Vasco mostra evolução, mas precisará de mais para enfrentar o Flamengo
Vasco da Gama bateu o Botafogo por 1x0 e agora irá enfrentar o Flamengo nas semifinais do Campeonato Carioca.

Clássico, última rodada e um contexto em que apenas um dos dois times poderia seguir em frente (ou ambos morrerem abraçados). Apesar de todos estes elementos, o confronto em São Januário não foi de encher os olhos. Menos mal para a torcida do Vasco, que, graças ao gol de Vegetti, de pênalti, aos 16 minutos do primeiro tempo, pôde comemorar a vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo e a vaga na semifinal do Carioca.
Agora, o cruz-maltino terá pela frente o Flamengo nos próximos dois sábados — pela melhor campanha, o rubro-negro tem a vantagem do empate no placar agregado dos dois jogos. E pelo futebol apresentado até agora, o time de Fábio Carille vai precisar evoluir alguns passos para bater de frente com a melhor equipe da Taça Guanabara. Ao menos, motivação não falta.
– Agora, vamos pegar o Flamengo. Temos muita sede de revanche — comentou Vegetti, referindo-se à derrota para os rubro-negros na fase de classificação. — Vai ser um jogo difícil. Acreditamos que estamos melhorando. Hoje, ganhamos de uma grande equipe. Com todos juntos, nós e a torcida, estamos preparados para tudo o que está por vir.
É verdade que alguns pequenos bons sinais o Vasco exibiu ontem. Tchê Tchê se mostrou muito à vontade como segundo homem do meio e deu qualidade à criação.
Zuccarello e Rayan também se saíram bem por trás de Vegetti. Foram boas opções iniciando pelos lados e se deslocando para dentro no terço final. Falta apenas tabelarem mais com os laterais, que têm como forte a chegada na linha de fundo.
Philippe Coutinho ainda está longe de entregar aquilo que se espera dele. Mas fez uma boa partida flutuando pelo campo e dando bons passes próximo à área. Se será suficiente contra o Flamengo, só os jogos irão dizer. Mas é importante vê-lo evoluindo.
Já pelo lado do Botafogo, é difícil encontrar qualquer consolo. Nem o mais pessimista dos torcedores poderia imaginar que o atual campeão brasileiro e da Libertadores terminaria o Carioca de forma tão melancólica. Este é o terceiro ano seguido em que o alvinegro fica fora das semifinais do torneio. Com o agravante de que, desta vez, nem mesmo a Taça Rio — que vale vaga para a Copa do Brasil 2026 — irá disputar.
O nono lugar deste ano se tornou a pior colocação do Botafogo na história do Estadual. Até então, esta marca negativa era da campanha de 2014, quando também foi nono em um campeonato com 16 clubes. Ou seja, estava pouco abaixo do meio da tabela. Na edição atual, com apenas 12 participantes, foi o quarto pior. Um dado que só joga ainda mais luz para a dificuldade de John Textor em contratar um técnico efetivo e a consequente deterioração do time campeão em 2024.
Em campo, a equipe evoluiu muito pouco em relação à péssima atuação na derrota para o Racing-ARG, pela primeira partida da Recopa. Cláudio Caçapa abriu mão da trinca de volantes e armou um time, em tese, mais ofensivo. Mas a dificuldade de criar permaneceu. Erros de passe e escolhas equivocadas minaram as chances do alvinegro.
Em boa parte da partida, o time só chegou com perigo por meio das bolas alçadas para Igor Jesus dentro da área. Só na reta final, com o time mais aberto pelos lados e os meias mais participativos, é que o time conseguiu, de fato, construir jogadas a partir de boas triangulações. Mas pecou nas conclusões e, pela demora em reagir, não teve muito tempo para buscar a virada.
A ver, ao menos, se a melhora na etapa final seguirá na quinta-feira, no Nilton Santos, no segundo jogo da Recopa contra o Racing. O Botafogo vai precisar vencer por três gols de diferença para ser campeão. Se ela for de dois, a partida irá para a prorrogação.
– Infelizmente, aconteceu. Agora precisamos pensar para frente. E pensar para a frente significa reverter os dois gols contra o Racing. O pensamento é só esse. O foco é só esse. O trabalho vai ser todo voltado para esse jogo. É uma chance que nós temos após o Carioca — afirmou Caçapa.
Fonte: O Globo