Vasco terá que mudar a estratégia para surpreender o Corinthians
O Corinthians precisa da vitória e o Vasco de gols fora de casa, no próximo jogo de volta pela quartas de final da Libertadores.
Para não correr riscos, Cristóvão Borges e Tite repetiram desenhos táticos e estratégias do último confronto entre os times em São Januário. No empate por 2 a 2 pelo Brasileiro, as equipes fizeram jogo igual, muito por conta de boas atuações coletivas que ficaram na memória dos treinadores.
No Vasco, o 4-3-3 de 2012 foi desmontado para “espelhar” o 4-2-3-1 do adversário. Juninho deixou Felipe no banco e atuou na ligação, alinhado a Eder Luís e Diego Souza e atrás de Alecsandro. Nilton ficou mais plantado vigiando Danilo e Rômulo foi para o lado esquerdo bater com Paulinho. A proposta era clara: marcar e compactar como o oponente e fazer a diferença na qualidade individual. Não por acaso, o time desarmou mais nos noventa minutos: 34 a 23.
A “novidade” no Corinthians foi Alex de “falso nove”, com Danilo na articulação central e Emerson aberto pela esquerda. Ao contrário do que se esperava, Jorge Henrique não acompanhou Fagner. Ficou no lado direito para auxiliar Alessandro no combate a Thiago Feltri e Diego Souza. Marcar e descer em bloco, com Alex, Danilo e Emerson retendo a bola à espera dos companheiros.
A ideia de Tite foi mais bem sucedida em um primeiro tempo tenso e sem fluência. O Vasco teve a bola, mas sofreu com Juninho encaixotado por Ralf e Paulinho. Mais uma vez, o setor forte ofensivamente contou com Fagner e Eder Luís para cima de Fabio Santos, que só contava eventualmente com o auxílio de Emerson.
Pela esquerda, porém, faltava a Diego Souza inspiração e dedicação no combate. Feltri duelou com Jorge Henrique e cedeu espaços para as raras descidas de Alessandro. Na melhor delas, o lateral recebeu livre na ultrapassagem e chutou cruzado para fora. O Corinthians terminou melhor a primeira etapa.
Após o intervalo, Tite mexeu no quarteto ofensivo sem fazer substituições: Danilo foi jogar à direita, Alex recuou pelo meio, Emerson ficou enfiado e Jorge Henrique abriu pela esquerda para voltar com Fagner. A mudança não foi das mais felizes e o Vasco cresceu com a mesma estrutura, mas com Rômulo saindo pela esquerda e forçando Paulinho a recuar.
Depois de duas infiltrações de Eder Luís em diagonal que fizeram Cássio trabalhar na partida, o Corinthians respondeu com Jorge Henrique, que obrigou Prass a salvar com a perna direita cabeçada na pequena área. Mas o jogo ganhou intensidade mesmo com o polêmico gol anulado de Alecsandro. Foi também a senha para os treinadores mudarem peças, mas não as estruturas táticas, nem as estratégias.
Felipe e Carlos Alberto entraram nas vagas de Juninho e Diego Souza. O Vasco se impôs no vigor físico, mas faltou a jogada aguda para definir jogo tão parelho. No Corinthians, Douglas, Willian e Elton substituíram os extenuados Alex, Emerson e Danilo e ajudaram o Corinthians a quebrar o ritmo nos minutos finais em um gramado prejudicado pela chuva.
O empate sem gols também pode ser creditado às atuações destacadas das duplas de zagueiros, especialmente Leandro Castán e o tão criticado Rodolfo. Praticamente perfeitos.
Para a volta no Pacaembu, porém, o contexto pede mudanças. O Corinthians precisa da vitória e o Vasco de gols fora de casa. Depois de 180 minutos com muito equilíbrio, é hora de buscar alternativas para desarticular o oponente. Talvez inverter os ponteiros cruzmaltinos. Ou Tite promover o retorno de Liédson. Manter os esquemas pode ser interessante por preservar a organização. As estratégias é que precisam ser revistas para surpreender.
O time de Cristóvão parece mais versátil taticamente e terá o contragolpe. Mas é impossível desconsiderar a solidez do campeão brasileiro e o mando de campo. O confronto das quartas de final da Libertadores segue aberto. E promete.
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