Veja como o ataque do Vasco funciona com e sem Vegetti

Vasco da Gama jogou sem o artilheiro Vegetti na partida contra o Santos, que terminou 6x0 para o Cruzmaltino.

Vegetti em Vasco x Inter no Beira-Rio
Vegetti em Vasco x Inter no Beira-Rio (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)

A histórica goleada do Vasco por 6 a 0 sobre o Santos, no último domingo, no Morumbis, trouxe um pouco de justiça ao time de Fernando Diniz, que vinha de jogos em que criava muito, mas não conseguia transformar as oportunidades em gols. A exibição, a melhor da equipe sob seu comando e sem a presença do goleador Pablo Vegetti, suspenso, também traz um dilema para a sequência da temporada: seguir atuando com um ataque mais móvel, sem um “camisa 9 clássico” como o argentino, ou retomar a proposta que vinha sendo utilizada nos jogos anteriores, com o Pirata como referência do último passe.

Ídolo da torcida, Vegetti tem números inquestionáveis. Artilheiro do Brasil, com 22 gols na temporada, e vice-artilheiro do Brasileirão, com dez, o atacante é o nome do cruz-maltino desde que chegou ao clube, no 2º semestre de 2023. Após a retomada das competições depois da Copa do Mundo de Clubes, porém, há uma nítida falta de sintonia entre as ideias de jogo de Diniz e o estilo do argentino.

Artífice da finalização, do poder físico e do posicionamento, Vegetti contribui pouco, em termos de passe, para a construção ofensiva — fase de jogo que, com Diniz, exige um bom número de jogadores. Como consequência, nas partidas em que o Vasco precisa ser mais criativo e inventivo, o camisa 99 tende a ficar isolado, atuando como arma na bola aérea ofensiva e defensiva e na recomposição.

O Vasco com e sem Vegetti
O Vasco com e sem Vegetti (Foto: Reprodução Jornal O Globo)

Contra o Santos, seu substituto foi David, que não atuou exatamente como um camisa 9. Esteve aberto pela esquerda, com entradas ocasionais na área, assim como Rayan no lado direito — posicionamento que permitiu a Nuno Moreira sair da ponta e voltar a assumir um papel de articulador que flutua pelo meio, posição em que se destacou nas vezes em que Philippe Coutinho esteve ausente.

Como num efeito cascata, o próprio Coutinho cresceu ao revezar por dentro com o português. Nos últimos jogos, o camisa 10 vinha exercendo uma função de criação mais fixa, com mais tempo de posse, por vezes precisando recuar quase até a linha de volantes para buscar a bola. No Morumbis, teve liberdade para qualificar a troca de passes onde foi necessário, fez tabelas mais curtas e rápidas, ampliou numericamente as triangulações vascaínas no último terço e até invadiu o espaço aberto nas costas da defesa do Santos — movimento em que o Vasco vinha tendo dificuldades. Assim, marcou seu segundo gol na partida, em linda cavadinha sobre o goleiro Gabriel Brazão.

Em comparação aos cinco últimos jogos que disputou, foi a partida em que Coutinho mais teve ações com a bola, segundo o Sofascore: 89, contra uma média de 56 por jogo. Foram dois passes decisivos do camisa 10, além de três de Nuno Moreira e David, com quem mais se associou.

Essa ideia, sem uma referência na área, mas sim no meio-campo, permitiu ao Vasco crescer coletivamente: o time foi bem mais efetivo com menos ações do que nas últimas partidas. Ainda em números do Sofascore, os comandados de Diniz finalizaram menos (14 contra 17,2), trocaram menos passes (504 x 539) e tentaram muito menos cruzamentos (10 x 33,6) que a média das cinco partidas anteriores. Por outro lado, aumentaram as ações dentro da área adversária (de 14,3 para 18) e as grandes chances criadas (de 2,4 para 5).

— Sempre soube que poderíamos jogar sem um atacante de referência. Poderia ter colocado o David como referência substituindo o Vegetti. Treinamos com ele assim, mas não ficou bom. E no treino já ficou boa essa formação com o David mais aberto partindo da esquerda para flutuar no meio das linhas, atacando o espaço, com Nuno e o Coutinho fazendo um papel semelhante de falso 9, com muita liberdade para jogar — contextualizou o treinador na entrevista coletiva no Morumbis.

Agora, cabe a Diniz tomar o que pode ser uma das mais importantes decisões de sua atual passagem pelo Vasco. A ver como será a escalação do cruz-maltino amanhã, contra o Juventude, no Alfredo Jaconi, em mais um confronto direto na parte de baixo da tabela.

Fonte: O Globo

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2 comentários
  • Responder

    O Vasco precisa de opções, não é possível um time como o Vasco depender de um único jogador de ataque na área. Mas, o problema não é o Vegetti, tem algo a mais aí. O time sofre apagões e repente o Vegetti não joga e o time vira um iluminado.

  • E agora DINIZ
    Como vc vai descascar esse pepino.
    Volta Vegetti ou mantém o ataque do jogo contra o SANTOS.

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