Vasco e Cruzeiro vivem realidades distintas em relação a contratações

Dois gigantes do futebol brasileiro na Série B, Vasco da Gama e Cruzeiro seguem caminhos opostos quando o assunto é a chegada de reforços.

Castan lamenta empate ao final de Vasco e Cruzeiro
Castan lamenta empate ao final de Vasco e Cruzeiro (Foto: Thiago Ribeiro/AGIF)

Somando oito títulos brasileiros, Cruzeiro e Vasco frustraram novamente seus milhões de torcedores e permaneceram na Série B após campanhas pífias. Com a competição mais uma vez no calendário em 2022, os gigantes seguem com o objetivo do acesso, mas até o momento contrastam bastante no planejamento para a próxima temporada.

Enquanto os mineiros já realizaram nove contratações e acenderam uma chama de esperança na torcida, os cariocas não trouxeram nenhum reforço e têm despertado a ira dos cruzmaltinos nas redes sociais.

Entre as novas caras do Cruzeiro, algumas peças interessantes, como o atacante Edu, ex-Brusque, artilheiro da Série B de 2021; o goleiro Jailson, ex-Palmeiras; e os experientes zagueiros Maicon, ex-São Paulo, e Sidnei, revelado no Internacional e que estava há 13 anos na Europa, tendo passagens por clubes como Benfica (POR), Besiktas (TUR), La Coruña (ESP), Espanyol (ESP) e Bétis (ESP).

Chegaram também o lateral direito Pará, ex-Santos; os volantes Pedro Castro, ex-Botafogo, e Machado, sem clube; e os atacantes Fernando Neto, ex-Vitória, e João Paulo, ex-Atlético-GO.

No Vasco a reformulação acontece a passos lentos. Após decidir pela saída do técnico Fernando Diniz e do diretor-executivo, Alexandre Pássaro, o clube foca na remontagem do departamento de futebol.

A primeira movimentação, aliás, gerou algumas críticas, já que o Cruzmaltino contratou o técnico Zé Ricardo antes mesmo de escolher um gestor para comandar o setor.

Em seguida, criou o cargo de “gerente-geral de futebol” e trouxe Carlos Brazil para a pasta, dirigente que havia sido gerente da base do Vasco anteriormente e executava a mesma função no Corinthians.

O clube busca agora uma pessoa para ficar acima de Brazil, como uma espécie de CEO do futebol. As conversas não avançaram com Ricardo Gomes. O mesmo aconteceu com Alexandre Mattos, que foi parar justamente no Cruzeiro. Jorge Macedo, do Ceará, é um nome avaliado.

Há ainda a possibilidade de se ter um coordenador técnico, e o ex-goleiro Fernando Prass tinha conversas avançadas para tal. Porém, as tratativas emperraram nesta semana e o negócio foi dado por encerrado.

Para o elenco a diretoria ainda não sinalizou com nenhum jogador.

Ambos os clubes já têm 10 saídas confirmadas

Cruzeiro e Vasco só estão parecidos no quesito “barca”. Ambos já oficializaram a saída de dez jogadores, quase um time inteiro.

Nos mineiros as saídas confirmadas são de: Rhodolfo (zagueiro), Léo Santos (zagueiro), Joseph (zagueiro), Norberto (lateral direito), Jean Victor (lateral esquerdo), Ariel Cabral (volante), Marcinho (meia), Keké (atacante), Felipe Augusto (atacante) e Rafael Sóbis (atacante que se aposentou).

Nos cariocas deixaram o clube: Ernando (zagueiro), Walber (zagueiro), Zeca (lateral direito), Michel (volante), Romulo (volante), Andrey (volante), Marquinhos Gabriel (meia), Morato (atacante), Léo Jabá (atacante) e Germán Cano (atacante).

No caso de Cano, o clube tinha o interesse na renovação, mas uma dívida de cerca de R$ 3 milhões inviabilizou a continuidade. Ele negocia com o Fluminense e tem sondagens de equipes do exterior.

As situações indefinidas

Ambas as equipes ainda têm algumas situações indefinidas no elenco. No caso do Cruzeiro, três terão o atual contrato se encerrando neste fim de ano: o volante Henrique, o meia Giovanni e o atacante Wellington Nem. O primeiro, como está lesionado, deverá renovar até se recuperar. O caso dos demais está sendo avaliado.

Há ainda a situação do lateral direito Raul Cáceres, que não deverá permanecer mesmo tendo contrato até dezembro de 2022 em função de não ter caído nas graças do técnico Vanderlei Luxemburgo, que permanece na Toca da Raposa.

Já no Vasco, dois medalhões com contrato não deverão ficar. O capitão Leandro Castan entrou em um grande desgaste com a torcida e negocia sua saída, embora tenha vínculo até dezembro de 2022 e uma boa grana a receber em dívida.

No caso do goleiro Vanderlei, ele atingiu as metas de partidas a disputar na temporada, o que aciona automaticamente o gatilho de renovação do contrato, mas ele é outro que, aparentemente, está fora dos planos do clube, que busca uma solução benéfica para ambos os lados.

Edu queria o Vasco, mas fechou com o Cruzeiro

Entre os reforços do Cruzeiro, um tem uma história curiosa. Torcedor fanático do Vasco, clube que defendeu nas divisões de base, o atacante Edu, ainda quando disputava a Série B pelo Brusque, declarou publicamente que o seu sonho era defender o Cruzmaltino. Porém, o tempo foi passando, o jogador se valorizando com a artilharia da competição e a diretoria vascaína não agiu pela contratação, mesmo diante de alguns apelos nas redes sociais.

O Cruzeiro, por sua vez, demonstrou interesse e agilidade e acabou acertando a contratação do camisa 9.

Cruzeiro à frente também na questão da SAF

Saindo do campo e bola, o Cruzeiro também se mostra à frente do Vasco no quesito Sociedade Anônima de Futebol (SAF), visto por ambos como a “salvação da lavoura” para que os clubes voltem a figurar com força na elite.

A transformação do Cruzeiro em clube-empresa é a grande bandeira do presidente Sérgio Santos Rodrigues, que tomou posse em junho de 2020. Somente a chegada de dinheiro dos investidores seria possível de tirar o clube da crise que vive desde 2019. O novo CNPJ já está registrado, mas falta o principal: atrair um grande investidor.

Para facilitar o processo, o Cruzeiro tenta mudar o Estatuto do clube. Nesta sexta-feira (17) os conselheiros e sócios (dos clubes sociais) vão voltar a mudança de um artigo. Atualmente, o Estatuto do Cruzeiro permite a venda de apenas 49% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF). A diretoria quer elevar esse número até 90%.

Parceira do Cruzeiro na busca por investidores, a XP Investimentos pressiona para que a mudança aconteça.

No Vasco, a SAF não foi citada em nenhum momento na campanha à presidência de Jorge Salgado, que assumiu a gestão em janeiro de 2021. Por isso, causou surpresa quando, no mês passado, o dirigente entregou aos poderes do clube uma carta com a intenção de se criar a sociedade anônima. Atualmente o estatuto vascaíno não permite este tipo de mecanismo, o que levará obrigatoriamente o assunto ao Conselho.

Diferentemente do Cruzeiro, o Vasco alega que, inicialmente, o projeto da SAF é o de emitir debêntures do futebol, que seria uma espécie de título de dívida a ser adquirido pelos próprios torcedores e investidores, algo que permitiria ao clube captar dinheiro no mercado financeiro com juros mais baixos do que os disponíveis no momento e ainda ter o futebol sob seu domínio, embora não descarte a possibilidade de venda.

Fonte: Uol

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1 comentário
  • Responder

    Resimindo rnqunto o Cruzeiro usa a unteligencia para resolver os problemas no Vasco a incompetencia e estupidez de sua diretoria entrra o clube. Gora Salgado, vice e incompetente preguicoso e omisso..

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