda isso – opinou.

Protestos no aeroporto

Outro tema abordado na entrevista, como não poderia deixar de ser, foi a manifestação de torcedores cruzmaltinos no embarque da equipe a Chapecó, no Aeroporto Internacional Tom Jobim (RIOgaleão), na última quinta (21).

Um dos mais cobrados pelos vascaínos, assim como o gerente de futebol Carlos Brazil, Zé Ricardo lamentou a maneira como a situação foi conduzida. Segundo ele, é preciso punição para coibir atos violentos.

– Entendo a frustração, mas também entendo que essa não é a melhor maneira de protestar. Esse é um problema muito mais profundo pelo o que vem acontecendo com treinadores, equipes, jogadores no Brasil. Recentemente, tivemos episódios que, por pouco, não ocorreram coisas mais graves. Tomara que as autoridades investiguem esses fatos. Temos visto punições dentro dos estádios, por que não fora deles também? – questionou.

Por fim, o treinador criticou a falta de investimento em educação a nível nacional e afirmou que o protesto é um exemplo do que está presente no nosso dia a dia

– Está faltando educação à sociedade brasileira. Um país que peca pela falta de investimento na educação vai pagar o preço uma hora. Espero que não aconteça mais. Não desejo ver cenas como essa com ninguém que trabalha no futebol ou em qualquer outra área – concluiu.

Próximo jogo

O Vasco volta a campo na próxima quarta (27), contra a Ponte Preta. O duelo, válido pela 4ª rodada da Série B, acontece às 21h30min, em São Januário.