Vasco encerra Carioca com solidez defensiva e precisando de ajustes no ataque

À espera da SAF, o Vasco da Gama tem em seus atletas de defesa os principais acertos até aqui; ofensivamente, há muito o que ser melhorado.

Zé Ricardo durante clássico contra o Flamengo
Zé Ricardo durante clássico contra o Flamengo (Foto: Jorge Rodrigues/AGIF)

A discrepância entre os investimentos de Vasco e Flamengo foi pauta nos últimos dias, principalmente entre os vascaínos, que já esperavam jogos difíceis contra o maior rival na semifinal do Campeonato Carioca. Mas, apesar da eliminação, o saldo não é tão negativo para o time de Zé Ricardo, que, principalmente no confronto de volta, jogou de igual para igual. O desempenho é um bom presságio a três semanas da estreia na Série B, mas não significa que a equipe está pronta para a principal competição do ano.

Foram duas derrotas por 1 a 0 no Maracanã, a mais recente no último domingo. Os placares magros favoráveis ao rival condizem com o que aconteceu nas duas partidas, em que o Vasco conseguiu neutralizar o Flamengo e foi castigado pela qualidade do elenco rubro-negro e por erros pontuais.

Vasco mais agressivo

Diferentemente do primeiro jogo, em que teve uma postura totalmente defensiva, o Vasco foi mais competitivo no ataque na partida de volta. O maior mérito de Zé Ricardo foi equilibrar a posse, o que tirou a possibilidade de o Flamengo ficar rodando a bola para achar as finalizações.

A principal mudança em relação ao time da última quarta foi a entrada de Figueiredo no lugar de Weverton. Mas a escalação do atacante, que correu o tempo todo e cumpriu bem a função defensiva, não é o único elemento que explica a nova postura do Vasco. Em busca de reverter a desvantagem e frente às críticas do desempenho na ida, Zé Ricardo liberou mais os laterais, aumentando a produtividade pelos lados e permitindo a Pec e Figueiredo que aparecessem mais por dentro também.

A marcação alta desde os primeiros minutos foi outro diferencial do Vasco, que conseguiu forçar erros na saída de bola do Flamengo. A recuperação pós perda também funcionou bem, tanto que Figueiredo, ao lado de Quintero, foi o jogador com mais desarmes pelo lado vascaíno. A disposição do atacante traduz o time vibrante que se viu em campo no Maracanã.

A presença ofensiva, porém, não foi transformada em gols. O time pisou pouco na área e apresentou dificuldades de fazer a bola chegar em Raniel, que até se movimentou bem nos minutos iniciais, mas logo sumiu no jogo e não contribuiu para a maior produtividade do ataque do Vasco.

O saldo de um gol em cinco clássicos disputados na temporada aponta uma carência do elenco, que oferece poucas opções a Zé Ricardo, e a falta de uma ideia concreta de jogo no setor ofensivo.

Erro define derrota

Se ainda precisa mostrar mais na frente, o Vasco termina a primeira parte da temporada com uma defesa sólida e deixa impressão positiva após os dois clássicos contra o Flamengo. No primeiro jogo, o time já havia se comportado bem e sofreu o gol após um pênalti marcado pelo VAR. Na volta, um erro de Juninho na defesa gerou o escanteio que terminou no gol rubro-negro. A equipe estava até bem na bola aérea defensiva, mas acabou permitindo cruzamentos em seguida no lance do gol.

Thiago Rodrigues, Quintero e Anderson Conceição fizeram partida segura e se firmam como os maiores acertos do departamento de futebol. Zé Gabriel e Yuri Lara, que ainda não reassumiu a titularidade, também aparecem como boas opções para o treinador vascaíno.

O equilíbrio deixou as duas equipes igualmente expostas, mas o Vasco conseguiu segurar a pressão quando o adversário subia para atacar. Quando o Flamengo conseguiu finalizar, Thiago Rodrigues resolveu com defesas importantes – foram cinco nos 90 minutos. Mas a diferença técnica entre os rivais pesou no segundo tempo, especialmente após o gol marcado por Willian Arão, aos 8 minutos.

Como era de se esperar, o Vasco saiu mais, passou a dar campo para o Flamengo, que aumentou o número de finalizações e passou a ser superior, ainda mais com as substituições. Marinho, Vitinho e Everton Ribeiro deram fôlego ao rival na segunda etapa, enquanto Zé Ricardo tentou manter o seu time aceso com Luiz Henrique, Vitinho e Bruno Nazário.

O Vasco terminou o primeiro tempo com quatro finalizações contra seis do rival. Na etapa final, com o gol cedo, o Flamengo mais que triplicou o número de chutes e foi a 21, enquanto o time de Zé terminou o jogo com 10.

Marinho, que entrou aos 24 minutos do segundo tempo, foi quem mais finalizou pelo Flamengo, o que mostra que os espaços apareceram mais depois do gol. Pelo lado vascaíno, o maior finalizador foi Nenê, que levou perigo nos quatro chutes que deu a gol.

O bom desempenho no domingo abre caminho para uma boa Série B, mas o Vasco precisa entender que os jogos da Segunda Divisão estão em outro contexto. O time vai encontrar defesas mais fechadas e precisa aproveitar as semanas de folga que tem pela frente para melhorar o jogo ofensivo e elaborar alternativas para os adversários competitivos que terá pela frente.

Além disso, as semanas livres serão fundamentais para o departamento de futebol, agora junto com a 777 Partners, iminente compradora da SAF do Vasco, mapear o mercado em busca de reforços. O clube fez muitas apostas no início do ano, algumas estão dando mais certo que outras, e agora precisa mirar em jogadores mais preparados para a disputa da Série B.

Depois da derrota para o Flamengo, o elenco do Vasco vai folgar nesta segunda e na terça e se reapresenta no CT Moacyr Barbosa na próxima quarta.

Fonte: Globo Esporte

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