Veja o que levou o Conselho optar por reprovar as contas de 2018 do Vasco

O Conselho Deliberativo do Vasco da Gama reprovou as contas de 2018 da gestão do presidente Alexandre Campello.

Por onze votos de diferença, as contas do Vasco de 2018, primeiro ano da gestão do presidente Alexandre Campello, foram reprovadas. Em votação na noite desta quinta-feira, na sede náutica do clube, na Lagoa, 99 conselheiros votaram pela reprovação, enquanto 88 optaram pela aprovação. A votação foi nominal, e teve recontagem dos votos por parte do mandatário. Estas contas de 2018 foram auditadas pela empresa especializada BDO.

Foi a segunda reunião para tratar sobre o tema. Em outubro do ano passado, os conselheiros já haviam se reunido para votar as contas de 2018, mas uma confusão generalizada entre membros políticos na sede náutica do clube e Roberto Monteiro, presidente do Conselho Deliberativo do clube, acabou suspendendo a reunião por tempo indeterminado.

As contas auditadas pela BDO foram aprovadas com ressalvas, apontando uma somatória de três valores em R$ 41.637.000,00 para os quais, segundo o relatório de conclusão, “não foram obtidas evidências de auditoria apropriada e suficiente quanto a sua existência e realização”, deixando de opinar sobre o acontecimento.

A conclusão do documento também chama a atenção para um problema com o Profut. Em 2018, o Vasco obteve aproximadamente R$ 36 milhões em depósitos judiciais para quitação de parte do endividamento no âmbito desse programa. Entretanto, em 2019, o clube recebeu uma notificação da Receita Federal referente a diferenças nos pagamentos efetuados até então. Ou seja, o documento aponta uma diferença entre o valor obtido em 2018 e o valor pago em 2019, se eximindo de opiniões sobre. Entretanto, o Cruz-Maltino renegociou a dívida no fim de 2019 e fez um reparcelamento do valor total da dívida.

Fontes relataram para o LANCE! que a reprovação não se tratou de um ato político da oposição da gestão do presidente Alexandre Campello, mas sim pela falta de explicações apresentadas pela situação aos valores de ressalva apontadas pelo relatório da auditoria.

O próximo passo após a reprovação das contas seria de uma nova auditoria realizada por uma empresa diferente, que seria escolhida pelo Conselho Deliberativo. Entretanto, a situação apresenta brechas para que a gestão responda judicialmente sobre a reprovação das contas apresentadas.

Esta foi a segunda vez na história que um presidente do Vasco teve suas contas em exercício reprovadas. A gestão de Roberto Dinamite teve as contas reprovadas por todos os anos de seus dois mandatos. Logo depois, Eurico Miranda retornou à presidência do clube e, por três anos, teve suas contas aprovadas.


Lancenet

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