Vasco traça novas metas para recuperar número de sócios após queda de 74%

Permanência na Série B do Campeonato Brasileiro custou ao Vasco da Gama uma redução de 74% no número de sócios.

Jorge Salgado, presidente do Vasco
Jorge Salgado, presidente do Vasco (Foto: Divulgação/ Vasco)

O Vasco, que chegou a ter pouco mais de 185 mil sócios e assumiu o primeiro lugar entre todos os clubes do Brasil com o boom de 2019, perdeu 74% do seu quadro associativo depois da permanência na Série B do Brasileirão. Além disso, fechou o mês de janeiro de 2022 com 47 mil torcedores registrados.

Os números são do portal de transparência do Sócio Gigante. Em dezembro de 2021, primeiro mês após o fracasso na busca pelo acesso ter sido matematicamente decretado (a última rodada ocorreu em 28 de novembro) o Vasco tinha 47.947 sócios. O número era de 185.404 em dezembro de 2019, o ápice da campanha de desconto feita pelo clube e apoiada pela torcida.

Se a comparação for feita apenas com sócios-torcedores, no mesmo período, a redução é a seguinte: 179.263 a 35.031, ou seja, 80,4%. O número de sócios estatutários, porém, cresceu: de 6.141 a 12.916 ou 110%. Em janeiro de 2022, o último mês com dados oficiais, a divisão do quadro social é a seguinte: 12.933 estatutários, 34.810 torcedores e 47.743 no total.

Como os planos de sócios têm duração de seis meses ou um ano, e levando em consideração que a onda de adesão em 2019 se deu justamente em novembro (numa promoção de Black Friday), as maiores janelas de renovação – ou não – costumam ocorrer no fim e no meio da temporada, de modo que o Vasco não vê estranheza nessa debandada.

Além do desempenho ruim no futebol, que tem impacto direto na manutenção dos sócios, as restrições causadas pela pandemia também atrapalharam, na avaliação do clube. Em janeiro do ano passado, o Vasco ainda tinha pouco mais de 70 mil sócios. É por isso que há uma certa expectativa diante do afrouxamento dos protocolos, que possibilitam o retorno da torcida ao estádio e a retomada de experiências, por exemplo.

– Estamos trabalhando pesado na reestruturação do programa para que seja amplo – explica Bruno Souza, coordenador do programa de sócios do Vasco.

– As limitações da Covid estão diminuindo: estávamos sem público, passamos a ter público reduzido mediante teste e agora temos capacidade total, mas ainda mediante protocolos de vacinação. O futebol vem entregando bons resultados no campeonato… – pontua ele.

No mês passado, o clube anunciou um reajuste no valor dos planos que entrou em vigor agora em fevereiro, o que gerou crítica de alguns torcedores. Vitor Roma, vice-presidente de marketing do Vasco, acalmou os ânimos em resposta nas redes sociais explicando que os preços não eram reajustados já há algum tempo; e que os novos valores valem apenas para contratação e renovação de planos.

O sócio-torcedor “Camisas Negras”, que tem o preço mais acessível, passa a pagar R$ 9,98 por mês e tem direito, por exemplo, a 10% de desconto nos ingressos e promoções nas redes de parceiros. O maior aumento ocorreu na categoria “Caldeirão”, que dá até 70% de desconto em entradas: o torcedor agora paga R$ 36,98 mensais.

Novos benefícios

Desde o ano passado, o Vasco modificou a estratégia do sócios-torcedor, que começou a concentrar esforços numa rede de benefícios em vez de focar apenas nos descontos em ingressos. O clube firmou uma parceria com a Easy Live e, dessa maneira, passou a oferecer mais de 600 ofertas em produtos e serviços que o torcedor usa no dia a dia: comida, transporte, entretenimento…

– Então, hoje, além do benefício dos ingressos, o sócio já tem um grande clube de vantagens – destaca Vitor Souza.

Outras funcionalidades também estão a ponto de sair do papel. Como por exemplo:

  • “De sócio para sócio” – Um espaço dentro da plataforma do programa de sócio onde o vascaíno empreendedor poderá anunciar o seu negócio, de forma gratuita, para outros sócios.
  • “Eu fui!” – A ideia é catalogar todos os jogos do Vasco na plataforma e permitir ao sócio que marque aqueles em que ele foi. Isso vai gerar um painel com as estatísticas do sócio: quantos jogos ele foi? Quantos estádios conheceu? Quantas vitórias, empates e derrotas ele viu?

– Também estamos revisando nossa estratégia de comunicação e experiência com o sócio. Ficamos (e de certo modo ainda estamos) com limitações de interação devido à pandemia. A medida que os protocolos contra a Covid forem se tornando mais flexíveis, queremos fomentar a experiência dos sócios com o clube – pontuou Vitor.

– No final do ano, por exemplo, promovemos a 1ª Copa de Pênaltis de Sócios em São Januário, onde 16 sócios disputaram entre si um mata-mata. Os sócios saíram extremamente felizes de terem tido a oportunidade de não só pisar no gramado, mas de certa forma, competirem e marcarem gols na colina – concluiu ele.

Fonte: Globo Esporte

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