Vasco: Ricardo Gomes lamenta falta de CT
Para Ricardo Gomes mais um campo daria mais dinâmica e ajudaria muito no trabalho.
Os títulos brasileiros de Flamengo e Fluminense reacenderam a velha polêmica: estrutura ganha jogo no futebol? Com a experiência de quem trabalhou no futebol europeu (Portugal e França) e no São Paulo, o técnico Ricardo Gomes desfaz algumas dúvidas. Atualmente dirigindo o Vasco, o treinador é direto:
“O que ganha jogo é bola na rede”.
A frase ajuda a desmistificar conceitos criados em torno da ausência de centros de treinamento por parte dos clubes do Rio. De 2006 a 2008, o São Paulo, sob o comando de Muricy Ramalho, conquistou seguidamente a competição nacional. O feito praticamente condicionou títulos a CTs desenvolvidos sob o aparato de campos, restaurante, hotel e moderna sala de musculação.
Mas as conquistas de Flamengo e Fluminense nas temporadas seguintes fizeram, de certa forma, a teoria cair por terra. Ricardo Gomes trabalhou nos dois clubes cariocas. Foi revelado como jogador, inclusive, pelo clube das Laranjeiras. O comandante lista aspectos favoráveis aos dois modelos.
“A diferença do São Paulo para os clubes daqui (do Rio) é o fato de ter dois campos a mais de treinamento. É importante você ter mais de um campo, por causa dos trabalhos específicos. Você separa os grupos e cada um exerce determinada função em campos separados”, observa Ricardo Gomes.
No Rio, somente o Flamengo treina longe da sede, e assim mesmo em uma estrutura que ainda não se compara à do clube do Morumbi. O CT Ninho do Urubu, em Vargem Grande, está em construção. Carece de dependências como alojamento e restaurante, por exemplo. No mais, as demais equipes treinam diariamente em seus campos solitários.
Pelo menos no Vasco, ainda que São Januário com apenas um gramado tenha no papel o projeto para construção de outro, o antigo hotel-concentração criado na era Eurico Miranda serve para almoço e repouso em dias de treino em tempo integral. O Botafogo faz o mesmo na sede General Severiano. Mas Flamengo e Fluminense pagam com o desgaste pela falta de estrutura.
“Aqui no Vasco, isso facilita nosso trabalho. Faltava mais um campo, nos ajudaria muito, pois daria mais dinâmica ao trabalho”, comentou Gomes.
Há, porém, um ponto pouco citado nesta briga dos centros de treinamento. Enquanto a blindagem ajuda a manter o foco no trabalho, o calor da torcida no dia a dia dos clubes aproxima jogador e torcida.
“Aquele contato ali com o torcedor é gostoso. No CT não tem isso. Gosto dessa relação com o torcedor. Lógico que não aprovo quando o torcedor que é sócio quer invadir o treino, mas o calor humano é importante”.
Fonte: ig