Vasco maltrata torcida até o fim do Brasileiro em despedida de São Januário

Derrota para o Mirassol deixa o Vasco da Gama ainda com risco de rebaixamento na última rodada do Campeonato Brasileiro.

Thiago Mendes em jogo contra o Mirassol
Thiago Mendes em jogo contra o Mirassol (Foto: Matheus Lima/Vasco)

O Vasco entrou em campo pela última vez em São Januário neste Brasileirão contra o Mirassol. Depois da goleada por 5 a 1 sobre o Internacional, a expectativa era vencer mais uma e chegar à última rodada sonhando com o G-8. Mas a tônica do time no Campeonato Brasileiro de 2025 tem sido frustrar o torcedor em casa e não lhe dar paz no campeonato.

A derrota por 2 a 0 para a ótima equipe do Mirassol resume bem a campanha vascaína como mandante: melancólica.

O torcedor vascaíno enfrentou uma chuva enorme para chegar ao estádio. Quem quis se apegar ao lado supersticioso lembrou logo da noite contra o Internacional, quando o Vasco colocou o time gaúcho na roda sob chuva intensa. Mas um problema recorrente voltou a aparecer no primeiro tempo desta terça-feira. Se contra o Inter o time aproveitou as chances criadas, diante do Mirassol não teve eficiência alguma.

Depois de vencer o Santos por 6 a 0, o Vasco frustrou o torcedor em São Januário ao perder para o Corinthians. Após a classificação contra o Botafogo na Copa do Brasil, o Vasco frustrou o torcedor em casa ao empatar com um a mais com o Ceará. Depois de emendar quatro vitórias seguidas, o Vasco frustrou o seu torcedor ao perder para o time do São Paulo cheio de desfalques. E ainda perdeu para um Juventude que lutava contra o rebaixamento.

Depois de ganhar de 5 a 1, sonhar com o G-8 e precisar apenas de um empate para se livrar dos riscos do Z-4, o Vasco frustrou o seu torcedor ao perder para o Mirassol.

Erros no meio e no ataque no 1º tempo

O Vasco repetiu a escalação da última rodada, mas Andrés Gómez parecia um jogador completamente diferente daquele que atuou na sexta-feira anterior. Depois de fazer um golaço e dar assistência contra o Inter, o colombiano errou praticamente tudo o que tentou diante do Mirassol.

O time de Diniz insistiu muito pelo lado esquerdo no primeiro tempo, numa estratégia clara para evitar a faixa direita do ataque, prejudicada pelo acúmulo de água no gramado. Nuno Moreira e Paulo Henrique quase não foram acionados, ao contrário de Lucas Piton, Gómez e Coutinho pelo setor esquerdo.

A melhor chance do Vasco na etapa inicial saiu dos pés do jogador mais perigoso da equipe. Após rápida combinação com Coutinho, Rayan arrancou pelo meio e finalizou forte, obrigando Walter a fazer boa defesa. A maioria das outras investidas terminou nos pés de Gómez, que tomou más decisões: não finalizou ótimo passe de Thiago Mendes e errou cruzamentos e dribles pela esquerda.

Apesar do volume do Vasco, o jogo foi equilibrado antes do intervalo. Extremamente bem treinado por Rafael Guanaes, o Mirassol atraía a pressão alta vascaína e conseguia sair com qualidade pelo centro. Barros e Thiago Mendes erraram vários encaixes de marcação. O time também vacilou com a bola. Thiago Mendes, Nuno e Léo Jardim entregaram passes perigosos na defesa, permitindo chegadas perigosas do adversário.

Erros na defesa no 2º tempo

O Vasco voltou melhor para o segundo tempo, com mais volume e menos erros. Passou a rondar a defesa do Mirassol e arriscar chutes de média distância, mas sem precisão. A chance mais perigosa foi uma finalização de Paulo Henrique em contra-ataque em que Gómez poderia ter tocado para Coutinho ou Rayan pelo centro.

Mas um lance mudou os rumos da partida e gerou apreensão para o fim da temporada de 2025 — e talvez até para 2026. Lucas Piton torceu o joelho esquerdo em uma dividida e saiu chorando. Ainda não se sabe a gravidade da lesão. O susto parece ter abalado o time. O Mirassol, que pouco antes havia feito alterações, aproveitou o momento de queda emocional vascaína.

Em uma saída mais longa do Mirassol, Puma Rodríguez cortou mal, Gómez foi antecipado, e o adversário armou o contra-ataque letal. Robert Renan deu um passo adiantado desnecessário, desmontando a linha de defesa. Renato Marques atacou o espaço nas costas de Cuesta e abriu o placar. Tudo errado na marcação do Vasco.

Os erros se repetiram no segundo gol. Em um momento onde os dois laterais haviam virado pontas, e Vegetti, David e Rayan ocupavam a área, o Vasco ficou ainda mais exposto no meio de campo. Foi a vez de Cuesta cometer o mesmo erro que Robert Renan havia feito no primeiro gol. Para piorar, Léo Jardim saiu mal e não conseguiu cortar Carlos Eduardo.

Entre um gol e outro do Mirassol, o Vasco foi um time que se resumiu a cruzar bolas aleatórias na área, na expectativa de um cabeceio de Vegetti ou dos outros atacantes. Muito pouco para um time que precisava pontuar em casa. A chance do empate veio após escorada do argentino para David, que finalizou para fora.

Após o apito final, vaias e xingamentos tímidos. A torcida do Vasco pareceu nem ter forças para criticar a equipe depois de mais uma frustração em São Januário. Os vascaínos encheram o estádio para apoiar um time que poderia encerrar a rodada fazendo conta para o G-8, mas que terminará a quarta-feira fazendo contas para ver se chegará a Belo Horizonte com riscos de rebaixamento.

O Brasileirão de 2025 do Vasco já pode ser categorizado como medíocre. Mas pode terminar como vergonhoso caso haja risco de rebaixamento na última rodada. E pode ser trágico no pior cenário possível. O Vasco, que chegou aos 42 pontos na 30ª rodada, entrará em campo na 38ª com apenas 45. O torcedor não teve paz em nenhum momento. E, se tiver no jogo contra o Atlético-MG, será graças aos concorrentes — não ao time.

Fonte: Globo Esporte

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