Vasco cai de pé na Copa do Brasil e precisa levar espírito de jogo para o Brasileiro

O Vasco da Gama neutralizou o Atlético-MG, viu limitações do elenco pesar, mas precisa levar o espírito do jogo para o Brasileiro.

Vasco x Atlético-MG em São Januário
Vasco x Atlético-MG em São Januário (Foto: Matheus Lima)

É justo dizer que o Vasco merecia a classificação à final da Copa do Brasil. O time jogou o suficiente para superar o Atlético-MG em São Januário, no sábado, e neutralizou o adversário durante 99% do tempo, mas no 1% restante a diferença entre os elencos pesou. O empate em 1 a 1 culminou na eliminação da equipe de Rafael Paiva.

O Vasco foi melhor do que o Atlético-MG, que havia vencido o jogo de ida por 2 a 1. Fez um jogo sólido defensivamente e não permitiu o Galo jogar em São Januário. O time pressionou a saída de bola adversária e cercou o quarteto ofensivo formado por Paulinho, Scarpa, Arana e Hulk – desses, o camisa 10 foi o mais participativo. Os alas pouco impactaram no ataque, enquanto o centroavante ficou muito bem marcado durante 89 minutos.

O time de Paiva foi aguerrido e conseguiu fazer partidas muito equilibradas contra uma equipe que tem um dos melhores elencos do país hoje. E elenco foi o que faltou ao Vasco.

O treinador optou mais uma vez por improvisar Puma Rodríguez na ponta direita. Dos seis reforços contratados na segunda janela, apenas Coutinho e Emerson Rodríguez jogaram. Souza, Maxime Dominguez, Alex Teixeira e Jean David não foram utilizados. O que reforça as escolhas ruins do clube nas contratações mais recentes. Em um jogo em que o Vasco precisava de força ofensiva, três jogadores da linha de frente sequer foram considerados por Paiva.

Mesmo assim o jogo do Vasco funcionou um pouco melhor pelos lados, de onde surgiram as principais chances. Foi num cruzamento de Piton que a bola tocou no braço de Otávio, e Vegetti abriu o placar de pênalti, aos 37. Puma e Emerson também tiveram duas boas chances no primeiro tempo – o uruguaio obrigou Everson a bela defesa no que por pouco não foi o 2 a 0 vascaíno. Por outro lado, o jogo por dentro não encaixou, e Coutinho teve atuação discreta.

Léo Jardim só fez uma grande defesa no jogo, quando ainda estava 0 a 0, ao impedir finalização de Battaglia. O Galo não jogou por méritos do Vasco. Puma e Paulo Henrique encaixaram a marcação pelo lado direito, Hugo Moura perseguiu Paulinho pra todo canto, e a dupla de zaga não deixou espaços para os atacantes adversários circularem.

– Eu não estava tendo espaço. Eles estavam me segurando, puxando, fazendo falta, mas faz parte. Se eu pego um zagueiro que me deixa jogar, é muito fácil pra mim, o que não foi o caso – disse Hulk depois do jogo.

No segundo tempo, o Vasco experimentou ainda mais as limitações do elenco. O time cansou, Coutinho passou a caminhar em campo, Emerson e Piton saíram por necessidade, e a equipe sentiu. Dois jogadores sub-20 – Leandrinho e Rayan – foram as opções para o lado esquerdo.

A verdade é que não tinha solução no banco de reservas. Nenhum dos reforços da segunda janela ou dos jogadores mais antigos eram relevantes o suficiente para entrar. A entrada de Rossi, que está fora dos planos há um tempo, pode ser questionada, mas não é a razão da eliminação.

Por todos os problemas que enfrentou na temporada, o Vasco foi longe na Copa do Brasil. O sentimento de frustração é justo, porque a classificação estava muito perto, mas a eliminação é explicada por fatores que vêm muito antes do resultado. A falta de assertividade na montagem do elenco é a principal delas.

E foi o que pesou para o Atlético, que tem muito mais jogadores capazes de decidir um jogo. No único momento em que Hulk recebeu uma bola com liberdade, o atacante acertou uma bela finalização no ângulo de Léo Jardim. O lance aos 36 minutos do segundo tempo foi um balde de água fria para um time até então muito obediente taticamente. Muito mais mérito do camisa 7 do que demérito do Vasco, que, ao contrário do Galo, já não tinha mais forças nem ninguém que pudesse resolver.

– A gente fez um grande jogo. Criou muitas situações de gol, conseguiu neutralizar o Atlético que é muito difícil. Fica muito frustrado porque conseguimos colocar em prática tudo que a gente acredita e a bola não entrou. A gente sai com sentimento de frustração. No mínimo pênaltis a gente merecia. Orgulho pelo quanto a gente honrou a camisa do Vasco – comentou Rafael Paiva.

Números de Vasco x Atlético-MG

  • Posse de bola: 38% x 62%
  • Finalizações: 13 x 6
  • Escanteios: 7 x 4
  • Passes errados: 95 x 86
  • Faltas: 15 x 9
  • Desarmes: 8 x 12

O Vasco cai em pé e precisa levar o espírito do jogo contra o Atlético-MG para a reta final do Brasileirão. O time terá dois jogos fundamentais pela frente, contra Cuiabá e Bahia, ambos em casa, e tem que pensar em resolver logo a temporada para já começar a pensar em 2025. A campanha na Copa do Brasil superou as expectativas, ainda mais com todas as limitações, mas não dá mais para se contentar com apenas isso.

Fonte: Globo Esporte

1 comentário
  • Responder

    Amigos Vascaínos, estamos lamentando a derrota para o Atlético MG e o fim do sonho nesta temporada. Antes que os pessimistas e críticos comecem a apontar os erros de Pedrinho e sua administração, peço que reflitam.
    O trabalho desse homem apaixonado pelo Vasco, de caráter íntegro e inteligência, começou há poucos meses, quando assumiu o comando do clube em uma ação corajosa.
    Com muito esforço, dedicação e liderança, ele conseguiu formar um grupo competitivo. Claro, ele cometeu erros, como todo ser humano, mas não por negligência, e sim pela falta de recursos financeiros!
    Não chegamos à final da Copa do Brasil por detalhes, uma falta de sorte que sobrou para Atlético MG e Flamengo, clubes com orçamentos milionários.
    O Vasco iniciou um trabalho sério há poucos meses. Faz muitos anos que não sonhávamos com uma classificação para uma final da Copa do Brasil ou Libertadores. Esses objetivos ainda estão distantes para um elenco que se destaca pela competitividade, mas carece de talento.
    Mesmo assim, vimos uma torcida vibrante e apaixonada, aplaudindo a equipe após a eliminação. Isso mostra o reconhecimento da realidade atual e do compromisso do grupo durante o jogo. Ao técnico Paiva, continue firme no trabalho. A vida de técnico é difícil, as decisões são tomadas em segundos, com 50% de chance de acerto ou erro. Criticar depois do fato é fácil.
    No final, o Vasco é para quem acredita. Aos incrédulos, que fiquem em casa assistindo pela televisão. Esse grupo não merece suas críticas. Vamos, Vasco!

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