Vasco errou mais de 70% dos cruzamentos contra o Santos
Das 50 tentativas do Vasco da Gama durante a partida, apenas 14 tiveram alguma sequência; zagueiros santistas tiveram boa atuação.
O Vasco perdeu para o Santos no domingo, pela sexta rodada do Brasileirão, com um roteiro que está se tornando comum: o time não aproveita o momento em que é melhor na partida, sofre um gol e em seguida é incapaz de levar a melhor sobre a defesa em bloco baixo do adversário.
Diferente de ocasiões recentes, em especial o segundo tempo da derrota para o Bahia e o primeiro do empate com o Coritiba, a equipe de Maurício Barbieri dessa vez criou. Foram 21 finalizações na partida inteira, 12 delas na direção do gol. O clube ainda reclama de possíveis três pênaltis não marcados e vai à CBF nesta segunda-feira questionar os critérios da arbitragem.
Mas tudo o que o Vasco produziu mostrou-se insuficiente. Com exceções de poucas jogadas trabalhadas, o time mais uma vez apostou alto nas bolas aéreas e facilitou a vida da defesa do Santos. Foram ao todo 50 tentativas de cruzamentos, dentre os quais 14 tiveram alguma sequência. A cena mais comum da partida foi os zagueiros Messias e Joaquim afastando de cabeça.
O Vasco sofreu sua segunda derrota no campeonato, novamente em São Januário, resultado que empurra a equipe para a 16ª colocação e a aproxima da zona de rebaixamento – a distância para o Corinthians, 17º, é de um ponto. São cinco rodadas consecutivas sem vitória no Brasileirão.
Cobrado pelas atuações recentes, Barbieri mexeu na equipe e escalou o time titular com três alterações para enfrentar o Peixe. A primeira delas, Galarza, se deu pela ausência de Andrey Santos, que está a serviço da seleção brasileira sub-20. Mas as outras duas foram por opção do treinador: Barros e Figueiredo entraram nas vagas de Rodrigo e Alex Teixeira, respectivamente.
– Foi em função da organização defensiva do Santos, para conseguir explorar mais com dois interiores, com Barros e Galarza, que não têm tanta característica de armação de jogo. A ideia era que o Jair fizesse a ligação entre a defesa e o ataque, como fez muito bem contra o Coritiba – explicou o comandante, que disse também que os exames de Alex apontavam risco de lesão caso ele atuasse por 90 minutos.
Com Figueiredo aberto pela esquerda, Galarza pelo meio e Barros bastante adiantado, pisando várias vezes na área, o Vasco ensaiou uma pressão no início do jogo e teve boas chances com Pec cobrando falta e Galarza chutando de fora da área. Mas o gol do Santos aos 28 minutos mudou o panorama da partida – Puma e Barros deram todo o espaço para que Lucas Lima fizesse a jogada pela esquerda e entregasse nos pés de Deivid Washington.
O Vasco a princípio sentiu o golpe, mas antes do intervalo conseguiu voltar para o jogo e tentou diminuir o estrago com um chute de Puma de fora da área e uma jogadaça de Piton pela esquerda que Barros quase alcançou dentro da área. Mas foi pouco. Aos 44, a torcida já gritava: ”Não é mole, não, obrigação é ganhar no caldeirão”.
Cruzamentos e mais cruzamentos
De fato o gol de Deivid Washington foi praticamente a única chance de perigo do Santos na partida inteira. A outra foi numa bobeira de Puma, aos nove do segundo tempo, em que Joaquim quase encobriu o goleiro Léo Jardim.
O Vasco teve 61% de posse de bola, comandou as ações da partida e sofreu pouco em contra-ataques. Mas a principal arma da equipe na partida, a bola aérea, que vinha funcionando no campeonato, mostrou-se inofensiva contra o Santos. A esperança certamente era em algum momento encontrar Pedro Raul, mas este na maioria das vezes ou estava mal colocado na área ou muito bem marcado pela dupla de zaga do Peixe.
A equipe conseguiu oito cabeçadas, duas delas, com Alex Teixeira e com o próprio Pedro Raul, terminaram em grandes defesas do goleiro João Paulo, eleito o melhor jogador da partida pela transmissão da TV Globo. Os outros foram lances de menos perigo.
Orellano e Erick Marcus, muito elogiados contra o Coritiba, dessa vez pouco fizeram. Exageradamente dependente de um gol no início dos jogos, o Vasco dá a impressão de ter se tornado uma equipe previsível que ainda procura a melhor forma de jogar quando precisa se impor. Nas duas vezes em que isso aconteceu, contra Bahia e Santos, sofreu duas derrotas.
Fonte: Globo Esporte