Surpreso com saída, William Batista analisa trabalho na base do Vasco

Após saída do Vasco da Gama, Willam Batista concede entrevista exclusiva ao site Globo Esporte e analisa sua trajetória na equipe.

William Batista em jogo contra o Botafogo
William Batista em jogo contra o Botafogo (Foto: André Durão)

William Batista foi demitido do Vasco da Gama após eliminação na Copinha 2024 e duas rodadas à frente da equipe no Carioca. O treinador mostrou surpresa com sua saída do Gigante da Colina e analisou o trabalho nas categorias de base.

Na temporada de 2024, a gestão do Vasco realizou mudanças importantes no comando das categorias de base da equipe. Assim, em entrevista exclusiva ao site Globo Esporte, William Batista revelou que nesse momento veio um sentimento de insegurança. No entanto, ele focou apenas no seu trabalho e não esperava uma demissão.

– Quando começaram as trocas na base houve um sentimento de insegurança, normal com funcionários de qualquer empresa. Me apeguei ao trabalho, em algum momento acreditei que não aconteceria por isso. Tive três demissões na minha carreira em 10 anos, todas pelo mesmo motivo: em algum momento troca todo mundo da direção e essas pessoas têm outras pessoas de confiança, isso é normal no futebol. O que me deixa contente é que não saí por falta de competência, resultado e desenvolvimento dos jogadores. Mas confesso que fiquei surpreso, esperava a oportunidade para dar continuidade ao trabalho – disse William Batista.

Copinha 2024

Antes da estreia na Copinha 2024, o Gigante da Colina apostava as fichas em alguns talentos do plantel, mas Ray sofreu uma lesão no ligamento e um dos zagueiros João Vitor, não foi inscrito a tempo na competição. Assim, o ex-técnico do sub-20 do Cruzmaltino cita esses fatores e elenca outros elementos que culminaram na eliminação precoce. Na visão do comandante, a promoção de Rayan e JP ao elenco profissional atrapalhou, bem como as condições ruins dos gramados.

– Durante a preparação para a Copinha havia uma expectativa boa por causa dos jogadores que tínhamos. O Ray, o Rayan, o JP e até esperando que o GB pudesse estar apto em algum momento. O Ray tem uma lesão no ligamento, um jogador muito importante para a gente. O João Vitor, que vinha treinando, não foi inscrito a tempo. Por um bom motivo, as idas do Rayan e do JP para o profissional… Era muito claro que naquele momento a gente não tinha força máxima no elenco para a Copinha. Tivemos outras prioridades no clube, que também acho interessantes para os garotos da base. Isso junta com o campo, pode soar como desculpa, mas atrapalhou muito, a bola não rolava. Nossa equipe era muito técnica e nesse último ano valorizamos o passe, o drible, a condução… E o campo não favoreceu – destacou o treinador.

Culpa na eliminação

William Batista assumiu uma parcela de culpa na eliminação do Gigante da Colina na segunda fase da Copinha. No entanto, o treinador foca nos títulos que conquistou com a equipe durante a sua passagem no Clube. Além disso, fala sobre o feito inédito de vencer a Taça Guanabara invicto e com pontuação recorde na competição.

– Tenho uma parcela de culpa, claro, eu deixo em um momento de acreditar naquilo que fizemos a temporada inteira. Abro mão de algumas coisas, mas não me arrependo, foi uma adaptação ao campo. Não acho que a Copinha diz o que foi nosso trabalho no clube. Tivemos mais títulos do que derrotas. Alguns dizem que foram títulos sem expressão. Mentira. O Vasco não conquistava Taça Guanabara e Carioca juntos há um bom tempo. Invicto e com recorde de pontos na Taça Guanabara. E dos cinco títulos dois foram em cima do Fluminense, um contra o Botafogo e um em cima do Flamengo. Tem que ser valorizado. A Copinha foi negativa, mas é um recorte muito pequeno e que não apaga o brilho – disse William Batista.

Jovens com potencial

Após deixar o Cruzmaltino, William Batista fez uma análise específica de alguns jogadores do Clube e citou os com potencial para brilhar no futebol. Destaque nas primeiras rodadas do Carioca, Leandrinho foi o primeiro nome avaliado pelo profissional. Para o técnico, o lateral-esquerdo ainda precisa evoluir, mas demonstra capacidade física e técnica. Já Estrella, na visão do comandante, é digno de Premier League.

– O Leandrinho precisa evoluir, falei que não pode se empolgar com os elogios, mas acho que ele tem muito potencial, capacidade física e técnica, marca e ataca bem. O Estrella, ele passou muito tempo lesionado, mas não tira o brilho dele, impressionante a capacidade dele no dia a dia. Falei pra ele: “Um dia você vai jogar na Premier League e poder dizer que foi treinado por mim”. E quanto eu saí ele brincou: “Um dia você estará na Premier League e vai poder dizer que me treinou” – analisou o ex-técnico do sub-20.

Na sequência da entrevista, o treinador falou sobre outros quatro jogadores, que possuem potencial para chegarem ao topo. Entre eles, o zagueiro Vitão e o lateral-direito Paulinho, que é polivalente e pode ocupar outras posições na equipe. Por fim, o meia Lucas Eduardo, que ficou marcado pelo triste episódio de racismo que sofreu na eliminação do time na Copinha 2024 e o atacante GB.

– O Vitão também, é um zagueiro com bom jogo aéreo, defende muito bem, tem bom jogo ofensivo. O Paulinho tem um potencial enorme, um cara polivalente, falo para ele não se prender só na lateral-direita, pode jogar de meia, de extremo, falo que ele parece muito com o Tchê Tchê. O Lucas Eduardo também, um garoto trabalhador, se esforça, chega a ser chato no dia a dia de tanto que ele pede para fazer as coisas. E o GB também, acho que vai bater no topo. Todo o potencial deles vai se manifestar de fato se eles estiverem cercados de pessoas boas, com a cabeça no lugar – finalizou William Batista.

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