Vasco volta a pecar nas finalizações e é castigado com empate cruel

Mesmo tendo uma de suas melhores atuações no Brasileiro, Vasco da Gama repetiu velhos erros que custaram a vitória contra o Internacional.

Hugo Moura em Vasco x Internacional
Hugo Moura em Vasco x Internacional (Foto: Ricardo Duarte/Internacional)

O empate em 1 a 1 contra o Internacional teve um sabor amargo para o Vasco por dois motivos: o grande primeiro tempo que a equipe de Diniz teve no Beira-Rio e a arbitragem de Flavio Rodrigues de Souza, que revoltou a direção, o técnico e o elenco vascaíno. A expulsão de Léo Jardim por cera marcou uma partida em que o Vasco criou para abrir dois ou três gols de diferença, mas não teve a capacidade de repetir a boa atuação no segundo tempo e viu o empate sair no fim do jogo.

O Vasco criou o suficiente no primeiro tempo para fazer mais de um gol contra o Internacional. Até os 35 minutos, a equipe havia tido quatro chances claras — duas desperdiçadas por Vegetti; um chute de Paulo Henrique que desviou no Bernabei e obrigou Rochet a fazer um milagre; e o gol marcado por Rayan. A falta de pontaria do argentino, que não vive boa fase, impediu que a equipe de Diniz aumentasse a vantagem no primeiro tempo.

Por outro lado, o Vasco quase sofreu o empate em uma pressão do Internacional ainda antes do intervalo. Aos 36 minutos, Gustavo Prado obrigou Léo Jardim a fazer uma defesaça. No escanteio, em sequência, Clayton mandou na trave, e Borré, em novo cruzamento, fez o goleiro vascaíno fazer mais uma boa defesa. Mas o time de Diniz, no primeiro tempo, ainda assustava em contra-ataques, mesmo depois de fazer 1 a 0, graças a David, que voltou muito bem de lesão. O atacante é uma das melhores notícias do clube no segundo semestre.

David puxou ótimo contra-ataque pela esquerda aos 39 minutos e deu passe para Rayan. No entanto, Vegetti se meteu na jogada e tentou um chute sem sentido de fora da área, enquanto o jovem atacante passava correndo pela direita sozinho. David ainda assustou Rochet em uma bomba de fora da área defendida pelo goleiro.

Segundo tempo fraco e marcado por decisão da arbitragem

O Vasco abaixou as linhas de marcação demais no segundo tempo. Naturalmente, o Inter já iria para o ataque com ímpeto para tentar a virada em casa, mas o time de Diniz não conseguiu reter a posse de bola. Pelo contrário, em diversos momentos o Vasco deu a bola ao time do Internacional.

Se o Vasco terminou o primeiro tempo com superioridade nas finalizações (14 x 8) e na posse de bola (56% a 44%), o cenário se inverteu totalmente no segundo tempo. O jogo terminou com 25 finalizações para o Internacional e apenas 15 para o Vasco, enquanto a posse de bola foi para 54% a 46% para os colorados.

A melhor chance do Vasco foi com Rayan, que encontrou Nuno Moreira livre. O português teve a opção de dominar e finalizar, mas preferiu tocar para Vegetti. O argentino balançou as redes, mas estava impedido. Com exceção desse lance, a única vez que o time de Diniz ameaçou o gol de Rochet foi em um chute de fora da área de Rayan.

O Vasco caiu muito de produção durante o segundo tempo. Com Vegetti errando tudo e Nuno Moreira fazendo uma atuação abaixo da média que vem apresentando no Brasileirão, o time carioca parou de ter a bola e parecia ter quase dois jogadores a menos em campo. O Internacional pressionava, mas não abria o placar. Léo Jardim, mais uma vez, e a trave já haviam salvado em outras duas vezes, em chutes de Tabata e Carbonero.

Até que o jogo mudou completamente com a expulsão de Léo Jardim. O árbitro Flavio Rodrigues de Souza foi muito rigoroso ao interpretar que o goleiro do Vasco estava gastando tempo, enquanto pedia atendimento médico por dores nas costas. Após a partida, Diniz, Vegetti e a direção do clube se mostraram revoltados com a arbitragem.

Com um a menos, a vantagem do Vasco durou pouco na partida. Para coroar uma das piores atuações de Vegetti com a camisa vascaína, o atacante, que já poderia ter sido substituído, tentou cortar um cruzamento na área e entregou a bola, na defesa, nos pés de Carbonero, que marcou.

O empate não é um mau resultado no Beira-Rio, mas com a forma que o jogo se desenhou no primeiro tempo e toda a polêmica de arbitragem, o torcedor tem o direito de sentir um gostinho de derrota. Para azedar ainda mais o sabor do ponto conquistado em Porto Alegre, o vascaíno lembra que o time empilhou chances contra Bragantino (antes da pausa), Grêmio e Del Valle, mas também não conseguiu vencer nenhum desses três jogos.

O roteiro de gols perdidos tem se repetido no Vasco de Diniz. Mas a atuação deste domingo trouxe à tona outros problemas que já duram em toda a temporada, como a queda de rendimento do time no segundo tempo, a dificuldade de matar os jogos e a falta de opções no banco de reservas para mudar jogos. Mais uma vez, o treinador se viu sem saída ao olhar para o banco e ver jogadores com quem sabe que não pode contar tanto para decidir uma partida.

Se a atuação no primeiro tempo empolgou o torcedor, a sina das más atuações no segundo tempo provoca inquietação em uma torcida que já encara a permanência na Série A como objetivo da temporada. O Vasco não venceu nenhum dos cinco jogos depois da pausa do meio do ano. Após o choque de realidade com a eliminação na Sul-Americana, o Brasileirão mostra que a preocupação é em se manter fora do Z-4. De preferência, o mais longe possível, e não na 16ª posição, empatado em pontos com o primeiro time da zona de rebaixamento.

Fonte: Globo Esporte

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