Vasco insiste com estratégia, sofre com marcação e é premiado com gol de Nenê

O Vasco da Gama sofreu com falta de criatividade e marcação da Portuguesa-RJ, mas teve paciência e conseguiu sair de campo com a vitória.

Nenê comemorando gol com os colegas
Nenê comemorando gol com os colegas (Foto: Rafael Ribeiro/Vasco)

O Vasco foi uma equipe previsível na noite desta quarta-feira. Em face da reunião de alguns fatores, o time mostrou-se pobre de criatividade e caiu feito presa fácil na marcação da Portuguesa durante boa parte do jogo em São Januário. Zé Ricardo, no entanto, preferiu insistir, segurou as substituições e foi premiado com o gol de pênalti de Nenê que garantiu a vitória por 1 a 0. Uma estratégia arriscada, mas que acabou sendo certeira no final das contas.

Uma coisa é certa: se o gol tinha que ser de alguém, então que fosse de Nenê. Não pela atuação (bastante abaixo em relação ao sarrafo que ele há muito tempo mantém lá em cima), mas pelo significado do momento. Na sua partida de número 150 com a camisa do Vasco, o meia marcou seu 52º gol pelo clube e assumiu a artilharia isolada do Campeonato Carioca, com quatro gols.

Feitas as observações, o Vasco ganhou e dormiu sozinho na liderança da competição, com 10 pontos – o Botafogo, que tem sete, vai a campo nesta quinta contra o Fluminense. São quatro vitórias em cinco jogos, o que faz com que a equipe de Zé Ricardo, apesar da necessidade de vários ajustes e correções, chegue embalada para o primeiro clássico do ano. No próximo domingo, o time pega o Botafogo em jogo que será realizado no Maranhão.

Jogo de paciência

Pela primeira vez neste Campeonato Carioca, o Vasco terminou um jogo com mais posse de bola que o seu adversário: 58% contra 42% da Portuguesa. Nas outras quatro partidas, o time teve 47% (Volta Redonda), 46% (Boavista), 40% (Nova Iguaçu) e 36% (Madureira).

Por outro lado, essa foi a ocasião em que o Vasco menos criou chances. Levando em consideração apenas as finalizações, por exemplo, foram nove (diante da Lusa) contra 11 (Volta Redonda), 13 (Boavista), 22 (Nova Iguaçu) e 12 (Madureira).

– A posse pra mim diz pouco, eu prefiro uma equipe vertical, mesmo que a equipe corra riscos. O momento é de tentar ser ofensivo, com um futebol mais atrativo e de mais coragem – disse o treinador na coletiva de imprensa após o confronto.

“Nós entendemos que era preciso muita paciência”, acrescentou.

Escalado com o time que Zé Ricardo considera ideal diante das atuais circunstâncias (com Vitinho e Yuri Lara no departamento médico), o Vasco não fez uma boa partida. Cérebro do time, Nenê sofreu uma pancada na coxa logo nos primeiros minutos, uma amostra do que viria a ser a marcação bem encaixada e implacável da Portuguesa na partida. Durante praticamente a partida inteira, a equipe de Zé Ricardo não conseguiu jogar.

Com Nenê anulado e Juninho apagado ofensivamente (a exceção foi uma jogadaça aos 16 minutos do primeiro tempo que terminou em finalização torta de Gabriel Pec), o Vasco se limitava a ligações diretas que partiam dos pés de Anderson Conceição, Ulisses e Matheus Barbosa. Às vezes a bola chegava nas laterais com Edimar e Weverton, mas raramente passava dali.

A chuva que não deu trégua também não facilitou as coisas. Apesar de não haver formação de poças em nenhum momento, resultado de uma ótima drenagem, o gramado de São Januário estava pesado e prendia a bola em alguns trechos. Fica mais difícil trocar passes nessas condições.

Dessa forma, o Vasco levou perigo ao gol defendido por Carlão duas únicas vezes no primeiro tempo. A primeira em cruzamento de Bruno Nazário pela direita que Raniel cabeceou com força para a ótima defesa do goleiro da Lusa. E a segunda já nos acréscimos, com o próprio Nazário (que teve boa atuação) chutando de fora da área.

No segundo tempo, a apatia foi a mesma. Ali pelos 10 ou 15 minutos, a expectativa repousou sobre uma eventual substituição de Zé Ricardo. Getúlio, autor de dois gols no fim de semana, estava no banco. E a torcida chegou a gritar o nome de Riquelme. Mas o treinador decidiu testar a paciência e foi até o fim com sua estratégia.

Até que, aos 30 minutos, o time efetuou pela esquerda uma movimentação que até então não havia encaixado. Nenê recebeu mais recuado, quase no meio de campo, e enfiou por cima para Edimar, que dominou e entregou para Gabriel Pec ser derrubado na área. O domínio do lateral, já tirando do marcador, e a ingenuidade do camisa 15 Netinho, que ergueu a perna na altura do quadril de Pec, foram os diferenciais do lance.

A partir daí, a missão foi segurar o resultado – o que era bastante preocupante tomando como base o histórico recente de gols sofridos nos minutos finais. Mas, dessa vez, o sistema defensivo vascaíno funcionou. Anderson Conceição e Ulisses mostraram-se atentos até o final, Matheus Barbosa teve outra boa atuação lá atrás (apesar de algumas entradas com força desmedida, uma delas com a punição do cartão amarelo) e Thiago Rodrigues fechou o gol na reta final.

Fonte: Globo Esporte

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