Vascaíno do salto triplo espera brilhar nas Olimpíadas de Londres

Jonathan registrou o segundo melhor resultado do ano na prova, inferior apenas aos 17,49m do cubano Osviel Hernandez, com 17,49m.

De Varginha a Londres basta um pulo. Ou melhor: um salto triplo de 17,39m. Foi com esta marca que Jonathan Henrique Silva, natural daquela cidade de Minas Gerais, obteve o índice para as Olimpíadas na capital britânica (o índice exigido era de 17,20m) e registrou o segundo melhor resultado do ano na prova, inferior apenas aos 17,49m do cubano Osviel Hernandez, com 17,49m.

Com seus saltos, Jonathan quer fazer história. Ele conhece a trajetória brasileira no salto triplo, com Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão olímpico em 1952 e 1956; Nélson Prudêncio, prata olímpico em 1968 e de bronze em 1972; e João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, que foi recordista mundial, com 17,89m, e bronze olimpico em 1976 e em 1980.

— É muito gratificante fazer parte disso, poder pôr o Brasil na história e fazer a minha parte. Há um tempinho que o triplo brasileiro não conseguia uma marca assim — disse Jonathan. — Já assisti a vídeos de Adhemar e João do Pulo e conheço Nelson Prudêncio pessoalmente.

Radicado em São Paulo —, onde treina no grupo do técnico Nélio Moura, que tem entre seus atletas Maurren Maggi, campeã olímpica de Pequim-2008 no salto em distância —, o saltador tem 20 anos e há sete se dedica ao atletismo. Antes, em 2011, sua melhor marca pessoal era de 16,70m.

— Esperava obter o índice, mas não agora, porque meu pico será em maio. Foi uma surpresa até para mim — afirmou.

Perguntado se não corre o risco de ter obtido seu melhor resultado cedo demais, já que as Olimpíadas serão de 27 de julho a 12 de agosto, Jonathan não se preocupa e até já imagina que vá enfrentar uma competição de altíssimo nível.

— Normalmente consigo manter as melhores marcas em julho e agosto. Espero saltar bem até lá. As Olimpíadas serão muito fortes, e qualquer um poderá surpreender. Vou querer saltar longe e pôr pressão sobre os meus adversários.
Afilhado de Maurren

Quanto aos rivais, além do cubano Hernandez, o brasileiro destaca os também cubanos Yoandri Betanzos, prata nos Mundiais de 2003 e 2005, e Alexis Copello, ouro no Pan-2011, além dos americanos Christian Taylor, ouro no Mundial de 2011, e Will Claye, bronze no Mundial de 2011. Em Pequim-2008, o campeão foi o português Nélson Évora.

— Em 2012, espero ganhar muita experiência, mas não descarto ganhar uma medalha. Minha meta é 2016, no Rio, mas sem descartar Londres-2012 — explicou Jonathan, que mês que vem irá disputar os GPs de Uberlândia, de São Paulo e do Rio, dentro do circuito de GPs da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), e depois deverá competir na Holanda.

Jonathan vem treinando sob a orientação de Nélio Moura há cinco anos. Antes do salto triplo, ele praticava salto em altura e os 110m com barreiras, depois de ter tido os primeiros contatos com o atletismo ainda em Varginha.

— Vim a São Paulo fazer um teste no CT de Ibirapuera e acabei sendo orientado para o salto triplo e para o salto em distância. No salto em distância, minha melhor marca, sem o vento, é 7,72m, e com o vento, é de 8,03m. Mas em Londres, certamente vou me concentrar no triplo — disse ele. — É muito bom trabalhar com o Nélio. Eu tenho entendido bem o que ele me pede e com as informações que me são passadas. O meu diálogo com ele é bom.

O jovem atleta se sente motivado por poder treinar juntamente com a Maurren:

— É uma honra trabalhar com ela. Quando eu estava começando a treinar aqui, logo em seguida ela foi medalhista de ouro em Pequim. Agora, depois de quatro anos, poder ir aos Jogos Olímpicos com ela é muito gratificante. Costumo dizer que a Maurren é minha madrinha. Ela sempre me dá dicas de como é a competição, de como devo tentar usar a ansiedade a meu favor e de como não me desconcentrar.

Nascido em Varginha, em 21 de julho de 1991, Jonathan, antes de começar no atletismo, tentou a sorte no futebol, nas divisões de base do Varginha, atual Boa Esporte, da segunda divisão brasileira.

— Era o meia que vinha de trás, fazia gols e dava passes. Se continuasse, estaria num bom time — afirmou. — No Sul de Minas, a maioria torce por times do Rio, e eu sou Vasco.

Para ele, 2012 está sendo marcante não apenas nas pistas:

— Comecei este ano a faculdade de administração na UniSant’Anna. Estudo de manhã e treino à tarde. Vem mesmo sendo um ano de muitas mudanças positivas.

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