Vasco repete falhas, se despede da torcida de forma melancólica e deixa acesso escapar

O Vasco da Gama repetiu os erros e as falhas da temporada e deixou escapar a chance de conquistar o acesso diante da torcida.

Torcida do Vasco durante o jogo contra o Sampaio Corrêa
Torcida do Vasco durante jogo contra o Sampaio Corrêa pela Série B 2022 (Foto: André Durão/ge)

O cenário da derrota por 3 a 2 para o Sampaio Corrêa, na noite desta quinta-feira, repetiu o que muitas vezes aconteceu ao longo da Série B. Com a festa encaminhada para o acesso em São Januário, o Vasco falhou e voltou a flertar com o perigo. Agora terá que torcer por uma combinação de resultados nesta sexta para subir a uma rodada do fim da competição.

O roteiro era perfeito para a confirmação da vaga. São Januário, onde o Vasco não perdia desde o ano passado, mais uma vez foi tomado pela torcida. O time abriu o placar logo aos três minutos do primeiro tempo, com gol de Conceição, e fez o Caldeirão ferver. Porém, tropeçou nas escolhas equivocadas de Jorginho e em erros recorrentes para deixar escapar o acesso perante seus torcedores.

Depois de uma crescente na reta final da Série B, com sequência positiva de resultados em casa e fora do Rio de Janeiro, o time decepciona em momento crucial. A preocupação é sobre como essa derrota será digerida pelo elenco e o estrago emocional que ela poderá causar. Até por isso, as atenções estarão todas voltadas para Londrina x Ituano, às 19h desta sexta, no Estádio do Café. Um empate tira os dois da disputa, mas o mais importante é o time paulista não vencer. Assim, já não poderia mais alcançar o Vasco na rodada final, quando as equipes se enfrentam em Itu.

Vulnerável, Vasco perde chance de vencer

O Vasco até criou mais do que o de costume, porém, foi um time frágil em boa parte do tempo. A mudança na escalação inicial, com a entrada de Palácios no lugar de Yuri Lara, explica a facilidade que o Sampaio Corrêa teve de transitar pelo campo vascaíno e finalizar na frente da área de Thiago Rodrigues. Por outro lado, a alteração também possibilitou as transições e as chegadas mais frequentes do time de Jorginho ao ataque.

O treinador explicou que a mudança foi mais por obrigação que por opção, visto que Yuri vinha sentindo dores nas últimas semanas e perdeu alguns treinamentos. Mas a impressão é que Jorginho queria vencer o jogo no primeiro tempo e depois fechar a casa na etapa final.

E poderia ter dado certo. Depois da testada certeira de Conceição, Figueiredo teve uma das melhores oportunidades do jogo para ampliar e, aí sim, jogar toda a pressão para o adversário. Mas o atacante parou no goleiro Matheus Inácio. A escolha pelo meio-campo menos combativo cobrou caro minutos depois numa sequência de erros individuais e coletivos.

Primeiro, Nenê perde a bola no meio, depois Pará a carrega livremente pela intermediária e, na frente de três jogadores do Vasco, que não dão o combate, consegue finalizar no canto direito de Thiago Rodrigues. O goleiro demora um pouco a reagir e vê a bola morrer nas redes aos 17 minutos.

O empate do Sampaio afetou a torcida, que diminuiu o ímpeto nas arquibancadas de São Januário. Em campo, a tensão natural do jogo e a ansiedade atrapalharam o Vasco. O time criou pelo menos mais cinco boas chances – Danilo Boza, Nenê (duas vezes), Eguinaldo e Marlon Gomes desperdiçaram. Novamente sem pressão, o adversário seguiu chegando como queria à defesa carioca, e a estratégia foram os chutes de fora da área. Pará tentou mais duas vezes.

Alterações não surtem efeito

Diferentemente do que aconteceu nos últimos jogos, com o banco de reservas sendo decisivo para os bons resultados do Vasco, nesta quinta algumas mudanças pioraram o time. Jorginho tentou corrigir a fragilidade na marcação com a volta de Yuri na vaga de Palácios. Pela direita, repetiu a dobradinha de dois atacantes com Pec substituindo Léo Matos, e Figueiredo deslocado para a lateral.

Até aí tudo bem. As mexidas posteriores não colaram. O Vasco voltou mais perigoso para o segundo tempo, com dois bons cruzamentos de Nenê para Eguinaldo e Marlon Gomes quase marcarem de cabeça. Novamente o time não fez e levou em seguida após erros individuais.

Perigosos, Catatau e Poveda foram à frente para virar para o Sampaio. O camisa 9 levantou nas costas de Danilo Boza para o ex-vascaíno finalizar. Thiago Rodrigues salvou na primeira, mas o próprio Poveda aproveitou a sobra. Falha de Boza, mas Andrey também aparece caminhando na entrada da área e não dá cobertura no rebote, deixando o caminho livre para o atacante adversário.

Depois de mais uma alteração aguardada, com Alex Teixeira no lugar de Nenê, Jorginho tirou a força do time com as saídas de Marlon Gomes e Eguinaldo para as entradas de Bruno Tubarão e Fábio Gomes. O centroavante quebrou o ritmo do ataque. Com menos movimentação, não sabia o que fazer quando recebia a bola fora da área. Além disso, o Vasco diminuiu os cruzamentos, perdendo a chance de explorar um ponto forte do camisa 97.

Aliás, foi justamente quando Edimar recebeu na esquerda e cruzou na área que o Vasco conseguiu empatar, mais na transpiração do que na organização, aos 51 minutos. A bola passou por Fábio Gomes, mas Andrey subiu para testar no canto direito de Matheus Poletine, goleiro reserva que há pouco havia entrado no time do Sampaio.

O mesmo Edimar, porém, falhou três minutos depois num cruzamento despretensioso do Sampaio para a área. Joécio subiu nas costas do lateral do Vasco e testou no meio do gol de Thiago Rodrigues para confirmar a primeira derrota vascaína em São Januário nesta temporada.

– Não é questão de abalar confiança, é a realidade. Se não sentir uma dor dessa, ainda mais da forma como aconteceu. Por exemplo, nós tomarmos o terceiro gol com uma superioridade numérica pelo lado, deveria ter diminuído o espaço, teriam que ter saído três jogadores e não dois para dificultar justamente uma bola na área, é uma coisa que dói muito – avaliou Jorginho após o jogo.

O Vasco foi, em grande parte do jogo, um time desorganizado. Mesmo dentro das limitações, conseguiu criar boas chances e poderia ter tido uma sorte melhor. Mas a equipe ficou exposta, o jogo foi lá e cá e o risco da derrota, que assombrou a todo instante, foi concretizado no último minuto.

A despedida da torcida em 2022 foi melancólica, com vaias a alguns jogadores e ao treinador no apito final. Em uma competição em que o Vasco correu perigo de deixar o G-4 várias vezes mas foi salvo pelos erros dos adversários, o time precisará contar de novo com o tropeço dos outros para não ter no dia 6 de novembro uma batalha contra o Ituano, fora de casa.

Fonte: Globo Esporte

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