Vasco tem sofrido com a síndrome do segundo tempo

Nop segundo tempo o vasco aparentemente satisfeito com a diferença mínima no placar, perdeu a pegada no meio de campo e se deixou pressionar pelo Figueirense.

Entre 1916 e 1977, com alguns intervalos nesse período, acontecia no Rio de Janeiro o Torneio Início, que tinha como principal característica o fato de ser realizado em apenas um dia, em um único estádio. Como parece óbvio, não haveria como os jogos durarem uma hora e meia, então as partidas tinham apenas vinte minutos. Apenas a final do torneio tinha duas etapas de meia hora cada.

Pelo que o Vasco vem apresentando nesse Campeonato Brasileiro, incluindo aí o empate com o Figueirense ontem, podemos afirmar que o time da Colina teria grandes chances de ser campeão se as regras do Brasileirão fossem iguais ao do Torneio Início. Mas em uma competição com jogos de 90 minutos, nossa situação só irá melhorar se mudanças acontecerem urgentemente.

Primeiro tempo. O Vasco supera seus desfalques e joga melhor do que poderíamos esperar. Anulando as jogadas do Figueira com uma boa marcação no meio de campo e partindo para o ataque com uma boa movimentação e passes rápidos, criamos chances de gol e dominamos a partida. Diego Souza, que poderia muito bem não dar a mínima para a partida, foi o jogador vascaíno mais perigoso. Dos seus pés saíram as jogadas mais perigosas do time, em chutes de fora da área: no primeiro, o goleiro fez uma grande defesa; no segundo, mais fraco e defensável, o goleiro alvinegro falhou e abrimos o placar. Com o gol sofrido o Figueirense até que apareceu mais, mas o sistema defensivo vascaíno, Fernando Prass, com uma bela desfesa e o travessão (após boa cobrança de falta do Figueira) seguraram a onda até o intervalo.

Segundo tempo. O Vasco volta irreconhecível. Aparentemente satisfeito com a diferença mínima no placar, o time perdeu a pegada no meio de campo e se deixou pressionar pelo Figueirense. As alterações do nosso adversário o deixaram mais ofensivo e antes dos cinco minutos tiveram a primeira chance clara de gol, num pênalti cometido por Dedé. Prass nos salvou de novo, defendendo a cobrança. Ainda assim, o Vasco continuou marcando mal, cedendo espaços ao time catarinense e apenas esperando os contra-ataques (que não surgiam, já que o time começou a errar uma penca de passes).

Ainda criamos três boas chances em bolas paradas. Alecsandro, em duas cabeçadas (uma delas carimbando o travessão) e Nilton também de cabeça quase marcaram, mas fomos nós que acabamos sofrendo o empate, numa jogada com falhas em todos os setores: passe errado do Diego Souza, falta de cobertura pela lateral direita (de onde saiu o cruzamento para a área), nenhum zagueiro pra cortar a bola e, completando a lambança, William Matheus ficou olhando o lance enquanto o atacante chegou com liberdade para estufar as redes.

Pra piorar a impressão que o time provocou na torcida, após o gol o Vasco pareceu se contentar com o empate e não demonstrou ter forças para sair do Orlando Sacarpelli com a vitória. Tanto que a partida seguiu até o fim sem maiores riscos para as duas equipes.

O empate nos fez cair mais uma posição na tabela e agora vimos o Galo abrir dois pontos de vantagem. O campeonato ainda está no início, mas o que preocupa, mais uma vez é a postura da equipe no jogo. Enquanto a síndrome do segundo tempo se abater sobre o Vasco, fica complicado dizer que o time tem qualidade e terá forças para disputar o título até o fim. O Brasileiro é longo e cada ponto perdido dessa forma nos deixará mais longe do penta. Faltam ainda 30 jogos com dois tempos de 45 minutos cada. Abdicando de jogar a metade das partidas a cada rodada, ficará muito difícil se manter no topo da tabela.

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