Técnico do River Plate rasga elogios a Ramón Díaz e revela qualidade do técnico
O técnico do River, Martín Demichelis, afirmou que Ramón Díaz, novo treinador do Vasco da Gama, sabe convencer os jogadores.
Técnico do River Plate que se prepara para comemorar o título argentino neste fim de semana, o ex-zagueiro Martín Demichelis concedeu uma longa entrevista ao jornal “La Nación” nesta quinta-feira (13).
Na conversa, ele fez muitos elogios a Ramón Díaz, que acaba de acertar com o Vasco. Foi Ramón, em 2001, que abriu espaço a Demichelis no time titular do River que defenderia até 2003.
“Tive grandes técnicos, começando por Ramón Díaz, que me deu a possibilidade de começar no futebol profissional”, comentou Demichelis ao “La Nación”.
“Ramón olhava pela janela enquanto caíam os raios e dizia: ‘em dois minutos, sai o sol’. E o sol saía. Com essa simpatia que ele fazia as coisas, nos convencia de que seríamos campeões. Esta é uma grande virtude de Ramón. Ele sabe convencer os jogadores”, ponderou Martín, que completou sua análise sobre os técnicos mais influentes da sua carreira citando também o chileno Manuel Pellegrini e o alemão Ottmar Hitzfeld, já na sua longa passagem pelo Bayern, de 2003 a 2010.
Opiniões divididas
Ouvir sobre Ramón Díaz na Argentina é sempre repassar dois quadros muito claros na sua influência perante os jogadores: há atletas mais jovens que fazem elogios, como no caso de Demichelis, nesta quinta, ou de jogadores de maior bagagem, que mantiveram conflitos com ele.
Ramón está com 63 anos e é técnico desde 1995, quando pendurou a chuteira (era atacante) para virar treinador do próprio River. Em sua última passagem pelo gigante portenho, em 2014, ficou muito famosa a sua desavença com David Trezeguet, que precisou sair do River em direção ao Newell’s Old Boys justamente por uma briga com Ramón e Emiliano Díaz, seu filho e já então assistente.
Outra queixa constante dizia respeito sobre os seus treinamentos e os seus esquemas durante as partidas, tidos como ultrapassados.
A última vez que Ramón foi duramente criticado por isso acabou sendo no Libertad, do Paraguai, em 2020, durando apenas 24 jogos no cargo. “Ele é um técnico de oficina, um vagabundo que não gosta de trabalhar”, disparou então o ex-goleiro José Luis Chilavert.
Tanto antes como depois, ele percorreu países de escassa tradição no esporte, como Egito, Arábia Saudita e Emirados Árabes.
Convém cautela antes de se encher de otimismo com a sua contratação pelo Vasco. O currículo é interessante, com trabalhos chamativos especialmente no River, mas conferir a sua vigência no complicado futebol brasileiro será algo a se observar a cada rodada.
Fonte: Uol