Vascaíno explica o que aconteceu do lado de fora de Moça Bonita
Cabe dizer que não houve nenhum tipo de destruição gerado pela indignada torcida vascaína.
O que aconteceu ontem do lado de fora do estádio de Moça Bonita foi um dos maiores absurdos que presenciei em anos freqüentando estádios. Faltando 10 minutos para o início do jogo a fila ocupava 3 quarteirões do bairro, com todos os torcedores tendo ingressos. Ao saber que a bola já rolava, os torcedores se desesperaram e começaram a cobrar nos portões, a essa hora já fechados.
Bem na minha frente, um policial jogou spray de pimenta no rosto de uma menina que estava nos ombros do pai. Começou a correria e graças a Deus ninguém se feriu. Com o passar do tempo a tensão aumentava nas duas entradas possíveis e ninguém dava uma posição se seria liberada a entrada ou não dos milhares de vascaínos.
Pelo telefone e pelo rádio, ficávamos sabendo que havia muito espaço vazio no estádio e alguns começaram a ir para a delegacia cobrar seus direitos de consumidor. Não estávamos ali pedindo um favor, apenas o que pagamos para consumir, no caso, um jogo de futebol.
O momento mais tenso foi na metade do primeiro tempo, quando explodiram bombas e policiais dispararam tiros de balas de borracha. Foi uma imensa correria e algumas pessoas feridas. Foi esse incidente que fez chegar o gás de pimenta ao gramado.
Com o início da segunda etapa, os torcedores do lado de fora perderam as esperanças e sentaram na praça para ouvir ou ver o jogo em algum bar. Cabe dizer que não houve nenhum tipo de destruição gerado pela indignada torcida vascaína.
Ficamos no aguardo de uma posição oficial do Bangu Atlético Clube sobre os fatos da tarde de ontem e sobre ressarcimento dos valores pagos a quem comprou ingresso e não conseguiu assistir ao jogo.
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