Torcedores simulam enforcamento de Luiz Mello em boneco com camisa do Flamengo
O boneco em referência ao CEO do Vasco da Gama, Luiz Mello, estava com camisa do Flamengo e foi pendurado nos arredores de São Januário.
Em mais um ato de violência no futebol brasileiro, torcedores do Vasco penduraram um boneco nos arredores de São Januário simulando o enforcamento do CEO da SAF, Luiz Mello. O manequim estava vestido com a camisa do Flamengo e a placa “Luiz Mengo”.
No mesmo protesto ao longo da madrugada, torcedores penduraram faixa com cobrança para a 777 Partners. A frase escrita foi: “Cadê o aporte? 1771 Partners”, foi colocada em uma passarela próxima a São Januário.
O boneco de Luiz Mello pendurado na passarela trouxe lembranças da atitude de uma torcida organizada do Atlético de Madrid, que, em janeiro, fez o mesmo com Vinicius Junior. Quatro meses depois do ato, a polícia espanhola prendeu quatro pessoas suspeitas.
O clima no Vasco é tenso, uma vez que o time ocupa a 19ª posição no Brasileirão, com apenas seis pontos. Nesta quinta, a equipe enfrenta o Goiás, às 20h, em São Januário, com ingressos esgotados.
Em entrevista ao ge na última segunda-feira, Luiz Mello revelou que sofreu ameaças de morte nas últimas semanas.
– Meu único grande descontentamento neste processo todo é quando as críticas extrapolam o lado profissional. Tenho sido ameaçado de morte, minha família está exposta, meu telefone está circulando em redes sociais. Há, deste lado, uma pessoa que está fazendo o seu melhor, que está aplicando todo o seu esforço e conhecimento em prol do Vasco sete dias por semana – disse.
O CEO é um dos maiores alvos de críticas internas e externas. Dirigentes da associação cogitaram exigir a saída de Mello com a alegação de que ele assinou termo de posse no qual era exigido não ter vínculo associativo com outro clube. Ao mesmo tempo, o executivo tinha um plano de sócio-torcedor ativo no Flamengo.
Cobranças em reunião
A má relação entre dirigentes do Vasco associativo com o gestor da SAF pautou a reunião do Conselho de Administração, nesta quarta-feira. Membros da diretoria administrativa do clube cobraram uma posição de Luiz Mello sobre o termo de posse. Apesar da crise entre as lideranças, a 777 Partners, que tem o controle do futebol, trata o assunto como página virada.
A reunião do Conselho de Administração da SAF acontece a cada três meses e já estava prevista. Participaram os executivos da 777 Partners, como o sócio-proprietário Josh Wander, os dirigentes de SAF e membros do clube associativo, como o presidente Jorge Salgado. Há um distanciamento muito grande entre a gestão da SAF e dirigentes do clube.
Ao tomar posse como CEO da SAF, em agosto do ano passado, Luiz Mello, declarou que “não detém, direta ou indiretamente, vínculo associativo […] de clube ou entidade de prática desportiva, exceto pelo acionista fundador, o CLUB DE REGATAS VASCO DA GAMA”. Dirigentes do clube entendem que ele mentiu. Mello, no entanto, entende não ter cometido nenhuma ilegalidade. Ele não era sócio estatutário do Flamengo, mas o ge apurou que ele tinha um plano de sócio-torcedor ativo.
Luiz Mello foi questionado formalmente no encontro se era sócio do Flamengo. Ele não respondeu, mas foi informado que a diretora jurídica da SAF, Gisele Cabrera, enviará ao clube uma resposta formal sobre o tema. Executivos da 777 Partners entenderam que não houve ilegalidade e respaldam o dirigente. A empresa trata o assunto como encerrado. O clube, no entanto, vai analisar a resposta enviada e entende que a investigação ainda está aberta.
Fonte: Globo Esporte