Vasco vacila em retorno a São Januário e fica no lucro com o empate
Rafael Paiva fez modificações que não funcionaram e Vasco da Gama fez um resultado negativo diante do Juventude, em São Januário.
O Vasco voltou a São Januário, na noite deste sábado, depois de mais de 30 dias sem jogar no estádio, com necessidade e projeção de vencer o Juventude. A postura em campo, no entanto, deixou o time longe da vitória. O 1 a 1 ficou de bom tamanho, e a partida terminou sob pressão do adversário.
O técnico Rafael Paiva fez modificações no time que perdeu para o Atlético-MG na quarta-feira. João Victor voltou à zaga, Puma Rodríguez foi o lateral-direito, e Sforza, Payet e Maxime Dominguez entraram do meio para a frente. Apesar de o suíço ter jogado mais aberto, ele tem a característica de puxar para o centro, e a ideia era ter o meio-campo mais povoado.
As principais chances do Vasco saíram das construções por dentro, em chutes principalmente de Payet e Hugo Moura, que terminou o jogo com cinco finalizações. Os dois apareceram nos melhores momentos do time na partida.
– Tentamos a entrada de mais jogadores por dentro, para controlarmos a posse de bola. Não controlamos o jogo como queríamos. Payet, Maxime, Hugo, Sforza… Mas tivemos dificuldade para transitar para a frente… Não tivemos tranquilidade para jogar e acabou sendo um jogo de transição. Foi um jogo que a gente não conseguiu encaixar – avaliou Paiva após o empate.
O Juventude abriu o placar em falha dos defensores vascaínos. Edson Carioca passou como quis por Maicon (e Lucas Piton ficou só olhando) para marcar aos 3 minutos do primeiro tempo. A atuação do lado esquerdo da defesa, aliás, mantém aceso o debate sobre qual dupla de zaga é a ideal – Maicon e Piton tiveram dificuldades por aquele setor, o que mostra que o problema do Vasco vai além de erros individuais. No sábado, o time foi pobre desde a saída de bola.
Escolhido para substituir o suspenso Mateus Cocão, Sforza saiu sob vaias no segundo tempo. A tentativa de fazer a saída de bola curta não tem funcionado. O volante argentino não conseguiu quebrar linhas e, muitas vezes, obrigou o Vasco a apostar na bola longa para o ataque.
O Juventude, por sua vez, percebeu os problemas vascaínos e pressionou o time, não dando espaço para o mandante ter sucesso na transição. Isso aconteceu poucas vezes quando Hugo Moura encostou para receber e buscar o passe vertical. Os laterais do Vasco – Puma e Piton – pouco participaram da construção, seja na saída de bola ou no apoio ao ataque.
Os melhores momentos do Vasco na partida foram quando a equipe subiu a marcação e pressionou o Juventude no seu campo de defesa. Foi assim que saiu o gol de empate, aos 10 minutos: Hugo Moura desarmou Dudu Vieira na entrada da área em um tiro de meta e deixou Payet na cara do gol. O francês limpou e acertou um lindo chute. O time da casa voltou ao jogo cedo e a tempo de retomar o controle para buscar a vitória tão necessária neste momento da temporada.
O problema é que o Vasco foi um time pobre de ideias. A tentativa de Rafael Paiva de mudar as pontas e dar a primeira chance a Maxime Dominguez no time titular não funcionou. O meia suíço e Emerson Rodríguez ajudaram defensivamente, mas pouco produziram no ataque. A participação deles ficou restrita à pressão ao Juventude no jogo sem bola. Payet fez bom primeiro tempo e distribuiu passes, mas a equipe não conseguiu dar sequência às tentativas do francês.
Depois do empate, o melhor momento do primeiro tempo foi do Juventude. Aos 31 minutos, Léo Jardim defendeu cobrança de falta de Gilberto e, no rebote, Danilo Boza acertou a trave.
Na única participação de um lateral, o Vasco quase virou. Aos 7 minutos do segundo tempo, Lucas Piton cruzou e Vegetti cabeceou, obrigando Gabriel a boa defesa. O centroavante pouco foi acionado nos 90 minutos, e o jogo do time de Rafael Paiva não encaixou mais. Aos 28, Léo Jardim ainda salvou chute de Ewerthon.
O técnico trocou o meio e as pontas, mas o Vasco continuou sem produzir. Philippe Coutinho entrou muito mal e errou passes simples – um lançamento que saiu pela lateral, um cruzamento nas mãos do goleiro e uma bola entregue para o adversário contra-atacar.
O Juventude abdicou do jogo ofensivo e, no melhor momento do Vasco, em que o time ocupava mais o campo de ataque, Souza foi expulso aos 41 minutos – apenas três minutos depois de entrar no lugar de Sforza. O cria vascaíno prejudicou a equipe no restante da partida. Chegou atrasado em um lance no meio de campo, sem perigo para o Juventude, e acertou o joelho de Carrillo.
A partir dali o Vasco foi salvo pelas limitações do Juventude: Marcelinho e Jadson perderam chances na cara de Léo Jardim, e Lucas Piton fez milagre em lance que Carrillo demorou a chutar. No fim, a torcida ainda vaiou o goleiro vascaíno, que fez cera para recolocar algumas bolas em jogo – a verdade é que naquele momento o empate era o melhor resultado para o Vasco. E assim foi.
Fonte: Globo Esporte