Vasco tem em times pequenos fonte de contratações
Americano e Madureira sempre foram fontes de contratações do Vasco.
Em 2006, o Real Madrid estava em crise após ficar três anos sem conquistar títulos. Uma das explicações apontadas para o insucesso foi a política de contratações batizada de “Zidanes e Pavones”, baseada em adquirir um ou dois nomes de impacto (como Zidane) e promover promessas da base (como o zagueiro Pavón). Com as devidas proporções, foi o que aconteceu com o Vasco nesta década – uma política que poderia ser batizada de “Romários e Wedersons”.
Ao contrário do que vinha fazendo nos anos anteriores, o clube passou a apostar, a partir de 2001, em um ou dois nomes de expressão e se encher de jogadores de times de menor expressão do Rio de Janeiro, principalmente Americano e Madureira. A expectativa era que alguns se destacassem e se tornassem uma boa aquisição por um baixo preço. Mas não foi o que aconteceu. Madson, Pablo e Dedé foram dos poucos que se salvaram em meio a dezenas de contratações mal-sucedidas (veja infográfico no fim do texto).
– Eu fiquei 18 meses sem receber a verba do Bank of America e as cotas de TV. Estava sem recursos e tinha que tocar o clube. Fiz as coisas todas sem recurso, até que depois a gente conseguiu se acertar. É evidente que, sem recursos, você tem que fazer uma série de julgamentos. Então, foi necessário enxugar o departamento de futebol, ou seja, abdicar de uma montagem de grandes contratações. Acho que, mesmo assim, foi uma trajetória boa. Não foi uma trajetória comparável à década anterior, mas não estava levando a problemas maiores, catastróficos – justificou Eurico Miranda, presidente entre 2001 e 2008.
Em 2002, já sem a maioria das estrelas dos títulos do Brasileiro e da Mercosul de 2000, o Vasco apostou em Petkovic e Ramon para o campeonato nacional. Porém, junto com eles chegaram também Wederson, Wellington Jacaré, Luciano Vianna, Bruno Lazaroni, Rogério Corrêa, Léo Guerra e Haroldo, entre outros. O resultado? Um 15º lugar.
– O maior motivo para toda essa queda no número de títulos é a qualidade técnica. Aquele time de 2000 era de muita qualidade, e futebol se resume a isso. Tem que ter quem saiba jogar. Se o clube não contratar bons jogadores, nunca vai conseguir um bom desempenho no Brasileiro – resumiu o atacante Euller, que chegou a São Januário em 2000 e ficou até o início de 2002.
Em 2005, foram contratados Romário e Alex Dias para formar o ataque. Mas eles tiveram a companhia de nomes como Ciro, Eder, Erivelton, Teti e Anderson do Ó. A consequência foi uma pífia campanha no Brasileiro – com a 16ª colocação.
Em sua melhor participação no Brasileiro na década, em 2006, o Vasco tinha em Leandro Amaral e Jean sua força de ataque. No meio, o experiente Ramon foi contratado para atuar ao lado da então promessa Morais. Em grande fase, o volante Andrade também contribuiu para o bom desempenho. Eles foram os destaques de um elenco que também contava com Roberto Lopes, Faioli, Carlão e Fábio Júnior. A vaga na Libertadores escapou na última rodada, e o Vasco teve de se contentar com o sexto lugar.
No ano do rebaixamento (2008), a aposta foi no veterano Edmundo, que encerraria sua carreira no fim da temporada. Junto com Leandro Amaral, ele tinha a missão de levar o Vasco de volta às conquistas. Curiosamente, o pior momento da década veio num ano com poucas contratações de pequenos do Rio – apenas Marcus Vinicius chegou.
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