Vasco quer iniciar reforma de São Januário em 2023; obra deve custar R$ 500 milhões

O Vasco da Gama aguarda aprovação da Câmara Municipal do Rio em relação ao potencial construtivo para dar início, de fato, ao projeto.

Projeto de reforma de São Januário
Projeto de reforma de São Januário (Foto: Divulgação)

Confiante que a reforma de São Januário terá início ainda nesta temporada, o Vasco tem se movimentado nos bastidores para arrecadar os recursos necessários para a obra, que está orçada em cerca de R$ 500 milhões. À espera do potencial construtivo junto à Prefeitura do Rio, o clube tem sondado o mercado com o plano de vender essa ”capacidade de construir a mais”.

Do que se trata o potencial construtivo?

As conversas com o prefeito Eduardo Paes são positivas e há expectativa de conseguir o tal potencial construtivo nos próximos meses. Trata-se de um projeto de lei, um documento complexo que está sendo redigido pela prefeitura e será enviado à câmara de vereadores para votação. O Vasco está otimista pela aprovação. Mas do que se trata o potencial construtivo?

O potencial construtivo diz o quanto você pode construir em seu próprio terreno respeitando a zona da cidade em que ele está localizado. Toda cidade tem um plano diretor com as características de cada região. E cada uma dessas áreas tem regras próprias para construção.

O terreno onde está localizado São Januário, por exemplo, é enorme e tem um grande potencial construtivo, mas um estádio não demanda a utilização de todo esse potencial. A negociação com a prefeitura visa a autorização para que essa capacidade de construir a mais seja transferida para o Vasco em outro local. A ideia é que o clube receba um terreno na Barra da Tijuca.

– A Transferência do Direito de Construir (TDC) é o instrumento urbanístico que confere ao proprietário de um lote a possibilidade de utilizar seu potencial construtivo em outro lote, vendê-lo a outro proprietário ou doá-lo ao poder público – diz a norma da Prefeitura do Rio.

Quando o proprietário quer construir a mais do que a área permitida para aquele terreno é possível ainda requisitar um espaço maior até o limite máximo definido na lei. Ou seja, se seu terreno permite a construção de Xm² e você deseja construir 2Xm², você pode adquirir essa capacidade de construir a mais.

No caso de São Januário é o contrário. O terreno permite, a grosso modo, a construção de 2Xm², mas o Vasco só utilizou Xm². Aí que entra a fonte de recursos para o clube reformar seu estádio.

Captação de recursos

Com o potencial construtivo em mãos, o Vasco vai ao mercado vender esta ”capacidade de construção” que ele receberá da prefeitura. Sem a aprovação da cidade, o clube ainda não pode negociar, mas tem feito contato com construtoras para sondar o mercado. O cenário é de otimismo em relação à venda e à viabilidade de arrecadação de receitas para financiar a reforma de São Januário.

É da eventual venda desse potencial construtivo que virá a maior parte do dinheiro para a obra. Com a reforma orçada em torno de R$ 500 milhões, o Vasco se vê ”num estágio avançado para ter os recursos para fazer o estádio sem trazer endividamento para o clube”, como revelou o presidente Jorge Salgado nesta semana.

São Januário ficará fechado

A previsão do Vasco é que a obra dure cerca de dois anos e, por isso, o Maracanã se torna ainda mais importante para os planos do clube. Com São Januário fechado para reforma, a SAF pretende mandar os jogos no estádio que hoje é administrado por Flamengo e Fluminense.

O clube aguarda a licitação do Maracanã, que está paralisada desde o fim do ano passado – recentemente, o Governo do Estado do Rio renovou a cessão temporária à dupla de rivais até o dia 23 de outubro. A Casa Civil manifestou expectativa de retomada da licitação em 30 dias.

O projeto de reforma

O Vasco já tem a base de um projeto pronto para reforma de São Januário, mas o investimento vai depender dos recursos arrecadados com o potencial construtivo, caso consiga adquiri-lo e vendê-lo.

O clube tem como base o projeto desenvolvido pela WTorre na gestão do ex-presidente Alexandre Campello, realizado pelo arquiteto Sérgio Dias. A capacidade seria para até 43 mil torcedores.

Como o projeto foi apresentado em 2020, o Vasco entende que serão necessários ajustes em alguns pontos, mas a reforma será inspirada nesse plano, que mantém a fechada histórica de São Januário.

Fonte: Globo Esporte

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