Vasco e Botafogo se encontram em situações bem diferentes e com rivalidade aflorada

Enquanto o Vasco da Gama luta para conseguir uma vaga quase impossível no G4, o Botafogo está com o pé na primeira divisão.

Ricardo Graça durante o jogo contra o Botafogo
Ricardo Graça durante o jogo contra o Botafogo (Foto: Divulgação/Vitor Silva)

Vasco e Botafogo se encaram hoje (7), em São Januário, pela Série B do Campeonato Brasileiro, às 16h. O clássico carioca coloca em lados opostos clubes que começaram a temporada em cenários parecidos, mas que, atualmente, se encontram em situações bem diferentes.

Dono da casa, o Cruz-Maltino vive um drama. Na oitava colocação, com 47 pontos, a equipe do técnico Fernando Diniz vê as chances de acesso serem bastante remotas, estando a um passo de amargar a permanência na segunda divisão nacional, o que vai gerar grande impacto esportivo e financeiro. O Alvinegro, por sua vez, está na segunda posição, com 59 pontos, e o retorno à elite do futebol brasileiro indica ser apenas uma questão de tempo.

Tanto Vasco quanto Botafogo, no fim do ano passado, passaram por processos eleitorais com bastidores conturbados — no caso do clube da Colina, o pleito chegou a parar no Supremo Tribunal Federal (STF) —, com as novas gestões assumindo em janeiro. Foram rebaixados ao fim da edição de 2020 e não conseguiram bom desempenho no Carioca. O início no Brasileiro também foi cambaleante em São Januário e em General Severiano, mas, ao longo da temporada, as diretorias analisaram de forma diferente os obstáculos, as semelhanças ficaram de lado e se distanciaram na tabela.

No Cruz-Maltino, o organograma do departamento de futebol não obedeceu o apresentado na eleição, e ficou sob o comando apenas do diretor executivo Alexandre Pássaro. A pasta acumulou erros, demorou a detectar carências, e viu o time nem sequer pisar no G4 ao longo de toda a Série B, mesmo com um dos elencos mais caros.

O clube optou por acertos com jogadores mais tarimbados, mas que acabaram não correspondendo, por inúmeros motivos. Ao todo, foram três técnicos, Marcelo Cabo, Lisca e Fernando Diniz, e os resultados ruins se repetiram.

Em coletiva realizada na última quarta-feira, Jorge Salgado admitiu que o futebol não rendeu o esperado, e, mesmo antes da derrota para o Guarani, já falava sobre a possibilidade de conseguir o acesso à Série A apenas em 2022.

“Quando olha para a tabela, se analisa que o futebol foi mal e a administração se perdeu. Agora, olhando o dia a dia, tivemos avanços consideráveis no departamento de futebol. O Vasco não pontuou como a gente imaginava, isso acontece no futebol. Vocês da mídia, por exemplo, apontavam o Grêmio como um forte candidato ao título da Série A pelo time e pela estrutura, e agora você vê onde o Grêmio está. O futebol tem surpresas. O importante é não perder o foco. Se não for agora, vai ser no ano que vem. A gente trabalha com perspectiva de melhorar o clube. Acho que temos condições de subir para a primeira divisão, sim. É difícil, mas ainda temos chances”, disse.

O Botafogo, por outro lado, está com um pé na primeira divisão. Segundo a Universidade Federal de Minas Gerais, as chances de acesso são de 98.5%, e o retorno pode ser concretizado, matematicamente, até de forma antecipada.

Após o Estadual, a diretoria foi ao mercado por reforços e contratou nomes que se tornaram importantes na campanha, como o meia Chay, o atacante Diego Gonçalves, o lateral Daniel Borges e os volantes Oyama e Barreto. Naquele momento, algumas arestas tiveram de ser aparadas nos bastidores, como entre o CEO Jorge Braga e o departamento de futebol.

Os primeiros passos na Série B não foram animadores. A demissão de Marcelo Chamusca aconteceu um pouco antes da saída de Cabo no Vasco e as cúpulas, inclusive, tiveram Lisca na mira. O Cruz-Maltino “levou a melhor”, e o Alvinegro acertou com Enderson Moreira. Com o treinador, o trabalho engrenou e a equipe conseguiu uma sequência de bons resultados. Sob seu comando, o aproveitamento é, até aqui, de 73%.

“Acho que temos de enaltecer muito os atletas que estão aqui, valorizar todos eles que estão se dedicando nesta recuperação. Até pouco tempo atrás, talvez não tivéssemos condições de pensar em poder buscar esse G4, pela distância, pelas dificuldades. Hoje estamos dentro do G4. Agora, nossa dificuldade vai ser muito maior. Se foi difícil chegar, vai ser mais difícil se manter. Então, temos de enaltecer o grupo”, disse Enderson, após a vitória sobre o Remo, no início de setembro.

Rivalidade aflorada

A Série B aflorou a rivalidade entre Vasco e Botafogo. Após a queda, e atravessando momentos que tinham semelhanças, a comparação dos elencos foi natural e gerou brincadeiras nas redes sociais, e a disputa pelo técnico Lisca foi um fator que ajudou neste processo. Após a vitória sobre o Confiança, os alvinegros deixaram o Nilton Santos sob o canto de “Ei, você aí, o Bota vai subir, o Bota vai subir (o Vasco não)”, que viralizou.

Inclusive, a tradicional aliança entre as torcidas organizadas parece correr perigo. É que o Botafogo esgotou seus ingressos para o espaço visitante em São Januário, mas algumas ameaças estão sendo feitas pelas redes sociais e o clima é de tensão para o clássico.

Fonte: Uol

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