Vasco reage na fase mais dura e já mira posições mais altas no Brasileiro

O Vasco cresceu de produção justamente no momento mais complicado do Brasileiro e dá sinais de que pode brigar por mais.

Cabeçada de Rayan no gol contra o Cruzeiro
Cabeçada de Rayan no gol contra o Cruzeiro (Foto: Alexandre Durão)

O Vasco deu a impressão de que encaixou. Com o mesmo poder ofensivo que já havia demonstrado em outros momentos, mas agora com uma defesa alinhada e que finalmente passa imagem de segurança, o time de Fernando Diniz derrotou o vice-líder Cruzeiro (que não perdia como visitante há cinco meses) e deu sinais de que pode brigar por mais neste Brasileirão.

Como era de se imaginar, o Vasco não dominou o Cruzeiro, não conquistou uma vitória fácil nem nada disso. Mas a equipe cumpriu com perfeição técnica o que se dispôs a fazer em São Januário na noite deste sábado, foi letal mesmo terminando o jogo com menos finalizações que o adversário e contou com uma atuação inspirada do seu sistema defensivo para vencer duas partidas seguidas pela primeira vez no campeonato.

O Vasco foi seguro como um cofre no primeiro jogo completo da dupla Robert Renan e Carlos Cuesta – e diante de um dos melhores ataques do futebol brasileiro. O zagueiro emprestado pelo Zenit foi um dos melhores em campo. Mas o mérito vai para a defesa inteira: Hugo Moura e Paulo Henrique, por exemplo, foram os maiores ladrões de bola da partida, com cinco desarmes cada. Léo Jardim trabalhou em um ou duas bolas e cumpriu papel de coadjuvante.

Ficar um jogo inteiro sem sofrer gols tem sido raro para o Vasco na temporada – a última vez havia sido no 6 a 0 sobre o Santos, no dia 17 de agosto. No entanto, com a chegada da dupla de zaga e o encaixe de Barros no meio de campo, Diniz parece ter encontrado uma boa fórmula para isso.

Com a bola nos pés, o Vasco foi um time cirúrgico. Deu as boas-vindas ao visitante logo aos sete minutos, com mais um gol de cabeça de Rayan. Não abriu mão da sua maneira de jogar, mesmo que estivesse difícil construir desde o campo defensivo. E foi muito feliz em apostar nas inversões de bola para encontrar os espaços na defesa do Cruzeiro. Ficou nítido que o lançamento de Puma para Paulo Henrique no primeiro gol foi um lance treinado – e que funcionou em vários outros momentos da partida.

O lateral-direito deu assistência, fez gol e foi o protagonista. Mas a vitória vascaína também passou pelos pés de Coutinho, que desfilou técnica no meio de campo, teve grande atuação sob os olhares atentos de Rodrigo Caetano e representantes da CBF em São Januário e deixou o campo com gritos de “é seleção!” da torcida.

Com o resultado, o Vasco agora está há sete jogos sem perder na temporada. Só não é sua melhor sequência em 2025 porque ficou invicto pelo mesmo período no início do Campeonato Carioca. Dessas partidas, a única digna de lamentação foi o empate com o Ceará com gol sofrido no apagar das luzes.

O time cresceu de produção justamente no momento mais complicado da tabela, com confrontos contra os três primeiros colocados: empatou (jogando bem!) com o líder Flamengo no domingo passado, desbancou o vice-líder Cruzeiro em São Januário e agora se prepara para enfrentar o Palmeiras na próxima quarta-feira, em São Paulo.

Ainda que corra risco de perder posições neste domingo, já que Corinthians, Grêmio e Ceará vão a campo, é prudente dizer que o Vasco abriu uma distância segura de oito pontos para a zona de rebaixamento. O time está em décimo lugar, com 30 pontos. E, se repetir o nível de atuação deste sábado, pode começar a olhar para cima na tabela.

Como foi o jogo

Contra o vice-líder do Brasileirão, que buscava o resultado em São Januário para assumir a ponta, o Vasco fez um primeiro tempo correto em casa. A equipe de Fernando Diniz soube aproveitar a empolgação dos primeiros movimentos do jogo e abriu o placar logo aos sete minutos, com Rayan colocando de cabeça no cantinho do goleiro Cássio. O detalhe no lance foi a invertida de bola milimétrica de Puma Rodríguez, que deixou Paulo Henrique na boa para dar a assistência.

A posse de bola foi equilibrada (51% para o Vasco contra 49%), mas a impressão é de que o Cruzeiro controlou a partida por mais tempo. Os visitantes atacaram pelos dois lados e exigiram bastante da defesa vascaína, que, por sua vez, fez um primeiro tempo praticamente perfeito. Robert Renan e Carlos Cuesta levaram a melhor na maioria dos lances e foram os principais responsáveis por impedir que o volume de jogo do Cruzeiro se transformasse em chances de gol.

De toda forma, a Raposa foi para o intervalo com oito finalizações, a mais perigosa delas uma espécie de voleio de Matheus Pereira aos 39 minutos que tirou tinta da trave de Léo Jardim. Já o Vasco finalizou três vezes, mas a única na direção da meta defendida por Cássio foi o gol de Rayan.

O lado bom é que o Vasco pareceu um time ligado desde o primeiro minuto, com muita imposição física e dando poucas brechas para um dos melhores ataques do campeonato. Quando teve a bola, apostou principalmente nas escapadas de Paulo Henrique pela direita, embora o lateral esteja com dificuldade para mostrar o mesmo nível de atuação de partidas recentes. O time também conseguiu explorar bem as bolas invertidas, a exemplo do lance do gol.

No segundo tempo, ao notar que a partida se desenhava um duelo de transições, como ele mesmo explicou na coletiva, Diniz sacou Nuno Moreira e Vegetti para colocar Andrés Gómez e David em campo logo aos 11 minutos. O capitão teve atuação improdutiva, e o português também participava pouco àquela altura. O decorrer do jogo mostrou que essa foi uma decisão acertada.

Coincidência ou não, quatro minutos depois o Vasco chegou ao segundo gol com Paulo Henrique aproveitando o erro de Matheus Henrique para tocar de canhota no canto do goleiro Cássio.

Com 2 a 0 no placar, a equipe deu naturalmente mais campo para o Cruzeiro, mas em nenhum momento parou de assustar ou permitiu que o adversário sufocasse. Em vez disso, quase fez o terceiro em cobrança de falta de Coutinho, em duas bolas que David chutou torto e numa finalização de Puma Rodríguez de dentro da área que desviou no meio do caminho.

Fonte: Globo Esporte

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