Vasco vai recorrer a todas as decisões do tribunal

"Achamos a pena de oito partidas absurda e a de seis jogos também pesada. Além disso, entendemos que o valor da multa é exorbitante".

Jogadores e dirigentes do Vasco envolvidos na confusão após o clássico contra o Flamengo (derrota por 2 a 1, pela Taça Rio) foram julgados nesta quarta-feira pela Quinta Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ). Apesar de punições pesadas para Rodolfo, Eduardo Costa, Fagner e Fellipe Bastos (Diego Souza foi absolvido), todos terão condições de atuar na semifinal da Taça Rio, domingo, contra o próprio Flamengo. O auditor presidente do TJD já avisou que, caso o Vasco recorra (o que vai acontecer nesta quinta), o efeito suspensivo será concedido e os atletas terão condição de atuar até que seja feito um novo julgamento.

– O Vasco vai entrar com o recurso amanhã (quinta-feira), mas a lei obriga que o clube tenha o efeito suspensivo, já que a pena dos atletas ultrapassou duas partidas – explicou Luciana Lopes, advogada do Vasco.

Todas as punições são válidas apenas para jogos do Campeonato Carioca. Ainda não há previsão sobre quando o recurso do Vasco será julgado pelo Pleno do TJD-RJ. Por isso ainda não é possível dizer se o grupo estará completo caso a equipe chegue à final da Taça Rio e à decisão do estadual.

Em sessão que durou quase duas horas dentro de uma pequena sala lotada de jornalistas, o TJD analisou todos os incidentes citados na súmula pelo árbitro Wagner dos Santos Rosa relativas ao jogo Vasco 1 x 2 Flamengo, dia 7 de abril, pela Taça Rio. O clube cruz-maltino foi defendido pela advogada Luciana Lopes, filha de Rubens Lopes, presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro.

Em sua tese de defesa, Luciana Lopes contestou a precisão de Wagner dos Santos Rosa ao relatar os supostos xingamentos e ameaças de agressão sofridas por jogadores após a partida. Diante do árbitro, a advogada pediu que ele reproduzisse, na ordem, as ofensas citadas em seu relatório do clássico.

– Não sou gravador – respondeu o juiz da partida.

Presentes ao tribunal, Diego Souza, Fagner, Fellipe Bastos, Eduardo Costa e Rodolfo apenas assistiram à sessão e não foram convocados para falar. Segundo o Vasco, o depoimento dos atletas não seria relevante, já que apenas negariam as acusações. Assim, alguns deles não esconderam o sono e o cansaço durante o julgamento, como resultado do treinamento realizado na manhã desta quarta-feira.

A procuradoria do TJD-RJ decidu, de pronto, amenizar as denúncias de tentativa de agressão, passando a conduta antidesportiva. Mas isso não impediu que os jogadores sofressem penas pesadas. Eduardo Costa e Rodolfo levaram oito jogos de punição e multa de R$ 10 mil. Fellipe Bastos e Fagner, pegaram seis jogos e multa de R$ 5 mil, e Diego Souza foi absolvido.

Além disso, o presidente Roberto Dinamite foi apenas advertido e o diretor de futebol Daniel Freitas pegou 30 dias de suspensão, mais multa de R$ 10 mil. O Vasco ainda foi punido com perda de mando de campo por quatro partidas e multa de R$ 32,4 mil. Tudo por conta do comportamento de sua torcida, que atirou cadeiras na direção do gramado do Engenhão. Mas como as multas individuais são cobradas ao clube, o montante total é de R$ 92,4 mil. Todas as punições são válidas apenas para o Campeonato Carioca.

– Achamos a pena de oito partidas absurda e a de seis jogos também pesada. Além disso, entendemos que o valor da multa é exorbitante. Por isso, vamos recorrer a todas as decisões do tribunal – disse a advogada Luciana Lopes.

Entenda o caso

Após o último clássico contra o Flamengo, os jogadores do Vasco contestaram a atuação do árbitro Wagner dos Santos Rosa, reclamando de um pênalti e de algumas faltas não marcadas durante a partida. Na súmula, o juiz relatou supostos xingamentos e tentativas de agressão por parte de atletas cruz-maltinos. Além disso, o presidente Roberto Dinamite queixou-se do juiz e disse que o Vasco “foi roubado”. Baseado na súmula, a procuradoria do TJD-RJ incialmente denunciou os cinco vascaínos da seguinte maneira, tendo como base o Código Brasileiro de Justiça Desportiva:

Rodolfo e Eduardo Costa: Praticar agressão física (suspensão de no mínimo 180 dias) e ofensas (quatro a seis jogos de suspensão, mais multa).

Fagner e Fellipe Bastos: Praticar agressão física e invasão do gramado (um a três jogos de suspensão).

Diego Souza: Praticar agressão física.

Roberto Dinamite e o diretor de futebol Daniel Freitas também foram indiciados pelas declarações dadas após a partida. Os dois responderam por ofensas. O Vasco também foi denunciado por deixar de tomar providências para prevenir a desordem.

Desde o momento em que a súmula foi publicada no site oficial da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), houve grande controvérsia em relação à atitude de Wagner dos Santos Rosa. O próprio presidente da Ferj garantiu que os jogadores citados não foram expulsos, embora o advogado do árbitro tenha dito o contrário. Por isso, o Vasco decidiu não escalar Eduardo Costa, Fellipe Bastos e Rodolfo na partida contra o Nova Iguaçu, no último domingo, temendo perda de pontos no futuro. Fagner e Diego Souza cumpriram suspensão automática pelo terceiro cartão amarelo.

Em meio a isso, houve polêmica também em relação a uma alteração na lista de jogadores do Vasco anexada à súmula do clássico. As letras “V” (que significariam cartão vermelho) anotadas ao lado dos jogadores do Vasco citados na descrição do árbitro foram apagadas com tinta corretiva. Em comunicado oficial, a Ferj informou que a anotação tratou-se de um rascunho de um funcionário que teria interpretado erradamente a expulsão dos jogadores, mas que foi apagada depois de a entidade confirmar que os atletas não receberam o cartão vermelho.

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