Miranda é o atleta mais longevo no atual elenco do Vasco

O zagueiro é o jogador mais longevo do Vasco da Gama neste Brasileiro, mas segue em busca de espaço no time titular.

Miranda em ação pelo Vasco
Miranda em ação pelo Vasco (Foto: Rafael Ribeiro)

No últimos dias de 2011, Cássio assinou com o Corinthians sem saber se seria titular, tampouco imaginava que o ano seguinte lhe faria protagonista na história do clube. Assim como Pedro Geromel, que aos 28, era um “desconhecido” com rodagem na Europa e retornou ao Brasil para viver o auge no Grêmio. Ou Tinga que voltou ao Fortaleza em 2017 para disputar a Série B e fazer parte da grande reestruturação que colocou o Leão em um lugar mais alto no cenário nacional.

Os três jogadores têm algo em comum, suas imagens se confundem com os times que defendem, como se tivessem nascido com as cores e a história, e no futuro dificilmente terão seus nomes dissociados de suas equipes. E não estão sozinhos.

O ge listou os 20 jogadores mais longevos em atividade por seus clubes na Série A do Brasileirão. Para os jogadores formados no clube, vale a data da primeira vez em que foram relacionados entre os profissionais.

São nomes que ostentam mais de uma década, como Cássio e João Paulo, ou do lateral Natanael que, com apenas 3 anos entre os profissionais, está na base da reformulação pela qual passa o Coritiba. Confira a lista feita pelo Espião Estatístico:

Veja um resumo da biografia dos jogadores

Cássio – Corinthians – dezembro 2011

Cássio não vivia um grande momento no PSV, da Holanda, e foi negociado junto ao Corinthians. Não chegou como estrela e ficaria no banco nos primeiros meses. Até que passou a se destacar na Libertadores de 2012 e colocou seu nome na história do clube ao conquistar o torneio continental e, na sequência, o Mundial de Clubes. Desde então, o goleiro se consolidou como referência no país, esteve entre os convocados para a Copa do Mundo de 2018 e conquistou duas edições do Brasileirão. Seu contrato com o clube vai até o fim de 2024. Aos 36 anos, ele quer mais.

– Vivo ano a ano. Tenho meta de jogar até os 40 anos, mas não quer dizer que vou ficar até os 40 anos no Corinthians. Quando o Corinthians achar que meus serviços não servem mais, vou seguir minha vida e ser grato eternamente. O Corinthians me ajudou quando precisava e eu me dediquei ao máximo para ajudar o Corinthians – disse em entrevista recente.

João Paulo – Santos – outubro 2013

A trajetória de João Paulo no Santos é marcada pela paciência. O goleiro constou na lista de relacionados para uma partida profissional pela primeira vez em outubro de 2013, mas a oportunidade de entrar em campo demorou a chegar. Ele precisou voltar à base com a qual conquistou a Copa São Paulo de 2014 e passou dois anos aguardando uma oportunidade. Até que Dorival Jr., em 2016, o colocou em um jogo amistoso contra o Benfica. Amistoso para os outros, para o arqueiro foi a oportunidade de defender um pênalti e se consolidar como terceiro goleiro.

O primeiro jogo como titular em uma partida de campeonato ocorreu em 2017, quando Vanderlei e Vladimir estavam indisponíveis. Em 2020, ele se tornou titular absoluto e um dos nomes mais respeitados pela torcida.

– O Santos me formou como atleta e como homem. Sei que é difícil um atleta passar tanto tempo num clube e me sinto honrado. Tudo que tenho na vida, foi graça aos Santos. Trabalho bastante e ser considerado um dos pilares da equipe é sinônimo de reconhecimento. Fico feliz por isso e espero continuar contribuindo por muito tempo.

O momento do Santos no Brasileirão não é dos melhores, mas uma certeza é que pode contar com a técnica e a liderança do goleiro João Paulo em busca de se manter na Série A.

Pedro Geromel – Grêmio – dezembro de 2013

Não se sabia o que esperar de Geromel quando o zagueiro chegou a Porto Alegre depois de passar 10 anos na Europa sem grande destaque. Na apresentação, ele admitiu que o receio da torcida com a sua chegada era algo normal, mas se transferiu para o Grêmio, seu primeiro clube profissional no Brasil, para mostrar valor e conquistar títulos. E pagou a promessa. Com muita técnica e forte poder de marcação fez a zaga do Grêmio, ao lado de Kanneman, uma das mais temidas do continente. E conquistou uma Copa do Brasil (2016), uma Libertadores (2017) e seis estaduais.

– Quando cheguei o Grêmio estava há 15 anos sem conquistar um título e a pressão era enorme, e em 2016 conseguimos ganhar a copa do Brasil e isso meio que resgatou o orgulho de ser gremista do torcedor, e desde 2016 estamos conquistando títulos todos os anos e fico muito feliz por fazer parte disso tudo.

Quase dez anos depois, Geromel continua sendo uma referência do Tricolor Gaúcho, que agora busca o título do Brasileirão.

Matheus Alves – Goiás – janeiro de 2014

Matheus Alves foi formado no clube goiano e se consolidou no profissional no ano de 2019. Atualmente, ele é suplente de Tadeu, que é uma das referências do Esmeraldino.

Thiago Heleno – Athletico-PR – janeiro de 2016

O zagueiro é símbolo de uma das fases mais vitoriosas da história do Athletico-PR. Após se destacar no Figueirense, o time do Paraná venceu a concorrência com outros clubes para ficar com o jogador. Sob o comando do “general” Thiago Heleno, o Furacão conquistou cinco títulos: duas Sul-Americanas 2018 e 2021) e três Paranaenses (2016,2020 e 2023).

Gatito Fernández – Botafogo – janeiro de 2017

Gatito é outro que se destacou no Figueirense. Na sequência, se mudou para o Botafogo para ocupar a reserva de Jefferson. Com a aposentadoria do ídolo alvinegro, o paraguaio assumiu a titularidade absoluta com muita competência, caiu no gosto da torcida ao salvar dois pênaltis na conquista do Carioca de 2018 e defesa e defesa se consolidou como um dos líderes da equipe. Nas últimas temporadas, o goleiro conviveu com lesões e acabou perdendo espaço para o ascendente Lucas Perri, mas não deixa de ser um dos pilares do Botafogo.

Juninho – América-MG – fevereiro de 2017

Foi de Juninho a tarefa de falar sobre o rebaixamento do América-MG consumado na última semana. O volante e capitão do time é uma das referências da equipe que se manteve na Série A nas últimas temporadas, surpreendendo por um bom futebol e participações em torneio internacionais. Juninho chegou à equipe em 2016 por empréstimo e foi bem. O desempenho chamou a atenção e tornou a negociação pela renovação mais difícil. Ele chegou a ficar com um pé fora do clube, mas assinou, de vez, em fevereiro de 2017 para deixar seu nome marcado no clube.

Luan – Palmeiras – abril de 2017

Um ano depois de conquistar o ouro olímpico pelo Brasil, Luan deixou o Vasco para defender o Palmeiras. Após um início irregular, ele se firmou na zaga em um dos períodos mais vitoriosos da história do clube. Foram dois títulos do Brasileirão (2021 e 2022), duas Libertadores (2020 e 2021), uma Copa do Brasil (2020) e três paulistas (2020, 2022 e 2023). Ao lado de Gustavo Gomez, mais uma vez Luan vai tentar proteger a defesa palmeirense em busca de mais um Brasileiro.

Everton Ribeiro – Flamengo – junho de 2017

O futuro de Everton Ribeiro no Flamengo ainda é incerto. Seu contrato está perto de terminar e ainda não há um acordo para renovação. Isso, entretanto, não apaga a trajetória do meia pelo clube. O jogador foi uma das contratações fundamentais para o Rubro-Negro formar um dos elencos mais vitoriosos de sua história. Ao todo, foram duas Libertadores, dois brasileiros, uma Copa do Brasil e dois cariocas sob o ritmo ditado por Everton e Arrascaeta.

– Eu, por exemplo, estava sossegado em Dubai. Morava na beira da praia, vinha jogando bem num dos times mais tradicionais de lá, vencendo jogos do campeonato e com um contrato de quatro anos para cumprir. Essa equação, pra mim, era o ideal de tranquilidade. Por que eu mudaria? Porque era o Flamengo me chamando, pô! Se entrou o Mengão na equação, o resultado vai ser outro, não tem jeito – disse em entrevista recente ao site The Player’s Tribune.

Arboleda – São Paulo – junho de 2017

Na última semana, o equatoriano Arboleda completou 250 jogos pelo São Paulo e se tornou o quarto estrangeiro com mais atuações pelo clube. Nome de confiança do técnico Dorival Jr, o lateral ajudou a equipe a conquistar o título inédito da Copa do Brasil, neste ano. Em 2021, Arboleda havia vencido o Paulistão.

Tinga – Fortaleza – dezembro de 2017

Tinga é um dos ídolos do Leão do Pici. Depois de vencer o Cearense de 2015, ele passou um tempo fora do clube e voltou para conquistas ainda maiores. Em 2018, ajudou a equipe a ganhar a Série B e depois, com raça e técnica, liderou o Fortaleza no pentacampeonato cearense e nas conquistas da Copa do Nordeste (2019 e 2022). Neste ano, bateu na trave na decisão da Sul-Americana. Mas o revés não apaga o afeto da torcida por ele, seja nas ruas da cidade ou nos imponentes mosaicos nas arquibancadas do Castelão.

Rodrigo Moledo – Internacional – fevereiro de 2018

O experiente zagueiro cumpre suspensão por doping atualmente. Sua carreira é muito conectada ao Internacional, clube em que vive a terceira passagem. Antes, jogou de 2011 a 2013, voltou ao Beira-Rio em 2015, por um ano. Sua atual passagem começou em 2018 e se encerra ao fim desta temporada. Com a camisa do Colorado, conquistou três Gauchões.

Miranda – Vasco – maio de 2018

O zagueiro é cria da base vascaína desde criança, quando ainda jogava futsal. Figurou entre os profissionais em 2018, mas só se consolidou em 2020. Rápido e técnico, ele chegou a se destacar, até que em meados de 2021 foi pego no exame de doping e ficou fora por um ano. No retorno, ainda não conseguiu repetir as atuações de sua melhor fase, mas continua em busca de um espaço no time. No último mês, o zagueiro conquistou o ouro no Pan-Americano, com a Seleção Brasileira.

Réver – Atlético-MG – dezembro de 2018

O zagueiro é um dos ídolos do clube e foi determinante na histórica conquista da Libertadores de 2013, ao lado de Ronaldinho e cia. Ao todo, ostenta 12 títulos com a camisa do Galo, o que o coloca na posição de maior vencedor da história do clube. Após passar algumas temporadas em Internacional e Flamengo, ele voltou à Belo Horizonte e joga sua quinta temporada seguida aos 38 anos.

– Acho que meu ciclo vem se aproximando do encerramento, com o passar dos dias. O que fica marcado são as conquistas. E sobre isso, nem tenho muito o que falar (risos) – disse, após a conquista do Campeonato Mineiro deste ano.

Ganso – Fluminense – janeiro de 2019

Ganso chegou ao Rio sob muita expectativa num aeroporto lotado de torcedores. Em sua trajetória no clube percorreu altos e baixos. Depois de uma sequência importante em 2019 e 2020, ele chegou a ficar um período longo sem jogar sob o comando de Roger Machado, em 2021. No ano seguinte, ele voltou a ser protagonista, principalmente depois da chegada de Fernando Diniz. É um dos pilares do estilo de jogo baseado numa rápida e envolvente troca de passes que culminou na conquista da Libertadores de 2023. Também conquistou o Carioca por duas vezes (2022 e 2023).

Léo Ortiz e Aderlan- Bragantino – abril de 2019

Contratados de forma conjunta, os jogadores são a base do projeto do Massa Bruta que nos últimos anos vem demonstrando um bom futebol aliado com eficiência, que desafia as grandes equipes do país. Ambos chegaram para a disputa da Série B, subiram para a primeira divisão e chegaram a decidir uma Sul-Americana. Neste ano, o time está no páreo pelo Brasileirão.

Mateus Claus – Bahia – dezembro de 2019

Mateus Claus chegou ao Bahia em 2019 após um bom desempenho no Pelotas, do Rio Grande do Sul. É um jogador que subiu com o time da Série B, como titular na reta final, mas que perdeu espaço nesta temporada.

João Carlos – Cuiabá – dezembro de 2019

Mais um goleiro da lista, João Carlos tem seu legado no Cuiabá. Ele foi titular da equipe durante toda a disputa da Série B de 2020, que culminou no acesso. Mesmo com a chegada de Walter à equipe titular, ele não deixou de exercer sua liderança e motivar seus companheiros.

Natanael – Coritiba – janeiro de 2020

O lateral do Coritiba, de apenas 21 anos, é uma das referências da equipe que passa por uma reformulação, com a chegada da SAF. O desempenho na última temporada, com o título paranaense e acesso à Série A, chamou a atenção de outros clubes do país, mas o Coxa conseguiu segurar o “piá do Couto”. Tem contrato até 2025.

Filipe Machado – Cruzeiro – janeiro de 2020

O volante viu os dois lados da moeda do Cruzeiro. Em 2020, Filipe Machado disputou a Série B em um dos momentos mais difíceis do clube. Ele mesmo passou por uma baixa após contrair Covid-19 e ser submetido a quatro cirurgias que o tiraram a temporada. Em 2022, ele voltou a jogar pela Raposa e fez parte do elenco que conseguiu levar o time à elite, com o título da Série B. A temporada atual não está fácil para o Cruzeiro, mas superar as adversidades não é novidade para Machado.

Fonte: Globo Esporte

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1 comentário
  • Responder

    Miranda é infinitamente melhor que “MERDEL!”

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