Vasco tenta trazer árbitro de fora para apitar jogo contra o Flamengo

Basta alguém duvidar de que o Vasco terá fôlego para continuar lutando em duas frentes até o fim da temporada para os jogadores reunirem forças, tiradas não se sabe de onde, e contrariarem todas as expectativas. Hoje em dia não é bom negócio duvidar do poder de superação da equipe. O Vasco parece um time movido a desafios.

Quanto mais difícil é a tarefa, mais o grupo se empenha. É como se não houvesse missão impossível para Cristóvão e seu jogadores.

— Quanto mais difícil é o desafio, melhor é a sensação de ultrapassá-lo.

Isso não é só no futebol. Também é assim na vida. Contra Botafogo e Fluminense, disseram que não teríamos pernas para vencer depois do esforço que fizemos contra Universitario do Peru e Universidad de Chile. Fomos lá e vencemos. Está dando enorme prazer contrariar a lógica — disse, ontem, o goleiro Fernando Prass, entre uma foto e outra com torcedores, pouco antes do embarque da delegação para o Chile, onde amanhã o Vasco enfrenta o Universidad de Chile, no segundo jogo das semifinais da Copa Sul-Americana. Hoje, Velez-ARG e LDU-EQU jogam pela outra semifinal.

Os equatorianos venceram o primeiro jogo, em Quito, por 2 a 0.

Bernardo destaca união A torcida tem reconhecido o esforço de todos e estado ao lado do time em todos os momentos. Ontem, dezenas de torcedores foram ao Aeroporto Tom Jobim incentivar os jogadores.

Esta sinergia explica, em parte, a presença de Juninho Pernambucano na delegação. Com dores do ombro e muito cansado, o veterano, de 36 anos, chegou a ser dúvida para a viagem. Mas ele mesmo pediu para viajar. Dos titulares, apenas o meia Felipe não irá ao Chile.

— Não estou 100%, mas até quartafeira dá tempo para melhorar. Agora vamos do jeito que der — comentou Juninho, um dos mais assediados pelos torcedores vascaínos.

Um dos primeiros a chegar ao Tom Jobim, o técnico Cristóvão Borges, num elegante terno preto, abriu um sorriso quando viu a torcida no saguão de embarque. Ele sabe que o apoio do torcedor é mais um combustível para seu time, que vem dando tantas provas de superação que até torcedores de outros clubes parecem contagiados.

— As pessoas estão gostando de ver nossa equipe jogar. Um time para ser campeão tem que ter alma. E o Vasco está jogando com alma de campeão. Estamos transformando obstáculos em motivação. Está todo mundo querendo muito — afirmou o treinador, que pretende escalar amanhã o time titular.

Diego Souza enfrenta o Fla Artilheiro da equipe na temporada mesmo sendo reserva, Bernardo, que já marcou 18 gols no ano, é um exemplo do ambiente que o Vasco conseguiu criar. Considerado temperamental, o meia jamais reclamou da reserva, nem mesmo depois de ser herói, como aconteceu domingo contra o Fluminense no Engenhão.

— Nossa união tem sido fundamental para aguentarmos o desgaste.

Lógico que, como todo jogador, quero jogar. Mas entendo o Cristóvão e respeito suas decisões. Ele e o Ricardo Gomes me fazem sentir importante para o time — disse o jogador.

Mesmo com a cabeça momentaneamente voltada para a Copa Sul- Americana, o diretor executivo Rodrigo Caetano não esquece o Campeonato Brasileiro. Ele ontem confirmou que Diego Souza tem condições de enfrentar o Flamengo, domingo, pela última rodada: — Está tudo esclarecido. A CBF confirmou que o Diego Souza tem dois cartões amarelos e não três, como pensava o Cristóvão.

Segundo Rodrigo Caetano, o Vasco está tentando convencer a CBF a escalar árbitros de fora do Rio e de São Paulo para os jogos Vasco x Flamengo e Corinthians x Palmeiras.

— É para evitar confusão. Um árbitro paulista pode querer que o título fique em São Paulo, e o mesmo pode acontecer no nosso jogo. Por que dar chance ao azar? — comentou o dirigente do Vasco.

Do Jornal O Globo

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