Vasco: projetos 2011

Roberto Dinamite fala dos projetos para 2011, e destaca o CT e títulos.

 

Roberto dinamite presidente do Vasco 
Dinamite na sala da presidência do Vasco
(Foto: Fred Huber / Globoesporte.com)

O ano de 2010 chegou ao fim e o Vasco tenta aprender com os erros cometidos para ter um 2011 melhor. Nesta época, nada melhor do que fazer um balanço de tudo o que foi feito e o que poderia ter sido realizado de forma diferente.

Em entrevista, o presidente vascaíno, Roberto Dinamite, relembrou a trajetória do time em campo nas três competições que disputou: o Carioca, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. Ele afirmou também que o clube seguirá tendo dificuldades financeiras. Para ele, a parceria com a Eletrobras é boa, apesar de o clube ter dificuldades para receber o patrocínio por causa das dívidas fiscais que tem.

Dinamite comentou sobre os detalhes de planejamento para ter um Centro de Treinamento, modernizar São Januário para os Jogos de 2016, e também os planos para montagem do time para 2011. O mandatário revelou que o modelo de sucesso do Barcelona fora de campo será seguido na Colina.

Confira a entrevista completa com o presidente do Gigante da Colina:

Primeiro semestre: Carioca e Copa do Brasil

“O que aconteceu são coisas do futebol. Nem nós poderíamos imaginar que o Vasco iria golear por 6 a 0 o Botafogo. Depois, na final, também não poderíamos imaginar o que aconteceu. De novo, são coisas do futebol. Não é possível falar que houve falha de planejamento. É o jogo, faz parte. Em todos os momentos nós vamos procurar acertar, melhorar, ver onde nós erramos. Na Copa do Brasil, o resultado lá (em Salvador) contra o Vitória é que foi ruim. Não só na Copa do Brasil como no Campeonato Brasileiro. Temos que acabar com isto de não conseguir bons resultados no estádio deles.”

Altos e baixos no Campeonato Brasileiro

“No Brasileiro, começamos bem abaixo do que poderíamos, com muitas derrotas e empates. Terminamos como um dos times que mais empatou. Depois, em um segundo momento, já com o PC, após a Copa do Mundo, o time deu uma levantada. Outro problema foi que, em cinco ou seis jogos em São Januário em que estávamos na frente até perto do fim, não conseguimos segurar os resultados. Aconteceu, mas não pode acontecer dentro de um clube grande. Se tivéssemos conseguido vencer 70% destas partidas, teríamos brigado lá na frente.

Agora, mais do que nunca, temos que sentar e avaliar o que aconteceu de negativo e positivo para que a gente não cometa os mesmos erros. Queremos fazer um Vasco ainda mais competitivo já a partir do Carioca.”

Permanência de Rodrigo Caetano à frente do departamento de futebol

 
Dinamite no dia do anúncio da renovação de
Caetano (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficia)

“Ao meu ver, prevaleceu o bom senso e o projeto dele dentro do clube. O projeto não era só tirar o Vasco da Segunda Divisão. Mesmo tendo feito um bom trabalho no Grêmio, este trabalho aqui no clube deu uma grande visibilidade a ele. Isto só foi possível pela competência dele e pela condição que o Vasco deu para ele trabalhar. A pessoa pode ser um baita profissional, mas, se tiver interferência, fica difícil. Aqui existe uma relação de troca e de respeito, e isso fortalece qualquer trabalho. Queremos dar continuidade a isso. Disseram que ele só ficaria se tivesse centro de treinamento, salários em dia… Nós estamos juntos. O que ele quer, nós queremos também. O fato de ele ficar nos dá a certeza de que estamos indo no caminho certo. Todos sabem que este ano não será de mil maravilhas, será um ano de trabalho e superação. Não será fácil, mas temos a condição de fazer uma grande temporada e melhorar, e muito, a situação do clube.”

Descentralização de poder no Vasco

“Aqui delegamos poderes às pessoas para que possam trabalhar para o clube. Nossa administração neste ano foi assim e será assim em 2011. Se conseguirmos a reeleição para os próximos três anos, será desta forma. Mas é claro que a todo momento vamos ajustar o que for melhor para a instituição. Temos dois pilares importantes: a parte administrativa, com o presidente e os vices, e a parte dos profissionais, que estamos buscando trazer pessoas bem preparadas.”

Barcelona como exemplo de sucesso também fora de campo

“Fui ao Soccerex (feira de futebol) e coincidiu de um representante do Barcelona estar dando uma palestra. Contou como ele encontrou o clube e o que foi feito. E vai mais ou menos na linha do que pensamos que o Vasco tem que fazer. Precisamos diminuir despesas, fazer um levantamento da situação do clube, mas não deixar de olhar o futebol, que é o carro-chefe. Faremos uma avaliação mais rigorosa dos jogadores, não só de qualidade, mas também do comportamento. Não basta ter um grande atleta se o custo-benefício não é bom. Às vezes é melhor ter um de porte médio, mas importante, do que um que na teoria pode ser mais qualificado mas não ajuda dentro do que nós queremos, que é o grupo.

No vídeo da palestra, eles mostram o caso do Eto’o, que fez uma reclamação e passou a ser uma ovelha negra. Aparece também entrevista do Belletti e de outros atletas que geraram desconforto no clube com declarações. É importante ter uma relação de respeito entre as pessoas. Temos que buscar a cada dia profissionalizar ainda mais.

 

Utilização de especialistas em cada área do clube

 
Roberto Dinamite, presidente do Vasco
(Foto: Fred Huber / Globoesporte.com)

“O Barcelona levou para o clube uma pessoa de banco, que não tem nada a ver com futebol, para cuidar da parte financeira. O que nós vamos buscar a cada momento é ter esta relação com sócios, conselheiros, funcionários, mas também temos a preocupação com qualificar mais as pessoas que trabalham aqui.”

Parceria com a Eletrobras e dificuldades financeiras

“A Eletrobras é uma parceira importante. É o patrocinador master, mas abriu espaço para que buscássemos mais anunciantes na própria camisa. Não será um ano fácil, será difícil. Não só para o Vasco, mas para a maioria dos clubes. Vamos trabalhar para tentar uma solução definitiva para a questão da Eletrobras e também buscar outros parceiros para que possamos não ter tantos percalços financeiros. Para a empresa, a parceria tem sido maravilhosa, jamais antes teve tanta visibilidade. Está fazendo a parte dela e nós temos que achar mecanismos para resolver esta pendência nossa de algum tempo.”

Busca de um Centro de Treinamento

“Temos dois projetos diferentes, um para a base e outro para o profissional. Para os garotos, existe uma área em Duque de Caxias, que tem alguns problemas em relação a parte ambiental. Já tivemos reuniões e vamos encontrar uma solução. Como já temos o espaço, vamos avaliar se vale a pena fazer cinco ou seis campos lá. Estamos buscando uma opção para o profissional também. Para ser realista, não é o Vasco. Vamos trabalhar junto com a Prefeitura. Neste meio tempo, estamos buscando um espaço alternativo para os treinos em 2011. Se conseguirmos o espaço nosso, leva de seis a oito meses para construir alguma coisa. O CT é uma coisa fundamental para nós.

Inicialmente, houve a possibilidade de fazer em Rio das Pedras (Zona Oeste do Rio). O Eduardo Paes disse que vai buscar ali ou alguma outra alternativa para que possamos construir o CT. Espero que o fato de ele ser vascaíno ajude (risos). O governador Sérgio Cabral também é vascaíno e ajudou com a Eletrobras.”

Rúgbi, Jogos de 2016 e Arena esportiva em São Januário

“Acho que é fundamental. São Januário tem uma história muito bonita de como foi construído. Temos que preservar, mas também modernizar algumas coisas. É importante dar um conforto maior para os torcedores, melhorar o acesso e o entorno do estádio. Vai ser bom para toda a comunidade. É um marco para o clube participar de uma edição dos Jogos Olímpicos. Vamos restaurar tudo e, em um segundo momento, transformar em uma arena multiuso para termos jogos não só de futebol. O melhor de tudo é que será feito a custo zero para o Vasco.”                   

Avaliação das contratações de 2010 e planos para 2011              

“Acertamos em algumas coisas e erramos em outras. Às vezes você contrata um jogador a contrapeso e ele ajuda mais do que os outros. Para 2011, vamos sentar e ver o rumo que se faz necessário. O que eu posso dizer é que não será apenas vista a parte técnica, mas também o profissional como um todo. Este ano será diferente porque precisamos fazer poucas contratações, já temos uma base. Dos jogadores que estão aqui, a maioria tem contrato longo. Acredito que podemos fazer uma boa temporada. Se o Messi e o Cristiano Ronaldo pudessem ser contratados, seria ótimo, mas esta não é a realidade. Este ano brigamos para ter um centroavante. O Nunes chegou com um problema, o Rafael Coelho foi goleador no Figueirense, o Elton também… Buscamos um centroavante. Tentamos o Washington, mas ele foi para o Fluminense.”

globoesporte.com

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