Vasco e mais 17 clubes assinam com empresa para operação da Liga Brasileira

O Vasco da Gama acompanhou outros 17 clubes no acordo com a Codajas Sports Kapital, para prosseguimento da criação da Liga Brasileira.

Troféu da Série A do Campeonato Brasileiro
Troféu da Série A do Campeonato Brasileiro (Foto: Infografia)

Dirigentes de 18 clubes assinaram um termo com a empresa liderada pelo advogado Flavio Zveiter, denominada Codajas Sports Kapital, no qual se comprometem a avançar em assuntos ligados à liga de clubes.

Entre participantes da primeira divisão em 2021, cinco ainda não assinaram o acordo: Athletico-PR, América-MG, Fluminense, Juventude e Sport. Todos os outros confirmaram a participação.

Recapitulando: em junho deste ano, cartolas manifestaram o interesse de fundar uma liga para a organização do Campeonato Brasileiro e, mais importante, para vender suas propriedades comerciais.

Ainda naquele mês, dirigentes receberam representantes de três empresas interessadas em cuidar da operação da liga. A Codajas, de Zveiter, era uma delas. O assunto então esfriou nos bastidores.

Agora, a proposta volta a avançar com a assinatura deste termo. Ele é um documento “não vinculante”, ou seja, não gera nenhuma obrigação para os clubes envolvidos. Caso seus dirigentes queiram recusar o que for oferecido posteriormente, têm esse direito preservado.

Ao mesmo tempo, o acordo gera obrigações para os clubes.

  • Clubes se comprometem a não vender nenhum direito de transmissão ou comercial relacionado ao Campeonato Brasileiro para o período posterior a 2024, durante os próximos dois meses
  • Clubes concordam em ceder informações necessárias para a realização de um “valuation” (valoração da liga de clubes a ser fundada). Isso determinará a entrada de um parceiro
  • Clubes cedem à Codajas Sports Kapital o direito de cobrir propostas financeiras, por período pré-determinado de um ano, caso concorrentes apareçam com ofertas diferentes

Todos os pontos acordados têm relação com a proposta financeira que Zveiter prometeu aos dirigentes. Ao lado de profissionais de mercado, como Ricardo Fort e Lawrence Magrath, o advogado afirma que conseguirá vender uma parte da futura liga de clubes para um investidor.

Na carta entregue aos dirigentes, a Codajas afirma que tem acordo com a Advent International. Trata-se de uma companhia que investe em “private equity” (ou seja, comprando participações em empresas consolidadas). A Advent fez negócio similar no futebol italiano, com a liga local.

Inicialmente, a liga de clubes foi avaliada pela equipe de Zveiter em US$ 4 bilhões. Baseando-se nisso, a venda de até 25% da liga para esse parceiro geraria US$ 1 bilhão. Esse dinheiro, por sua vez, seria repassado aos clubes para que possam pagar dívidas e se reestruturar em meio à crise.

Por meio desse acordo, sob sigilo, dirigentes proverão dados internos para que a Codajas faça um “valuation” mais preciso das propriedades comerciais envolvidas, sobretudo dos direitos de transmissão.

A exigência para que clubes não vendam direitos de transmissão ou patrocínios existe para que essa operação, de venda de parte da liga para um terceiro, não seja inviabilizada. Contratos de direitos de transmissão estão em vigor e valem até 2024. Se algum clube vendesse seus direitos separadamente, de 2025 em diante, prejudicaria a negociação coletiva.

De onde vem a resistência

Mario Celso Petraglia, responsável pelo Athletico-PR, é a principal voz dissonante ao projeto capitaneado por Flavio Zveiter. O dirigente não assinou o termo e tem dito nos bastidores que não assinará. Ele busca alianças entre cartolas da Série B para formar um grupo de oposição.

Segundo interlocutores consultados pela reportagem, Petraglia tem o receio de que esse acordo, com a Codajas, impeça negociações com outras empresas interessadas em operacionalizar a liga. Além disso, ele teme que os valores estimados estejam subvalorizados.

Mário Bittencourt, presidente do Fluminense, tem demonstrado ressalvas ao projeto. O cartola ainda não assinou o termo com a empresa de Zveiter, embora a sua adesão seja aguardada para os próximos dias.

Bittencourt se incomodou com a duração da “concessão” das receitas para o investidor privado. Segundo a proposta, esse investidor teria 25% das receitas do Brasileirão por até 75 anos – com período e percentual ainda a confirmar. Bittencourt tem dito a aliados que os clubes desistirão de uma quantia elevada no futuro, em troca do socorro no presente.

Fonte: Blog Negócios do Esporte/Globo Esporte

1 comentário
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    Não existe nada que dois possa ganhar ,pra ter um ganhador tem que ter um perdedor e a falta de grana no momento pode fazer alguns clubes vender a alma ao diabo ,muita calma nessas horas

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