Vasco sofre com defesa frágil, falta de opções e pouca evolução no Brasileiro

Além da defesa frágil, o Vasco da Gama vê falta de eficiência e de peças no elenco pesarem na derrota para o São Paulo.

Léo Jardim durante jogo contra o São Paulo
Léo Jardim durante jogo contra o São Paulo (Foto: Marcos Ribolli/ge)

Quando Maurício Barbieri pede paciência e bate na tecla de que o Vasco é um time em processo de formação de elenco e ideia de jogo, ele não está errado. O problema hoje é que esse processo parece não andar, e o time sofre com falta de opções e pouca evolução no Campeonato Brasileiro. Não sabe o que é vencer há seis jogos e, no último sábado, sofreu mais uma derrota, desta vez para o São Paulo.

O Vasco não jogou mal no Morumbi. Equilibrou a posse de bola e teve mais finalizações, mas apresentou os mesmos problemas dos últimos jogos: não foi eficiente. Ainda se mostrou mais frágil na defesa do que tinha sido até então no campeonato. O São Paulo criou menos chances, mas conseguiu colocar quatro bolas na rede, aproveitando a liberdade para entrar na área vascaína.

Defesa frágil

O time de Barbieri começou o jogo pressionando o São Paulo e conseguiu de cara uma grande chance, com Galarza exigindo boa defesa de Rafael. O Vasco manteve a bola durante os primeiros 20 minutos e, sempre que perdia, tentava a recuperação logo em seguida.

Foi o que aconteceu, por exemplo, aos 19 minutos. Durante quase um minuto, o Vasco rondou a área do São Paulo. Pumita cruzou de um lado, Piton do outro. Quando o São Paulo recuperou, Galarza fez o desarme em seguida e deixou para Figueiredo chutar com perigo: Rafael mandou para escanteio.

Mas, na leitura de quem escreve esse texto, o grande problema do Vasco no sábado não foi a falta de eficiência, mas, sim, a fragilidade defensiva. O time permitiu que o São Paulo entrasse na sua área com muita facilidade. O Tricolor pisou no setor de Léo Jardim aos 9, conseguiu finalizar um cruzamento aos 14 e, na sua primeira chegada mais perigosa, marcou aos 23.

Pumita e Galarza não fizeram o combate, e Marcos Paulo conseguiu cruzar rasteiro na frente de Robson. Léo permitiu a finalização de Calleri. Uma série de erros. O lado direito defensivo, com Puma e Robson, foi o mais crítico. O zagueiro foi o pior em campo. Em dois lances, quase piorou a situação do Vasco, e falhou nos gols dos paulistas, que ampliaram ainda no primeiro tempo.

  • 33 minutos do 1º tempo: Robson finta Calleri e tenta driblar o atacante, mas é desarmado. Luciano corre para salvar a bola, impede que ela saia e é atropelado por Barros, que recebe o amarelo.
  • 36 minutos: Luciano pressiona Robson, que se complica e entrega mais uma bola para o São Paulo. O camisa 10 dispara e deixa Calleri na cara do gol, mas o argentino bate sem força.
  • 41 minutos: Luciano puxa o contra-ataque e lança Rodrigo Nestor, que dá lindo corte seco em Robson e sai na cara do gol para ampliar.

O São Paulo precisou de apenas cinco finalizações no primeiro tempo para marcar dois gols. A impressão é de que o time de Dorival precisou fazer pouca pressão para balançar as redes. O Vasco muitas vezes marca à distância e oferece muita liberdade para o adversário transitar.

– O jogo de hoje foi no máximo um jogo igual, mas a eficiência deles teve um peso importante. Em relação ao número de finalizações e chances, eles foram mais eficientes. A gente não tem conseguido traduzir esse rendimento em resultados, em gols, em algo que vai nos deixar mais próximo da vitória. É um questão que temos que ajustar. Conversamos no final do jogo, acho que a tônica hoje foi que a gente sofreu gols sem o adversário precisar criar tanto – leu bem o técnico.

Mesma estratégia ofensiva

Assim como foi contra Coritiba e Santos, o Vasco não variou a estratégia ofensiva diante do São Paulo. Foram quase 30 cruzamentos nos 90 minutos, sendo a maioria sem êxito. O time até levou perigo pelo alto e conseguiu assim o seu primeiro gol ainda no primeiro tempo, com Barros aproveitando cruzamento de Piton aos 44 – o volante já tinha assustado assim na rodada passada e surge como trunfo vascaíno na bola aérea ofensiva.

No primeiro minuto do segundo tempo, Pec acertou a trave após cruzamento de Figueiredo. E foi isso. Depois, o Vasco não conseguiu levar mais perigo ao gol de Rafael, a não ser pelo gol de empate, aos 37, com Galarza dominando cruzamento de Carabajal na área e chutando firme no alto.

O São Paulo, por outro lado, triplicou as finalizações no segundo tempo – principalmente após sofrer o empate – e continuou a rondar a área do Vasco sem dificuldades. Luciano, duas vezes, Wellington Rato e Pablo Maia chegaram para chutar antes de o Tricolor marcar dois gols em três minutos, com Beraldo e Juan já depois dos 40 do etapa final. Léo Jardim ainda salvou o Vasco duas vezes.

Barbieri apresentou variação tática, com o time alterando a formação algumas vezes em campo e sendo mais ofensivo no segundo tempo, com uma linha de três atacantes atrás de Pedro Raul em dado momento. Mas o ataque do Vasco foi pouco produtivo.

Sem um meia de criação, a equipe depende de seus atacantes, e Pec e Figueiredo (depois Alex Teixeira, Orellano e Erick Marcus) não ajudaram na construção – Pedro Raul perdeu algumas chances de segurar a bola na frente e dar sequência aos ataques vascaínos. O Vasco é um time com dificuldades de marcar gols e, quando sofre, acaba mais exposto defensivamente.

Falta elenco

Não tem como fugir do assunto elenco. E esse é o principal motivo para entender a estagnação no processo. Faltaram peças ofensivas na primeira janela, e o Vasco volta a apostar na base como solução. Do meio para a frente, o time teve quatro jogadores formados em São Januário como titulares contra o São Paulo: Galarza, Barros, Pec e Figueiredo. A inexperiência pesa.

Números de São Paulo 4×2 Vasco

  • Posse de bola: 51% x 49%
  • Finalizações: 14 x 18
  • Escanteios: 2 x 8
  • Faltas: 9 x 16
  • Passes errados: 61 x 75
  • Desarmes: 15 x 11

O placar de 4 a 2 pode até insinuar uma superioridade do São Paulo. Mas não foi assim. O Vasco poderia ter empatado fora de casa, até conseguiu igualar já no fim do segundo tempo, mas faltou concentração e peças para manter ou até mesmo buscar um resultado melhor. Do banco do São Paulo saíram fôlego e mais qualidade para povoar o ataque depois de sofrer o segundo gol.

Foi um jogo equilibrado, que exigiu pouco dos dois goleiros e, nesse caso, quem errou menos garantiu o resultado. O Vasco não foi mal, mas apenas isso não é suficiente. É uma evolução muito tímida para quem só tem o Brasileiro para disputar. Agora, Barbieri terá mais sete dias para tirar mais desse time antes do jogo contra o Fortaleza, às 16h de sábado, no Castelão.

Fonte: Globo Esporte

2 comentários
  • Responder

    O Miranda é melhor do que esses zagueiros que chegaram, mais não tem oportunidades.
    O estagiário Barbieri tá acabando com o futebol dos garotos que subiu da base.
    O Figueredo, PEC, Marlon, Eguinaldo, Rodrigo, Barros não são ruins, estão nas mãos erradas.
    Até o futebol do Andrey esse Barbieri acabou.
    Vaaaaaza seu Estagiário.

  • Responder

    O técnicos Vasco tem que observar 2 pontos:
    1- Bambu, não consegue se antecipar a nenhum marcador, mesmo com 2 metros de altura, sem contar velocidade e habilidades limitadas, para sair jogando.
    2- Não adianta colocar jogadores rápidos quando o time está perdendo e outro time todo fechado. Tem q entrar com esses moleques no início, para aprontar uma correria para cima dos adversários. No caso do Vasco, se atacar o time adversário, a defesa adversária não sobe. Barbiere perdendo pra ele mesmo.

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