Vasco encaminha venda do potencial construtivo de São Januário à Cyrela

A provável compradora é uma famosa incorporadora e construtora de imóveis com sede em São Paulo e deve pagar cerca de R$ 500 milhões.

Imagem de como ficaria o entorno de São Januário
Imagem de como ficaria o entorno de São Januário (Foto: Emerson Rocha)

O Vasco está próximo de acertar a venda do potencial construtivo de São Januário. A Cyrela, famosa incorporadora e construtora de imóveis com sede em São Paulo, fez proposta ao clube e deve pagar cerca de R$ 500 milhões, valor estimado para as obras de reforma do estádio. O negócio ainda só não foi concretizado porque o Projeto de Lei que viabiliza a modernização do estádio vascaíno tem de ser aprovado na Câmara de Vereadores do Rio.

A legislação urbanística de cada cidade determina limites para edificações em diferentes regiões, ou seja, quanto poderá ser construído em um terreno em cada bairro. No caso de um estádio de futebol, nem todo esse limite é utilizado, uma vez que não há construção no gramado, por exemplo.

Em São Januário, 197 mil metros quadrados de construção autorizada pela legislação não serão utilizados. O projeto permite que essa área seja negociada para ser aplicada em outras regiões, onde a área máxima construída seria menor pela legislação local. A ideia é que seja transferido à construtora um terreno na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

O Vasco não é dono desse terreno. O clube apenas vai vender o potencial construtivo para a Cyrela, maior companhia do mercado imobiliário de luxo do País, que terá o direito de construir além do que autoriza o Plano Diretor da cidade na Barra da Tijuca.

Há outros interessados no negócio, como a Rede D’or, maior grupo hospitalar privado brasileiro, mas as negociações com a construtora estão avançadas.

O potencial construtivo transferido para a Barra da Tijuca será vendido por R$ 500 milhões – custo estimado da reforma do estádio – para a Cyrela, que repassa o dinheiro ao Vasco. O clube não pode usar esse montante para outro fim que não seja a revitalização de São Januário e de seu entorno. Cada gasto terá de ser comprovado. Um conselho consultivo, composto por dirigentes do Vasco, vereador, representantes da Prefeitura e de associações de moradores, será destacado para acompanhar as intervenções.

Projeto de Lei está perto de ser aprovado

O projeto de lei referente ao potencial construtivo de São Januário que viabilizará os recursos necessários para as obras está na iminência de ser aprovado. O PL que vai viabilizar a revitalização do estádio quase centenário – inaugurado em 1927 – já foi aprovado pela Câmara em primeira discussão no início de junho. Todos os 45 vereadores que votaram foram favoráveis.

Mas a proposta ainda receberá emendas e será votada em definitivo até o fim do mês, antes do recesso parlamentar, segundo o presidente da Câmara, o vereador Carlo Caiado (PSD). O texto tem de ser votado em dois turnos. Para ser aprovado, precisa receber ao menos 26 votos favoráveis. As emendas podem ser apresentadas pelos vereadores para modificar partes do texto. Depois, vai para sanção ou veto do prefeito Eduardo Paes, que enviou a autorização de operação urbana consorciada em novembro do ano passado.

“O futebol representa muito para a economia da nossa cidade. É preciso buscar equipamentos que vão movimentar o turismo, São Januário é um estádio importante”, argumentou Caiado, segundo o qual, o projeto será entregue ao prefeito Eduardo Paes “o quanto antes”.

Na terça-feira passada, 11, foi realizada a terceira e última audiência pública, com participação de moradores da Barreira do Vasco, torcedores e comerciantes locais, sobre o a proposta, que tem sido discutida desde o ano passado.

Reforma inclui ampliação de São Januário

O projeto de modernização de São Januário prevê a ampliação da capacidade de 22 mil para 48 mil lugares. Serão trocadas cadeiras, os camarotes vão aumentar e a marquise será reformada, ao contrário da fachada e da tribuna, que serão preservadas.

Sérgio Dias é o arquiteto responsável pelo projeto do Novo São Januário. Ele é neto de Albertino Moreira Dias, que era diretor de futebol e esportes terrestres do Vasco em 1922 e 1923.

“É uma conquista para a cidade do Rio, em especial para os vascaínos que sonham com essa ampliação. Já está passando de cem anos e teremos uma reforma”, disse o vereador Alexandre Isquierdo (União).

“O estádio é uma referência turística, a gente sabe que vai ter um impacto bom para Tuiuti, Barreira do Vasco. Vamos começar a debater as emendas para o prefeito sancionar, o clube começar a captar e o clube ter seu caldeirão”, acrescentou.

Emocionado em uma das audiências públicas, o presidente Pedrinho afirmou que São Januário tem “grande representatividade social para o Rio e para o mundo”. Ele fez a projeção de que as obras comecem em dezembro e terminem em 2027, ano do centenário do estádio.

Fonte: Estadão

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