Na Tijuca, portugueses vascaínos torceram juntos por Portugal

Bandeiras de Brasil, Portugal e Vasco completavam o cenário onde cerca de 50 portugueses e agregados se juntaram para torcer por Cristiano Ronaldo e sua turma.

Especialista em culinária portuguesa, a cozinheira Marcia da Fonseca fez tudo certo. Com capricho, ela preparou a sua receita secreta de febras de porco com batatas ao murro que foram servidas aos patrícios que compareceram à Casa das Beiras, tradicional reduto português na Tijuca.

Quem errou foi a seleção de Portugal ao ser eliminada nas semifinais da Eurocopa para a Espanha nos pênaltis.

A festa estava armada e o banquete era farto. As garrafas de vinho português se entrelaçavam com as de cerveja brasileira na mesa.

Bandeiras de Brasil, Portugal e Vasco completavam o cenário onde cerca de 50 portugueses e agregados se juntaram para torcer por Cristiano Ronaldo e sua turma.

— A febra é a carne mais macia do porco.

Geralmente, ela é retirada da paleta ou do lombo. Na receita, eu usei vinho branco, mas o resto é segredo — conta Marcia, enquanto o almoço era servido, minutos antes da bola rolar na cidade ucraniana.

A maioria dos presentes já passava dos 60 anos, possuía uma cintura farta e usava largas blusas sociais desabotoadas na parte de cima. Era o próprio retrato de uma geração de portugueses que tiveram sucesso ao tentar a vida no Brasil e que fazem questão de manter as raízes.

— Não vibramos muito durante o jogo, pois o pessoal aqui está com uma certa idade e já sofreu algumas decepções com a seleção portuguesa — explicou Abel Francisco Coelho, que mora há mais de 50 anos no Brasil, onde já trabalhou de operador de cinema a comerciante. Com 73 anos e aposentado, Abel elogiou o futebol repleto de toques da Espanha, mas afirmou que Portugal estava melhor na partida.

Sua opinião era um consenso geral entre os presentes, apesar da silenciosa apreensão no ar.

Já na prorrogação, o silêncio foi interrompido por alguns gritos assustados diante de boas possibilidades de gol da Espanha. Nos pênaltis, alguns torcedores se levantaram e deram as mãos. Outros preferiram ficar no fundo do salão, como se já soubessem o que estava por vir.

— A digestão de uma carne de porco é pesada. Com esta derrota, vai ficar muito mais difícil digerir isso tudo junto. Se Portugal tivesse vencido, o efeito no estômago seria ao contrário — disse Ubirajara Mourão, um garçom carioca que já adquiriu até o sotaque português após mais de 20 anos prestando serviços à Casa.

Se o astro Cristiano Ronaldo ainda não encontrou a receita para garantir a felicidade dos compatriotas, a cozinheira Marcia promete não esquecer os segredos que agradam ao paladar português.

jornal o globo

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