Vasco e Vegetti se atrapalham em momento estranho da temporada

Trunfo aéreo, o atacante Pablo Vegetti tem passado dificuldades com a falta de criação, mas também causa problema para o Vasco da Gama.

Vegetti em clássico contra o Botafogo
(Foto: André Durão)

Com 43 pontos e seis rodadas pela frente, o Vasco da Gama está tranquilo em relação à luta contra rebaixamento. Somado a isso, o Gigante ainda tem chance de se classificar à Libertadores de 2025, pensando na possibilidade de se formar até um G9 no Campeonato Brasileiro.

Para isso, no entanto, será necessário que o Botafogo vença a Libertadores atual, e o Flamengo conquiste a Copa do Brasil. Mesmo assim, não tem como dizer que a equipe vascaína vive um momento positivo, principalmente após a derrota acachapante para o Botafogo, por 3 a 0, no Estádio Nilton Santos.

Poderia ter sido muito pior se o rival tivesse um pouco mais de ímpeto, o que evidenciou a distância técnica entre os times. O Cruzmaltino não viu a cor da bola, o que piorou com a expulsão de João Victor, ainda na primeira etapa. O que tem sido evidenciado nos últimos jogos é que Pablo Vegetti e Vasco não têm falado a mesma língua.

Antes de qualquer coisa, é preciso dizer: Não é uma tentativa de queimar o atleta, que tanto ajudou o Gigante na temporada. É mais uma reflexão sobre a montagem do elenco vascaíno. O Camisa 99 tem como ponto forte a bola aérea e vinha sendo essencial enquanto a equipe vascaína acertava ótimos, principalmente por parte de Lucas Piton, mas o cenário mudou.

O grande trunfo vascaíno misteriosamente parou de ser usado, o que deixou o argentino praticamente sem função em campo. É neste ponto que entra a crítica a Vegetti, que com a bola nos pés, saindo da área, tem mostrado uma grande deficiência em dar seguinte em jogadas até simples, sem explosão e capacidade de fazer pivô.

Acaba sendo natural para um jogador veterano e não é nenhuma surpresa a falta de intimidade com os pés do artilheiro. O problema é que, no momento sem criatividade do Vasco, essa situação ficou exposta. A grande questão, no entanto, cabe à diretoria que não se preparou para isso ao não contratar outro centroavante.

Qual a solução?

Jogos como o passado, contra o Botafogo, quando o Vasco não conseguiu o controle da bola, fazem com que Vegetti seja menos um em campo e não por sua culpa exatamente. Uma alternativa seria usar um atacante de mobilidade como aconteceu diante do Bahia, quando Rayan substituiu o Camisa 99, que estava suspenso, e contribuiu diretamente para o Gigante abrir 3 a 0 ainda no primeiro tempo.

E não: Vegetti não se tornou descartável. Muito pelo contrário. Mas o Vasco precisa de variações de esquema tático e de mais mobilidade. Além disso, é um atleta veterano que naturalmente está desgastado. Vale lembrar também que nomes como Adson e David estão fazendo falta no sistema ofensivo. Os pontas atuais, Jean David, Emerson Rodríguez e Puma Rodríguez não estão os substituindo à altura, um problema para o argentino.

Pensando no próximo ano, o Gigante deveria formar um time que alimente o ponto forte de Vegetti, e também é necessário ter uma alternativa de acordo com o adversário. No mais, vale ressaltar que, quando o time funciona, Pablo Vegetti é uma arma letal normalmente, embora tenha limitações. O segredo é conhecer as qualidades e os limites de cada atleta.

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