Vasco monta força-tarefa para segurar Rayan na janela do meio do ano

O Vasco tinha um plano em relação a Rayan desde o início de 2025: renovar o contrato do jovem atacante e vendê-lo por um bom valor no meio do ano. O jogador de 18 anos tinha sondagens de mercados alternativos da Europa e de clubes de média expressão, embora ainda não tivesse emplacado no clube. Em um mês, tudo mudou.

Em um clube com dificuldades financeiras e problemas dentro de campo, a venda de um atacante com potencial, mas que ainda não havia mostrado o seu futebol, parecia óbvia. Era “impossível” segurar Rayan por mais tempo. Depois da chegada de Fernando Diniz, o jogador de 18 anos se tornou o principal jogador do Vasco e agora tornou-se imprescindível e “imperdível” no clube.

E a lógica funciona a partir de um comentário de Diniz, na entrevista coletiva após a vitória como o Melgar. A declaração do técnico e o desempenho do atacante em campo convenceram a diretoria. Vender Rayan agora é desperdício de dinheiro.

— O Rayan é imperdível. Vender o Rayan agora é vender por um valor muito menor do que ele vai valer. Você não contrata outro Rayan. Ele estava muito abaixo do que pode render. Esse Rayan, pra mim, é só um inicio do que eu sinto — disse Diniz, no fim de maio.

A resposta de Admar Lopes, novo diretor de futebol do Vasco, vai na linha de quem já chega com o discurso alinhado ao de Fernando Diniz.

— Minha expectativa com a diretoria é manter o Rayan, não negociar nesta janela, mas há uma multa rescisória. Se pagarem, não podemos fazer nada. Eu acredito que o Rayan vai ficar até o fim do ano no Vasco, mas nada é impossível no futebol.

Como manter?

A situação financeira do Vasco segue complicada, e a diretoria adota o discurso de responsabilidade em relação a contratação de jogadores. Rayan é o maior ativo do clube hoje, avaliado por sites especializados em negócios do futebol em 14 milhões de euros (cerca de R$ 88 milhões). O clube já queria negociar o atacante por um valor acima disso antes da chegada de Diniz, em números perto dos R$ 100 milhões, como revelou o ge.

Sabendo do interesse estrangeiro e da real possibilidade de venda no início do ano, o Vasco renovou o contrato somente até o fim de 2026. Mas a diretoria se precaveu em relação a um aspecto: caso o clube não venda o atacante, o contrato tem gatilhos que renovam o vínculo por mais tempo, para que não haja uma nova novela de renovação ou um risco de perder o jogador de graça no ano que vem.

O Vasco já acreditava que Rayan poderia se valorizar ainda mais em 2025, com a disputa do Mundial Sub-20, pela seleção brasileira da categoria. A conta oficial da competição publicou uma imagem de Rayan como um dos destaques da competição nesta quinta-feira.

Mas a real valorização de Rayan acontece dentro do próprio Vasco. Se antes o atacante não era unanimidade dentro da torcida e não se firmava no time titular, o jovem se tornou destaque da equipe de Diniz e viu o reconhecimento chegar das arquibancadas. Ele foi o melhor do time em jogos contra o São Paulo, Melgar e Fluminense.

A importância dele para a equipe é tamanha que o clube preparou um esquema especial para que ele retornasse a tempo da Data Fifa, na qual ficou a serviço da seleção brasileira sub-20 no Egito, e ficasse à disposição para a partida no Morumbis. E deu certo. Ele participou de dois gols da vitória por 3 a 1 contra os paulistas.

Agora, o desafio será manter Rayan. O Vasco tem uma ótima relação com Walkmar, pai do atacante que também foi jogador do clube, e que foi peça-chave na renovação deste ano. Se em baixa o jovem já despertava interesse de times europeus, em alta a procura será ainda maior.

Fonte: Globo Esporte