Vasco: entrevista de Fagner

Fagner afirma ser vaidoso, e diz que a culpa também é da esposa Bárbara.

Por Anderson Montalvão

Fagner, um jogador de apenas 21 anos com muita história pra contar. Em 2008, ele chegou ao Vasco e era pouco conhecido, mas se dedicou muito e ajudou o time na conquista da serie B em 2009. Em 2010 sofreu várias lesões, e após a recuperação participou do Campeonato Brasileiro no qual teve muito destaque.

Ainda na menoridade, o lateral foi tentar a sorte no PSV, da Holanda. A cultura do país era desconhecida, e ele sofreu um pouco até se adaptar, depois voltou para o Brasil quando rompeu com o antigo empresário.

Fagner

Fagner deu uma entrevista ao globo esporte, contando o que gosta de fazer fora do São Januário.

 

GLOBOESPORTE.COM: Antes de começar no futebol, como era a sua relação com o esporte? Já teve alguma outra atividade?  

 

Fagner: Nunca fiz nada diferente de jogar bola. Quando eu era pequeno, meu pai juntava o pessoal do prédio para jogar todo domingo às 7h na quadra do colégio. Ficávamos várias horas jogando. Meu pai sempre me incentivou, aí comecei a fazer teste no Corinthians. O pessoal do trabalho dele falava que ele era louco porque largava tudo para ir apostar em uma coisa incerta. Graças a este esforço, pude chegar onde cheguei.

Quais são suas recordações do Corinthians? Qual a importância do clube para você?

Tenho boas recordações do Corinthians, foi onde aprendi tudo, até como homem. Aprendi a ter disciplina, como ser um bom profissional. Tudo o que eu sou hoje, agradeço ao Corinthians por ter me criado e apostado no meu talento.

Antes de completar 18 anos, apareceu a oportunidade de jogar no PSV, da Holanda. Você foi sozinho para lá?

 Fui com 17 anos, sozinho. Logo depois foi uma prima para morar comigo, mas acabamos brigando, e ela voltou meses depois. Aí fiquei sozinho mesmo. Tinha a solidão, língua diferente, cultura diferente, coisas a que você não está habituado. Às vezes eu ficava meio perdido.

Vivenciou alguma situação inusitada por lá?

Como lá é liberado, todo lugar a que íamos tinha gente fumando. Às vezes no estádio eu estava lá sentado e do lado tinha alguém enrolando cigarro de palha e fumando. Era uma situação inusitada para mim. Lá é normal, mas para nós é bem estranho (nota: na Holanda, o consumo de drogas como a maconha é liberado em determinados lugares).

Qual foi sua maior dificuldade na Holanda? Como fazia para matar saudade do Brasil?

Era computador e telefone direto com os amigos e familiares. Quando dava, meu pai ficava lá comigo um mês, um mês e meio. A gente sempre mantinha contato. Acho que foi uma boa experiência para amadurecer, crescer. Foi bom neste sentido. Aprendi bastante também em campo. Joguei três jogos no principal e em muitos fui relacionado. Quando não estava no principal, jogava no time B.

Por que saiu do PSV antes do término do contrato e como o Vasco apareceu na sua vida?

Eu tinha sido campeão holandês e tinha vindo para o Brasil de férias. Meu empresário na época tinha brigado com o pessoal do clube, aí, quando voltei para lá, o PSV já tinha me encostado. Ele (empresário) me prometeu um monte de coisas e acabou não cumprindo nada. Entrei em acordo, rescindi e vim embora. Conversei com o Carlos Leite (seu empresário atual), e ele topou trabalhar comigo. No fim do ano, falou que tinha uma coisa boa para mim, o Vasco. Disse que seria bom para eu dar uma levantada. Aí resolvi aceitar.

Então se não fosse esta divergência com o empresário, você poderia estar na Europa até hoje.

Talvez ainda tivesse lá, porque tinha mais quatro anos de contrato. Mas acho que foi bom para mim como pessoa. Tudo aconteceu do jeito que tinha que acontecer mesmo.

Como é o Fagner fora do clube, em casa? Tem alguma coisa de que gosta muito de fazer?

Gosto muito de jogar videogame. Sempre que estou em casa, dou uma fugidinha para jogar. Muitas vezes, a minha mulher arruma alguma coisa para fazermos juntos. Às vezes, quando tem treino na praia, ela diz que vai junto e leva também os cachorros. É complicado, porque nós viajamos muito, concentramos muito e ficamos longe da família. Moro com minha mulher e meu filho de nove meses.

Você se considera vaidoso? Gosta de mudar o cabelo, ir ao salão de beleza, fazer tatuagem?

Eu me considero vaidoso, e minha mulher me deixa mais ainda. Ela é culpada também. Às vezes ela vai no salão, e eu vou junto. Aí ela fala: “Faz a unha”, e eu digo que não. Ela diz que é legal homem com unha feita porque é sinônimo de higiene. Às vezes eu faço, às vezes não. Algumas vezes, quero deixar o cabelo crescer, e ela pede para eu cortar. Só com a tatuagem que ela me breca um pouco. Mas tenho umas 14 e não penso em parar. Onde tiver espaço e der vontade, vou fazer. Mas ela fica me segurando, me pedindo calma para fazer alguma coisa que eu não vá me arrepender.

Quais são as próximas metas que você traçou na sua carreira?

Quero começar bem o ano. Gosto de pensar no presente, porque, quando se pensa muito na frente, acaba deixando a desejar. Temos que pegar coisas boas do passado. Já consegui ter uma sequência boa agora, consegui superar as lesões. Neste ano espero só coisas boas. 

 Redação: vasconoticias.com.br

                 

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