Vasco joga melhor que Fluminense no clássico, mas peca nas finalizações
Vasco da Gama conseguiu se sobressair diante do Fluminense, mas ineficiência nas conclusões pesou contra um time ainda em construção.
O Vasco entrou em campo contra o Fluminense, na noite de domingo, com dois desfalques importantes – Jair e Figueiredo -, entre outros problemas no elenco. Mesmo assim, o treinador Mauricio Barbieri encontrou soluções para que o time fosse superior ao rival no primeiro tempo. Na segunda etapa, o Tricolor fez valer a máxima do “quem não faz leva” e se aproveitou da letalidade de Cano para vencer o clássico por 2 a 0.
Dito isso, mesmo com a derrota no primeiro grande desafio da temporada, não dá para fazer uma análise negativa sobre o comportamento do Vasco diante de um Fluminense mais consolidado.
A escalação inicial do Vasco surpreendeu a todos, com três jogadores jovens no meio-campo e Alex Teixeira caindo pelo lado esquerdo e, muitas vezes, numa espécie de segundo atacante. Com Rodrigo, Barros e Galarza formando a linha de três no meio, a ideia de Barbieri diminuir a fragilidade de marcação no setor apresentada nos jogos anteriores.
E deu certo. O Fluminense foi neutralizado pelo Vasco no primeiro tempo e, mesmo com mais posse de bola (60%), trocou mais passes no campo de defesa do que no ataque. O time tricolor foi sufocado pelo rival, que subiu a marcação e dificultou a saída de bola sem perder o gás ofensivo.
Os números acima mostram um Vasco dominante, que ganhou o meio-campo e conseguiu criar boas chances de gol. Foram pelo menos três oportunidades claras no primeiro tempo contra um chute do Flu que nem chegou ao gol de Léo Jardim.
30min do 1º tempo: Léo lança Pumita na direita, o lateral dá passe de cabeça para a área, e Pedro Raul cabeceia no canto direito de Fábio, que faz grande defesa. Na sobra, Alex Teixeira desperdiça boa oportunidade chutando na rede pelo lado de fora.
37min do 1º tempo: Alex Teixeira puxa o contra-ataque em bela jogada, tabela com Galarza, invade a área e finaliza para fora, frente à frente com Fábio.
45min do 1º tempo: Pec finaliza colocado de fora da área, e o goleiro tricolor busca no ângulo direito, fazendo outra defesaça.
Rodrigo e Barros desequilibraram no fôlego, com o primeiro indo para o intervalo com cinco desarmes na conta. Galarza foi quem destoou no meio, com erros simples. Na frente, Pec fez outro grande jogo, e Alex Teixeira surpreendeu. O meia-atacante de 33 anos acelerou o jogo pelo lado esquerdo e participou de algumas das jogadas mais perigosas do time.
Sem poder contar com Figueiredo, que já havia ficado fora da última partida por uma lesão na coxa direita, com Jair, que sentiu desconforto na coxa esquerda, e com De Lucca, reserva por estar voltando de um quadro viral, Barbieri driblou os problemas com criatividade. Mas no segundo tempo, a bola mudou de pés, e uma escolha do técnico vascaíno pegou mal entre os torcedores.
Pedro Raul, que já havia levado grande perigo ao gol de Fábio nos primeiros minutos, foi substituído por Eguinaldo aos 16. A intenção de Barbieri foi que o camisa 21, mais veloz e com boa mobilidade, participasse das transições rápidas que o Vasco vinha fazendo no jogo.
Mas os planos mudaram quatro minutos depois, quando Cano, livre na área, abriu o placar para o Fluminense. Sem Pedro Raul, o Vasco perdeu força no jogo aéreo ofensivo. Ainda assim, perdendo a partida, o time seguiu utilizando o recurso, sem sucesso. O gol deu confiança ao Tricolor, que passou a controlar as ações.
No entanto, mesmo com a melhora do Fluminense na etapa final – que aconteceu muito em função das trocas de Fernando Diniz -, o Vasco ainda foi perigoso. Por isso, a frustração de Barbieri e dos torcedores vascaínos que foram maioria no Maracanã. O time tem criado bem mais do que no ano passado, fruto do estilo de trabalho, mas falta eficiência.
- 3min do 2º tempo: Piton cruza para Pedro Raul cabecear. A bola sai muito perto do gol do Fluminense.
- 30min do 2º tempo: Vasco sai em contra-ataque, e Eguinaldo dá belo passe para Nenê, que bate colocado para boa defesa de Fábio.
- 34min do 2º tempo: Nenê cobra falta na área, e Eguinaldo cabeceia com muito perigo para fora.
Do outro lado, sobrou eficiência e, por isso, o Fluminense venceu. O time tricolor criou três chances em todo o jogo e converteu duas em gol. Para fechar o placar, contou com erro de Rodrigo na saída de bola. O jovem volante entregou bola nos pés de quem não poderia e viu Cano fazer um gol espetacular em chute do meio de campo que pegou Léo Jardim adiantado.
Desfalcado, o Vasco encontrou soluções caseiras e foi melhor do que um Fluminense mais pronto. Não é porque perdeu que tudo foi ruim. Pelo contrário, Barbieri dá indícios de um time bem preparado para os desafios da temporada. Mas o clássico confirmou o que se viu nos jogos anteriores: o técnico vai precisar de mais reforços para montar a equipe competitiva que se espera em 2023.
Na próxima quinta-feira, às 20h30, no Maracanã, mais um teste de peso para o Vasco, que enfrenta o Botafogo em jogo adiado da terceira rodada do Campeonato Carioca.
Fonte: Globo Esporte