Vasco planeja novo estatuto com várias mudanças e fiscalização maior sobre a SAF

A nova proposta terá a criação de vice-presidência e prevê outras mudanças em função da criação e venda da SAF.

Executivos da 777 Partners no gramado do CT Moacyr Barbosa
Jorge Salgado e Josh Wander no gramado do CT Moacyr Barbosa (Foto: Daniel Ramalho/CRVG)

O Vasco, clube social, terá nesta quinta-feira a primeira de seis reuniões no Conselho Deliberativo para discutir o texto de seu novo estatuto. Trata-se de um texto impactado pela nova realidade cruz-maltina, de criação e venda de 70% dos ativos da sociedade anônima de futebol para a 777 Partners. Tanto que uma das principais mudanças propostas visa aumentar a fiscalização sobre o cumprimento das cláusulas de contrato da SAF.

Vice-presidente de relacionamento com a SAF

O novo dirigente ficará encarregado de municiar de informações e questionamentos que deverão ser levados às reuniões os dois representantes do clube no conselho de administração da SAF.

Para auxiliar esse vice–presidente na tarefa, o clube de regatas prevê no orçamento a contratação de auditoria de R$ 400 mil para fiscalizar o cumprimento de todos os itens presentes no contrato.

A medida visa preservar os interesses do clube com a venda do futebol. O novo estatuto que será votado prevê outras mudanças em função da criação e venda da SAF. Uma delas é a obrigatoriedade que qualquer venda dos 30% da SAF que ainda está com o clube precise passar pela votação dos sócios na Assembleia Geral — vale lembrar que o Vasco, clube, é obrigado a permanecer com no mínimo 10% dos ativos da empresa.

Enxugamento da máquina

A mudança estatutária é ensaiada desde 2021, quando o atual Conselho Deliberativo tomou posse. Entretanto, com o início do processo da SAF, em 2022, o novo texto teve de ser adaptado para abraçar a nova realidade do cruz-maltino.

Uma das necessidades identificadas foi a de enxugar administrativamente o clube, com a diminuição dos departamentos: de 14 para seis. Além da vice-presidência de relacionamento com a SAF, o novo estatuto prevê também os departamento de comunicação e marketing, finanças, remo, esportes e relações especializadas de acervo histórico, memória e responsabilidade social.

Poder menos centralizado

Outras alterações propostas, caso aprovadas, devem impactar a forma como o clube social é gerido. Uma delas é a redução do número de beneméritos e grande beneméritos no Conselho Deliberativo do Vasco. Atualmente, o CD conta com 150 conselheiros natos (grande beneméritos e beneméritos) e 150 eleitos. O novo estatuto considera que o CD deve ter 250 nomes, 100 natos e 150 membros eleitos.

Isso aumenta o poder de decisão dos conselheiros eleitos, que formam a base da gestão empossada, e cria melhores condições de governabilidade dentro do Conselho Deliberativo. Por outro lado, o presidente, depois da reforma estatutária, pode ver ter o poder descentralizado.

Isso porque um dos trechos do novo texto prevê a criação do conselho de gestão do Vasco. Ele será composto pelo presidente da diretoria administrativa e outros seis nomes: o primeiro vice-presidente geral, o segundo vice-presidente geral, dois membros do Conselho Deliberativo, um membro do Conselho de Beneméritos e um membro independente e remunerado.

Fonte: O Globo

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