Vasco é paciente com o temperamental e decisivo Bernardo

O meia não chega a ser um daqueles exemplos clássicos de "bad boy", mas também não apresenta um comportamento comum.

O elenco do Vasco neste ano é formando em grande parte por jogadores de bom comportamento. Diferentemente da época de Carlos Alberto, hoje no Bahia, não há crises de relacionamento no grupo. Nomes como Fernando Prass, Felipe, Juninho Pernambucano, Diego Souza e Alecsandro jamais protagonizaram atritos de vaidade ou deram dor de cabeça à diretoria. Porém, um jogador ainda destoa: Bernardo. Aos 21 anos, o garoto-problema é vigiado de perto para não prejudicar a carreira e o time.

Herói da vitória nos acréscimos sobre o Fluminense que manteve o Vasco na briga pelo título brasileiro quando os corintianos já soltavam o grito de campeão em Florianópolis, Bernardo é um daqueles casos em que o clube nota o surgimento de um promissor jogador na pele de um jovem imaturo – e às vezes problemático. Não foram raras as vezes em que ele aprontou na temporada, mas no dia seguinte foi lá e resolveu dentro de campo.

O técnico Cristóvão Borges tem sido uma espécie de paizão. Tem mesclado paciência e bronca na medida certa para manter o meia comprometido e, ao mesmo tempo, ter o talismã da equipe sempre estimulado.

“Ele jogou sete jogos inteiros, é um jogador talentosíssimo. Por ser jovem, tem alternâncias de comportamento e atuações, mas tem técnica. E nós conversamos muitos, ele requer maior aproximação. Tem talento e energia, é atrevido e impetuoso. Quando consegue usar esse tipo de comportamento até agressivo e canalizá-lo em favor do time, fica positivo. Vai crescer, é talento raro”, discursou Cristóvão Borges.

Foi o treinador que por duas vezes se encarregou de chamar o jogador no canto para uma conversa franca. O clube está ciente que precisa esperar o amadurecimento natural para que Bernardo cresça e use sua energia apenas para o futebol.

O meia não chega a ser um daqueles exemplos clássicos de “bad boy” que já passaram pelo clube, como Edmundo e Romário, mas também não apresenta um comportamento comum. Mesmo com 21 anos, já é pai de três filhos – sendo um fora do casamento. Ele é o artilheiro do time na temporada. Ainda que reserva, marcou 18 gols. O deste domingo, contra o Fluminense, aos 45 minutos do segundo tempo, teve um gostinho especial.

“Me lembrei do Juninho Pernambucano em 2000 contra o Palmeiras. Um dia queria ser decisivo para fazer um gesto parecido com o dele”, contou o meia cruzmaltino.

A diferença é que Juninho, aos 36 anos, é o primeiro a chegar e o último a sair. Consciente que poderia voltar ao clube depois de dez anos e decepcionar, sugeriu o inusitado contrato de um salário mínimo. Já Bernardo de vez em quando dá uma pisada na bola.

Em setembro, chegou atrasado a São Januário, foi a campo e, sem condições psicológicas, chamou o treinador para uma conversa. Caiu no choro publicamente.

“Tenho um filho mais ou menos da idade dele. Neste momento, você precisa orientar, educar”, disse Cristóvão sobre o episódio.

Na semana passada, o meia cometeu um ato de indisciplina. Depois de uma disputa de bola com Chaparro, chutou o companheiro. Não satisfeito, “bicou” a lata de lixo atrás do gol e isolou a bola. A cena teve um desfecho pior ainda. Bernardo tirou o colete, atirou no chão e abandonou o treino.

Dez minutos depois, voltou a campo como se nada tivesse acontecido. Mas o treinador pediu que ele corresse sozinho. Dois dias depois, lá estava ele substituindo Diego Souza, suspenso, contra o Universidad de Chile, pela Sul-Americana. O jogo terminou empatado em 1 a 1, gol dele.

Fonte: ig

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