Vasco quase se complica contra o lanterna, mas garante vitória do alívio

A análise de uma vitória precisa partir sempre ter como ponto de partida o fato de que o objetivo foi alcançado: os três pontos caíram na conta. No caso do Vasco, o resultado de 3 a 2 sobre o Sport neste domingo, em jogo da 22ª rodada do Brasileirão, serviu para tirar a equipe da zona do rebaixamento. A missão na Ilha do Retiro foi cumprida.

A equipe comandada por Fernando Diniz jogou o suficiente para vencer o lanterna do campeonato entrar com alívio na pausa para a Data Fifa. O time está a duas posições acima do Z-4 e tem aproximadamente duas semanas de descanso pela frente antes do clássico decisivo contra o Botafogo, que vale vaga na semifinal da Copa do Brasil.

Vegetti, que fez mais um gol neste domingo e chegou a 24 marcados na temporada, resumiu o sentimento depois da partida. Para ele, o importante era ganhar, mesmo que a equipe não tivesse jogado bem. Diniz também reforçou a importância do resultado na coletiva e lembrou que, em jogos recentes, o Vasco teve boas atuações e não venceu.

Dá para dizer que essa foi a primeira vitória “sofrida” do Vasco sob o comando do treinador. As outras cinco antes dessa foram com placares elásticos e com atuações de amplo domínio da equipe. Criar esse tipo de casca também é importante, mas não havia necessidade de o time pedir para sofrer tanto numa partida que parecia perfeitamente encaminhada na Ilha do Retiro.

O Vasco fez dois gols com muita facilidade, ampliou com Vegetti cobrando pênalti no início do segundo tempo e deu a impressão de que poderia matar o jogo a qualquer momento. Àquela altura, o Sport só havia diminuído por causa de um pênalti polêmico em lance envolvendo Matheus Alexandre e Lucas Freitas – PC de Oliveira, comentarista de arbitragem do SporTV, discordou da marcação do árbitro Raphael Claus.

Mas o jogo que se desenrolou a partir daí mostrou um Vasco que não consegui fechar a tampa do caixão e, aos poucos, cedia espaços para os donos da casa. Diniz demorou a mexer na equipe e, com exceção da entrada de Mateus Carvalho na vaga do machucado Jair no primeiro tempo, só realizou a primeira substituição aos 33 minutos. O Sport havia acabado de marcar o segundo e já era superior naquele momento.

Como foi o jogo

O Vasco começou o jogo na Ilha do Retiro pressionando e, de certa forma, pareceu surpreender o Sport com sua postura. A linha alta na marcação dificultou a saída de bola dos donos da casa nos primeiros minutos e provocou incômodo. Aos quatro minutos, Hugo Moura deu a primeira finalização do jogo num bom chute de fora da área. E, três minutos depois, o gol saiu: uma bonita jogada trabalhada desde o arremesso lateral finalizada com a ultrapassagem de Puma Rodríguez na direita e o passe para o meio da área, que Nuno Moreira arrematou.

Aos 12, o Vasco ainda teve outra grande chance com Puma chutando cruzado da direita que Rayan tentou desviar para o gol, mas acabou sendo atrapalhado pelo marcador. Até aquele momento, o Vasco era soberano na partida e sentia-se em casa na Ilha.

Dos 15 minutos em diante, no entanto, o Sport conseguiu se reorganizar na partida, encontrando espaços principalmente pela direita, com as investidas de Matheusinho. Foi por ali que Matheus Alexandre escapou por trás da defesa, invadiu a área e sofreu o pênalti de Lucas Freitas. O zagueiro e todos os jogadores do Vasco reclamaram muito do lance, mas o árbitro Raphael Claus sequer foi ao VAR rever a jogada. Lucas Lima cobrou e deixou tudo igual.

O Sport seguiu pressionando, mas sem muita efetividade. Os números ilustram isso: as equipes foram para o intervalo com sete finalizações cada, mas o Leão acertou apenas uma na direção do gol de Léo Jardim. O Vasco acertou quatro. Antes do fim do primeiro tempo, numa saída da área inteligente de Vegetti, Nuno foi lançado em profundidade pela esquerda e aguardou a entrada de Coutinho para rolar na medida. Dois gols muito parecidos.

Grandes atuações de Nuno Moreira, com um gol e uma assistência, e de Vegetti, que ajudou numa característica que não é seu forte e participou da origem dos dois primeiros gols saindo da área. Ele ainda coroou a boa partida no início da segunda etapa, convertendo o pênalti sofrido por Lucas Freitas e marcando seu gol de número 24 na temporada.

O Vasco teve chances de ampliar quando o placar estava 3 a 1, como quando Puma recebeu de Rayan na direita da área e chutou forte cruzado em vez de buscar o passe atrás. Por outro lado, à medida que os visitantes não matavam a partida, o Sport passou a ocupar mais o campo ofensivo e aproveitava-se do cansaço de jogadores como Nuno e Coutinho para subir de produção.

O segundo gol saiu aos 28 minutos, com Ramon Menezes acertando um míssil de cabeça na cobrança de escanteio. Só então foi que Diniz decidiu olhar para o banco e promoveu as entradas de David e Matheus França. O camisa 9, recém-chegado ao clube, fez sua estreia e quase marcou no final da partida, em finalização bem defendida por Gabriel.

O susto foi grande quando o Sport só não empatou a partida com uma cabeçada de dentro da área porque Lucas Freitas foi o anjo da guarda de Léo Jardim e tirou praticamente em cima da linha. Parecia um cenário irreal para quem poderia ter feito 4 a 1 e até 5 a 1 alguns momentos antes. Felizmente o pior não aconteceu, e o Vasco pôde voltar para o Rio de Janeiro com os três pontos na bagagem.

Fonte: Globo Esporte