Torcedor do Vasco paga promessa por acesso e caminha de Irajá a São Januário
Fanático pelo Vasco da Gama, Ramom César Quadros, de 26 anos, percorreu 12 km entre Irajá e o Estádio de São Januário.
Um fanático torcedor do Vasco caminhou mais de 12 quilômetros no último sábado e cruzou a Zona Norte do Rio de Janeiro para cumprir a promessa que havia feito caso a equipe conseguisse o acesso para a Série A do Brasileirão.
Seu nome é Ramon César Quadros, 26 anos. Ele conta que prometeu a peregrinação logo depois da derrota para o Sampaio Corrêa, pela penúltima rodada da Série B, em outubro do ano passado. O Vasco precisava de uma vitória simples em São Januário para subir, mas acabou perdendo de virada com gol no último minuto.
“Nesse dia, minha sanidade mental já estava esgotada”, lembra.
– No ano passado eu acompanhei 80% dos jogos em casa, vivi esse sofrimento todo. Nesse dia, o Vasco fez 1 a 0, aquela euforia em São Januário, tudo mais. O Sampaio virou, e o Vasco não empatava. Eu comecei a passar mal, tive crise de ansiedade. Falei com meu amigo: “Cara, vamos embora”. Quando estávamos saindo, o Vasco empatou, a gente voltou correndo, aquela comemoração. Mesmo assim, falei: “Estou passando mal, vamos embora” – conta Ramon, que é sócio-torcedor do Vasco.
– Quando estava saindo, o Sampaio fez mais um. Como eu moro em Irajá, eu pego o ônibus ali na Brasil. Peguei o ônibus quase 1h da manhã. O meu amigo já tinha prometido ficar um ano sem beber se o Vasco subisse e está cumprindo. Aí eu fiz essa promessa – conclui ele.
Depois daquela derrota, o Vasco foi para a última rodada sem poder perder para o Ituano fora de casa e conseguiu o acesso com uma vitória por 1 a 0, o gol marcado por Nenê, de pênalti. Ramon enrolou um bocado para cumprir a promessa. “Passou novembro, dezembro, festa de fim de ano… Falei que em janeiro ia fazer”, explica ele.
Até que, no último sábado, o torcedor criou coragem e deu início à caminhada acompanhado de um amigo flamenguista. Os dois levaram exatamente 2h35 para percorrer 12,6 quilômetros de Irajá, onde moram, até São Januário.
No meio do caminho, passaram por maus bocados.
– Passamos pela “faixa de gaza”, ali por Triagem, que de um lado é Manguinhos e do outro é Jacaré. Pessoas fortemente armadas, chuva… Pensei em desistir – conta Ramon, que no meio do trajeto só parou para beber água.
Com a chegada da SAF, que já investiu cerca de R$ 90 milhões em contratações nesta janela e promete mudar o clube de patamar nos próximos anos, Ramon espera que a dificuldade para subir para a Série B no ano passado tenha sido “o último sofrimento”.
– Quando veio a SAF, eu fui um dos primeiros iludidos (risos). A esperança é enorme. Eu tenho 26 anos, não tive um momento de glória, só vi a Copa do Brasil, não vi outro título de expressão. Esse é o momento de enxergar o futuro, o sofrimento de 2022 foi o último. Tinha que ser daquela forma, o último ano de sofrimento.
Fonte: Globo Esporte